Governo Da Escuridão

A morte se cansou

O Vídeo começava com umas belas pernas. Não dando para ver o rosto da dona daquela apaixonante essência da natureza, a imaginação corria solta. O vídeo começa então a fazer movimentos para cima, como se quisesse alcançar vôo. Assim como dito, a câmera sobe com uma lentidão questionável. Aquelas belas pernas deram lugar a algo mais terrivelmente provocador. Com uma calcinha de renda preta, metade do bumbum daquele homem era visto. Ele estava maquiado e com roupas femininas. Parecia estar sentado em uma cadeira. Uma pausa no vídeo, e a filmagem aparece em outro ângulo. Certamente para assustar, o rosto desse homem estava em frente a câmera. O batom borrando suas bochechas e a maquiagem exageradamente preta em seus olhos roxos, também estava borrada. Seu rosto trazia uma marca inconfundível de masculinidade. Ele sorriu para a câmera, um sorriso louco e trágico. Um sorriso que não demonstrou nenhuma marca de sanidade e que aparentava prometer o Inferno.

De repente, o ângulo da câmera muda novamente e mostra uma mulher nua em cima de uma cama. A cena é por demasiado obscena, mas não poupar-lhes-ei dos detalhes.

As pernas abertas da garota estavam soltas na cama, trazendo um ar relaxado. A mulher estava completamente nua e nessa parte, o vídeo falhou levemente a imagem.

Ave Maria, cheia de graça, o senhor fode convosco.

Cale a boca!

Vozes ecoaram de um lugar muito perto da câmera, seguida de baixas risadas.

A câmera foi de encontro com a intimidade da mulher, deixando claro que estava com muito sangue e sua pele rasgada. A câmera subia novamente, só que agora pelo corpo nu e machucado. Um ângulo perfeito para constatar que os seios da mulher estavam praticamente todo arrancado.

Novamente aquelas risadas deram lugar ao áudio do vídeo, que falhou e apagou. E tão rápido quanto acontecera, ligou-se novamente.

A câmera voou e constatou outra peculiaridade: a boca da mulher estava aberta e uma faca fincada no fundo de sua garganta. Abaixo de sua cabeça e ao redor tinha sangue de um vermelho vivo.

Entre as pausas da gravação, as mãos da mulher foram filmadas, mostrando que estavam pregadas na cama.

Jesus Cristo, tenha misericórdia de nós.

Uma outra pausa, e a câmera mostrava o rosto do homem maquiado. Ele sorria de uma maneira doentia outra vez. O ângulo mudou novamente e começou a filmar suas pernas redondas e magras ao mesmo tempo.

Um diferente ângulo agora. Através deste, era perceptível as botas coturno, a meia calça, a calcinha de renda, a barriga masculina e os cabelos Chanel bagunçados. Seu rosto ainda naquela maquiagem, sorria.

Fazendo um esforço para se levantar, o que sugeria para nós, um motivo obsceno, o homem finalmente se mantém de pé. Com esforço para fazê-lo, suas pernas aparentam estar fracas e bambas.

Se dirigindo até a moça morta, sem antes nenhum aviso, suas mãos entram sem nenhuma delicadeza na intimidade da mulher, só que de um jeito como se fosse tirar algo. Por mais incrível que possa parecer, sua mão entra por inteiro dentro da mulher.

Depois de tanto mexer, como se quisesse encontrar alguma coisa lá dentro, o homem retira o que aparenta ser o cano de uma arma, logo revelando ser. Mesmo que jamais fizesse sentido, a arma saiu por inteiro de dentro da mulher. As mãos dele vão mexendo na arma, até ela mostrar-se falsa, pois ele acaba de parti-la ao meio, como se fosse frágil e feita de plástico. A câmera mostra que no meio das duas partes separadas da arma, há um feto, parecendo morto e muito pequeno.

Nesse momento a câmera mostra o homem levando sua mão esquerda para dentro da sua própria calcinha, movimentando-se de forma, mais uma vez, obscena. De lá, ele retira notas altas de dinheiro e coloca estrategicamente ao lado do feto dentro da arma FALSA.