Último Ato

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A lua, única e fiel confidente
Daquela noite já apagada
Daquele segredo adolescente
Uma loucura premeditada
As ondas quebravam violentas
Em uma praia deserta qualquer
Você olhando o céu bem atenta
Que quase me fez esquecer...

No meio da areia fria
Dois corpos se tornavam um
Muito mais que sexo, poesia
Mas ainda sim, sem pudor algum
A lua se confundia a sua pele
Que só se diferenciava nos hematomas
Marcas de uma noite selvagem
Marcas que você pede sem que eu te compele
Agora separados, deitados em meio as roupas
Falando outra besteira e outra bobagem
E aos poucos no peito crescia a coragem

Crescia só de lembrar
Que outros dias, naquele mesmo lugar
Com varios outros grãos-vizir
Você esteve a gritar, gemer e sorrir
Se foi por dinheiro eu não sei
Se gostava? Nem pensei
Melhor pensar que não
Para não fazer sumir o coração

Uma despedida, a última doce memória
Me iludir, por uma noite, que era só minha
Esquecer seus erros, e ter apenas glória
Fazer de você a minha eterna rainha
Sentir seu calor, através do ferro frio
E ver seu sangue escorrendo por tão belo seio
Uma último visão eu saboreio
Do meu ato mais doentio
A nossa última história
Meras palavras, tudo que resta em nossa memória
Um homicídio passional, um suicídio conjugal
Um conto de fadas sem final feliz
Um jovem sonhador, apaixonado por uma meretriz.

Les versets TurquoiseOnde histórias criam vida. Descubra agora