Capítulo 5

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- Estamos seguros aqui? – perguntei enquanto olhava ao redor.

Havíamos abandonado o carro na avenida principal e seguido a pé. Ele disse que seria fácil nos localizar se continuássemos com o carro. A ideia genial dele foi seguir a pé até uma favela próxima e passar a noite por ali e no dia seguinte continuar.

- Não estamos seguros em lugar nenhum – ele respondeu.

Me abracei em uma tentativa de amenizar o frio, mas não deu muito certo. Minha blusa tinha ido pro pau com aquela brincadeira ridícula. Estava toda rasgada e com manchas de sangue. Teria que me livrar dela o mais rápido possível.

- Então... – comecei – Se você trabalha para uma máfia poderosa, porque não tem outras pessoas te ajudando a tirar o seu da reta?

- Eu dou conta do trabalho sozinho – ele disse apenas.

- Percebe-se.

Ele parou na minha frente. Achei que iria se virar e me lançar um daqueles olhares mortais antes de me socar ou algo assim. Em vez disso, ele apenas forçou a porta de um barraco ao nosso lado.

Observei ele entrar cautelosamente e depois fazer um sinal, indicando que era para eu segui-lo.

Segui atrás dele. Estava um breu total, não dava para enxergar muita coisa, mas parecia estar vazia.

Ele entrou em outro cômodo. Era o quarto. Não tinha nem cama, só um colchão de casal maltrapilha no chão. Estava um cheiro de mofo forte e eu podia ouvir insetos asquerosos andando pelo ambiente.

- Isso me lembra os dias maravilhosos em que vivi na rua – pensei em voz alta.

- Já viveu na rua? – ele perguntou ao meu lado.

Fitei ele.

- Onde acha que adquiri imunidade a idiotas como você?

Ele bufou e deu meia volta, inspecionando o resto da casa. Segui ele, procurando por um banheiro. Era tudo o que eu queria agora.

Achei um nos fundos da casa. Não tinha luz e nem água, mas deu para utilizá-lo de qualquer forma. Era asqueroso, mas melhor que nada.

- Achei algumas roupas lá atrás – Max disse assim que saí, me jogando uma blusa – Acho que vai preferir trocar de blusa.

Não agradeci, apenas entrei no banheiro novamente.

Tirei a blusa rasgada e o sutiã, que também não tinha sobrevivido. A blusa que ele havia pegado era pequena demais, mas teria que servir. Ficou um pouco apertada, mas fez seu trabalho tampando o que precisava ser tampado, ainda que desse para ver o contorno dos meus seios perfeitamente. Branco era uma desgraça.

Saí do banheiro e voltei até o quarto. Eu precisava dormir. Precisava comer também, mas principalmente dormir. Max ainda estava inspecionando a casa, mas assim que me joguei no colchão ele apareceu na porta do quarto.

- Vou ficar de vigília – ele disse – Durma de olhos abertos.

Sorri.

- Pode deixar.

Virei para o lado, mas não caí no sono como eu desejava. Em vez disso, realmente dormi de olhos abertos. Não literalmente, mas eu estava atenta a tudo ao meu redor, mesmo que estivesse dormindo. Qualquer movimento e eu acordaria.

Foi o que aconteceu quando senti o colchão se afundar ao meu lado. Eu sabia que era Max, então continuei de olhos fechados, pronta para voltar a dormir. Mas então eu senti sua mão em mim, abrindo caminho delicadamente até meus seios.

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