capítulo 2

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Gente, deu certo de postar o segundo capítulo pra vcs...
Agora a história fica boa, no terceiro capítulo vai esta melhor ainda ok!?

Bjos e boa leitura!


Capítulo 2

O meu relacionamento com Paulo Sérgio foi o mais próximo que cheguei de viver um romance. Nos encontramos no primeiro dia de aula, por acaso deixamos os nossos carros lado a lado no estacionamento,depois paramos frente ao mural em busca de informações e estávamos seguindo para o mesmo caminho. Ele estava um pouco a frente e ficava olhando para trás de vez em quando, fiquei na dúvida se estava me olhando ou procurando alguém e foi um alívio quando ele virou a direita, aproveitei e diminui os passos por que estávamos indo para a mesma direção e queria aumentar a distância entre nós. Garoto doido, era só o que faltava não estou com paciência para este tipinho. O local da reunião seria na quadra onde alguns professores e alunos veteranos nos receberiam para falar sobre os cursos e regras e outras coisas chatas mas que deveríamos seguir, assim que virei a direita levei um susto ao perceber que ele ficou o tempo todo escondido ali.
- Você tem problema garoto?
Agachei para pegas as folhas que caíram no chão com o impacto e foi impossível não reparar o que ele calçava, era um all star encardido e cheio de rabisco o que me fez lembrar do gesso que usei na oitava série quando quebrei o braço onde amigos deixaram uma mensagem e vários desenhos, mas o all star deixava o meu gesso no chinelo. A sua calça jeans larga e bem surrada ajudava a compor o look de doido mas a peça chave do visual ficou com a camiseta azul royal que aguardava ser aprovada pela perícia para conseguir a tão sonhada aposentadoria. O sorriso que encontrei no seu rosto fez todo o resto parecer sofisticado e olhando bem de perto ele seria o doido mais lindo, ele me entregou alguns portfólios e ainda não tinha decidido se brigava com ele por conta desta atitude infantil até que ele me deixou totalmente desorientada.
- Quero apenas informar que não tenho nada de valor ou que vale a pena ser roubado.
Foi um aviso desnecessário, pela avaliação que fiz quem deveria se preocupar com certeza não seria ele.
- É sério, pelo o que vejo até uma criança deixaria você roubar o doce.
- Essa doeu, prazer Paulo Sérgio. Fiquei te esperando para te dar o prazer de minha companhia eu não gostaria de chegar sozinho e atrasado. Enquanto você ficou parada me evitando perdeu o começo da festa.

Deveríamos perder mais tempo da festa, a única coisa legal nesta reunião era poder reparar e observar o local ali tinha de tudo bonitos, feios, gordo, magro, patricinhas, nerds, raças e crenças diferentes. Perfeito, gosto de estar em lugares assim.
- Eu acho que aquele rapaz está querendo chamar a sua atenção.
Quando olhei para o lado que Paulo Sérgio apontava vi que o rapaz era a Mel o convidei para sentar perto dela também por que assim ela atualizava as informações.
- Não perderam nada, falaram sobre o Bixo que não será realizado como nos anos anteriores.
- Mel este é o Paulo Sérgio. Ela o avaliou de cima a baixo e nao moveu sequer um músculo facial era como se tudo nele se encaixasse bem. Foi ai que reparei que ela também usava uma roupa bem casual, calça jeans, uma blusa polo Vermelha e mocassin.
- Cadê as suas coisa, perguntei mostrando a minha bolsa e os portfólios.
- Eu preciso de dinheiro e documentos e tudo isso cabe na minha carteira e a carteira cabe em meu bolso. Somos práticos né Paulo Sérgio?
Ele assentiu e eu senti ali uma certa cumplicidade e ouvi o barulho da ficha caindo por que foi neste momento que notei que Mel era gay

A nossa amizade nasceu ali quando era possível gostávamos de estar juntos e trocar informações de nossos cursos, rir das palhaçadas que acontecia na sala de aula, Mel fazia faculdade de Física, PS de Publicidade e Propaganda e eu de Psicologia. De nós três PS era o mais focado, não gostava de ir as festas e nem curtia balada. Deixou o seu trabalho em uma agência de viagens para fazer os trabalhos de outros alunos e ajudar com reforços das matérias que alguém estivesse com dificuldade. Para isso ele cobrava um valor considerado alto mas que era pago sem reclamação por causa da perfeição, ele entregava o trabalho antes do prazo e junto vinha um resumo com todas as informações se acaso o aluno fosse interrogado pelos professores. Ele conseguia explicar as matérias de um jeito assustador que você ficava se perguntando por que não entendeu antes.
Ele era brilhante e na semana de prova alugava um quarto em nossa casa para fazer de sala durante o dia. Assim conseguia reunir mais alunos desesperados e dividia o grupo por matéria . O bom deste aluguel que ele quase banca a o aluguel do mês e ainda rendia sobras de pizzas e refrigerante. Uma noite pedi a sua ajuda para resolver uns cálculos e ele agia como um general, quando estava prestes a desistir ela falava o seu discurso já conhecido por todos.
- Para chegar lá você tem que correr.
e fazia a posição que o corredor jamaicano Usain Bolt fez no final de uma de suas vitórias . Era irritante e engraçado ao mesmo tempo.

Par PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora