Perrie's Point Of View.
Março de 2016
Era um pouco difícil para mim me acostumar com minha nova vida. Eu sei que já se passou um ano, mas ainda não estou cem por cento segura, muito menos feliz.
Há um ano, me mudei de South Shields para Londres, como forma de abandonar meus problemas e viver ao lado de quem amo, ou amava. Conheci Zayn, quando nos encontramos em um esbarrão pelas ruas de minha cidade. Logo de cara me apaixonei por ele, um homem, meigo, que se preocupava comigo e prometia me amar e me dar o melhor tipo de vida. O único problema é que ele vivia viajando, quase nunca parava em casa, mas para mim isso não era nada demais, contanto que quando chegasse, passasse seu tempo comigo. Com esses sonhos, casei-me
com ele, e me mudei para Londres, pois segundo ele, seria mais fácil, a filial de sua empresa estava lá. Entretanto nem tudo são rosas, e após três curtos meses de casamento, tudo mudou. Eu deveria imaginar que nem tudo é como queremos, ou pensamos, ou sonhamos. Deveria ter deduzido, e usado minha cabeça, ao invés de meu coração.Se ainda não entendeu, vou explicar melhor: Após esses três meses, Zayn só chegava bêbado em casa, não só bêbado, muito agressivo, e bom, ele descontava em mim. Esse ato se repetiu várias vezes, para falar a verdade quase todas as noites que ele passava aqui.
E cá estou eu, sozinha, novamente. Zayn viajou ontem, não sei se agradeço ou me preocupo. Foi um milagre ele ter passado dois meses aqui, afinal ele normalmente costuma passar no máximo duas semanas.
Quando ouço a porta se abrir, estranho. Levanto-me e pego um taco.
- Ah! - Solto um grito ao me deparar com Zayn. - Você me assustou. - Respiro fundo, largando o taco e pondo a mão no peito.
Ele não falava nada, mantinha a cabeça baixa e juro que ouvi o mesmo fungar.
- Zayn?! - Me aproximo dele. Ao me encarar, percebo que o mesmo realmente estava chorando, me surpreendo. Em uma atitude impensada, abraço-o.
Ele envolve minha cintura, apoiando a cabeça em meu ombro. Seu choro intensifica, sem entender absolutamente nada, apenas o aperto em meus braços.
- Tá tudo bem... - Murmuro.
Ele nega, freneticamente.
- Não, não está. Eu sou uma péssima pessoa, Perrie. Me perdoa, me perdoa por tudo. - Implora.
- Tudo bem. - Mordo meu lábio inferior, incerta de minhas palavras.
- Você ainda me ama? - Ele nos separou, abruptamente, olhando em meus olhos.
- E-eu... Amo. - Sussurro, após pensar um pouco.
Ele solta o ar, ar esse que eu não havia percebido que o mesmo prendia, de forma aliviada(?).
- Obrigado. - Ele murmurou quase inaudível.
- O que? - Perguntei para ver se havia ouvido direito.
- Obrigado, meu amor. - Beijou meu rosto, me abraçando.
Estranhei, porém não retruquei. Apenas recebi toda a noite, aquela atenção e carinho que não recebia a tempos. Acabamos tendo um momento que não tínhamos desde que nos casamos.
Acordo no dia posterior e me vi sozinha na cama. Levanto, faço minhas higienes, tomo um banho relaxante e desço. Chego à cozinha, preparando meu café da manhã. Assim que acabo, me sento no sofá. Alguns minutos depois, Zayn adentra a casa, com suas roupas amassadas e cheirando a álcool. Solto um suspiro frustado.
- Zayn... - Chamo, ao levantar do sofá.
- Fica quieta. Só, fica quieta. - Ele se apoia na parede, pendendo a cabeça para trás, de modo a repousá-la.
- Por que voc.. - Fui interrompida por grito.
- Mas que droga! Qual parte do "fica quieta" você não entendeu. - Bufou.
- Eu sinceramente não entendo você. Uma hora está um doce, outra, assim. - Aponto para ele. - Qual o seu problema? - Encaro-o.
- A porcaria do meu problema. - Ele sai da parede e começa a caminhar até mim. - São vocês! Eu não aguento mais vocês, não aguento olhar na cara de vocês. - Quando já estava em minha frente, segurou meu maxilar com força. Lágrimas preenchiam meus olhos.
- V-vocês? - Me arrependo de minha fala no momento seguinte, onde ele pega meu pescoço me empurrando para trás até que eu me choco contra a parede, com uma certa violência.
- Tá vendo?! Vocês me fazem sentir raiva, ódio. As maiores culpadas disso, de tudo que acontece, de tudo que eu sou obrigado a fazer, com vocês mesmas, é unicamente vocês. - Ele aperta mais, fazendo com que eu fique sem ar.
Eu já estava desfalecendo, quando ele inesperadamente me solta, fazendo com que eu vá ao chão, com as mãos no local, tentando aliviar a dor, enquanto respiro forte, incessantemente por um pouco de ar.
- Des-desculpa.
- Não adianta de nada agora. Guarde seus pedidos de perdão para você. - Olhou-me com um misto de fúria e desprezo.
O mesmo se voltou para mim, puxando-me pelo pulso até me colocar sentada em um poltrona. Ele amarra meus pulsos, deixando um soco em meu rosto que me faz apagar por um tempo.
Quando volto a consciência, percebo que estou no chão, e meu rosto sangra. Olho para cima, vendo Zayn sentado me observando. Após alguns segundos na mesma posição, ele finalmente decide me desamarrar. Presto atenção em suas atitudes, tentando ao máximo controlar minha respiração e meu coração, que batia disparadamente. Foco em seus olhos, suspeita de tudo. Levanto-me, devagar.
Fico alguns minutos parada, esperando a próxima ação do mesmo. Posso sentir o sangue escorrendo em meu rosto, o que me deixa ligeiramente incomodada. Prendo a respiração quando ele tenta me tocar, empurrando ele e saindo correndo de casa.
Vago o dia inteiro pelas ruas, perdida em minha dor, meus pensamentos e minha tristeza. Já estava exausta e com fome. O tempo havia esfriado e já era noite. Eu nem ao menos tinha me lembrado de dar um jeito em meu rosto, o qual agora era apenas sujo de sangue seco. Decido me sentar em uma calçada, abraçando meus braços, numa inútil tentativa de me aquecer do tremendo frio, que castigava meu corpo livre de qualquer tipo de agasalho.
A rua estava praticamente deserta, poucos eram os carros que passavam. Fiquei encarando o nada por um curto tempo, e sem perceber acabo pegando no sono. Sou desperta por uma pessoa que cutucava meu ombro e apertava levemente minhas gélidas mãos. Dou um salto, e com os olhos arregalados me afasto da pessoa, que cuidadosamente caminha até mim.
- Ei, está tudo bem. - Sua voz era calma, doce, meiga. Gostosa de se ouvir.
Analiso a pequena mulher em minha frente. Cabelos cor de mel, estatura pequena, olhos castanhos e rosto inocente, como aquelas princesas da Disney.Acho que acabo de encontrar minha ajuda, meu pequeno anjo.
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Hey, everybody. Por hoje é só. Espero que tenham gostado e já possuam uma ideia de quem é 😏 kkkk.
Deixa eu explicar um negócio, os capítulos só serão postados fim de semana que é quando eu posso entrar na internet, mas se der, repito: SE der, eu postarei dia de semana. Porém não é nada certo.
Beijinhos, amo vocês.
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||When Two Paths If Intersect.||[>Camren, Jerrie<]||
De TodoQuando dois caminhos se cruzam... Vidas interligadas de forma intrigante. O que fazer quando tudo no qual você acredita e vive vai por água a baixo? O que fazer quando você se vê sem nada, com sua esperança acabada e sonhos destruídos? E sabendo que...