1º. Uma Brincadeira de Muito Mau Gosto

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*Capítulo revisado dia 01/07/16*


POV. Alícia

Eu andava velozmente no meu skate até a Escola Mundial.

Infelizmente, as férias haviam acabado e mais um ano letivo se iniciava. Era o meu primeiro dia de aula no 9º ano e eu estava beeeem atrasada. Aquela velha história... O maldito despertador havia tocado, mas eu o desligara (lê-se: o jogara na parede) e voltara a dormir. Resultado: acabara dormindo demais. Enfim, faltavam poucos minutos para o sinal tocar e, por isso, eu andava o mais rápido que eu podia. Estava chateada por ter que voltar às aulas, porém muito ansiosa para rever meus amigos. A gente se vira bastante nas férias, só que, mesmo assim, a saudade que eu sentia deles era enorme. Já certas pessoas eu preferia nunca mais ter que ver...

Cheguei no colégio com tanta velocidade que, antes mesmo de frear meu skate, acabei esbarrando em alguém e caindo em cima da pessoa.

– Ai, me desculpa! – Falei, envergonhada. – Eu sou uma desastrada mesmo...

Que M-I-C-O! Muito bem, Alícia. O ano mal começara e você já estava estragando a sua reputação. Parabéns!

Antes que eu pudesse me levantar, a vítima do meu infeliz ato respondeu ao meu comentário.

– Estava tão louca pra me ver que nem se aguentou e foi logo me agarrando, Gusman?!

Estranhamente, aquela voz me parecia familiar. Espera um pouco... AH NÃO! Tantas pessoas pra eu me esbarrar naquele colégio e eu me esbarrei justo com ele? Fala sério, e eu pensando que tinha acabado de pagar mico... Mas esbarrar naquele garoto não era mico, não. Das duas, uma: ou era carma, ou era azar mesmo. Caramba, velho! Eu devia ter feito muita coisa ruim nas minhas vidas passadas pra fazê-lo aparecer bem na minha frente justo quando euzinha estava pensando que não queria revê-lo. Antes eu tivesse ido a pé pro colégio! Preferia mil vezes ter levado advertência por ter chegado atrasada do que ter me esbarrado com aquele estrupício.

Ao ouvir o que o Guerra disse, imediatamente me levantei, saindo de cima do mesmo.

– Tá maluco?! Nem se você estivesse pintado de ouro! – Esbravejei.

– A única maluca aqui é você, maloqueira. Nem olha por onde anda! – Respondeu ao se levantar.

– Maloqueira o caramba! – Eu disse ainda mais irritada. – Ah, e eu sei que é bem óbvio, mas eu retiro o meu pedido de desculpas.

– Nossa, assim você me magoa! – Ele falou debochado, botando as mãos no peito.

Eu e o Paulo nunca fôramos de nos dar bem, mas a situação piorara muito depois que crescemos. Ninguém, nem mesmo nós, sabia ao certo o motivo. Quer dizer, eu, pelo menos, não sabia. Mas achava que ele também não. A única certeza que eu tinha era de que eu não aguentava aquele peralta, e a recíproca era verdadeira.

– Sério?! – Falei, irônica. – Poxa, seria uma pena se eu não ligasse pros seus sentimentos...

– "Poxa, seria uma pena se eu não ligasse pros seus sentimentos." – Ele disse afinando a voz, zombando de mim novamente.

– Ai, que saco, para com isso! – Bufei, perdendo a paciência.

– "Ai, que saco, para com isso!" – Imitou-me de novo. Argh, o Guerra era o garoto mais chato e infantil que eu já conhecera!

– Quer saber, Guerra? Não estou a fim de te aturar a essa hora da manhã! – Falei. Já estava de saco cheio daquilo.

– Que mentira! Você adora discutir comigo.

Paulícia - Doce VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora