Calisto, doce Calisto, nome tão belo de se pronunciar, tão perigoso de se apaixonar, seus jeitos de maresia traiçoeira, sempre pegando e trocando a tua maneira, mas o que fazer? O que eu poderia fazer, se você foi a mão que fez meu olho brilhar, que desborrou a visão, a voz no meio da noite, o vulto em meio as luzes, o reflexo no meu copo e o sorriso por trás da fumaça. A única que tornou as coisas interessantes, e diferente da história, não foi a ninfa que se apaixonou. A linda ninfa, a mais bela entre as princesas, os cachos angelicais, e um olhar que me faz mergulhar, difícil entender, mas não precisa explicar. Esse jeito tão menina, os sonhos, os delírios, o desafio, a vontade de te por a coroa e o vestido, segurar tua mão e fugir de noite, molhar os pés e sujar de areia, subir a torre e cair em um beijo. Calisto, doce Calisto, sempre minha musa tão distante, sempre o sonho mais delirante.