Harry

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n.a.: O Harry não tem tatuagens em Burn Bright, VALE LEMBRAR. Então, não estranhem quando ele começar a falar sobre as do Louis e todo resto, é pra ele ser extremamente certinho e chato, ao menos por agora. Boa leitura, manas. ♥






Era só o que me faltava.

Tudo o que eu precisava  era chegar em casa, tomar uma boa dose de algo alcoólico e ir dormir.  Esquecer aquele terrível acontecimento e ponto final. Ignorar os jornais  e revistas no dia seguinte, fingir que eu não larguei minha esposa  sozinha no altar e depois ainda tentar conversar com Evellyn no domingo.  Algumas horas seriam o suficiente para ela ficar mais calma e eu  conseguir me sentir melhor. Mas não.

Eu tinha que ter me  esquecido da mais nova enrascada em que eu havia me metido. Me deparar  com o amigo de Gemma em meu apartamento era a última coisa que eu  queria naquele instante. A minha cabeça estava cheia, por um fio, e eu  não ia conseguir lidar com o fato de que Louis precisava de minha  ajuda. E de que ele era, particularmente, bastante esquisito para uma  pessoa normal. Era muita ironia da vida eu ter que lidar com aquele tipo  de coisa agora. Argh.

Ou azar.

É, deve ser azar mesmo.

Eu gostaria de dizer  que ele era apenas uma criaturinha esquisita e sem graça. Gostaria  muito. E que Tomlinson não me chamava atenção em nada e que seu jeito  mais peculiar de portar-se era realmente algo lastimoso. Mas não era.

Louis era alguns  centímetros (bem generosos, eu diria) menor do que eu, provavelmente batia um pouco mais acima de  meu ombro, e vestia-se daquele jeito assustador: calças jeans rasgadas  nos joelhos, um tanto quanto justas demais para ele e que, ao mesmo  tempo, pareciam que iriam cair a qualquer instante de sua cintura (sim,  isso era possível); a blusa também era curta demais, de uma banda que eu  escutava na minha pré-adolescência, e revelava mais do que deveria  revelar, expondo parte de sua pele amorenada e da cintura com um quadril bem delineado e exposto, com o desenho de algumas tatuagens que não conseguia  identificar; os tênis estavam sujando o piso límpido do meu apartamento,  mas isso não era o pior: eles eram completamente rabiscados por nomes  aleatórios e completamente desconhecidos por mim; para completar, ele  ainda usava alargadores e eu estava me perguntando o que diabos levava  uma pessoa a fazer aquele rombo na orelha, quando percebi que Louis  também tinha piercings. Duas argolas, uma no lábio inferior e a outra no  nariz. E eu comecei a me perguntar, só para não perder o hábito de me  questionar a respeito de tudo, porque diabos Gemma andava com gente  assim.

E as tatuagens. Eu não  poderia me esquecer delas. Eu não consegui distinguir muito bem os  desenhos em seu peitoral, mas eu havia conseguido fitar o desenho de uma caveira em seu pulso, no momento em que Louis havia se  aproximado daquela forma um tanto quanto intimidadora.

O braço esquerdo era  praticamente repleto de desenhos aleatórios, pelo que pude perceber.  Particularmente, eu não me atentei muito a descobrir o que era cada um  deles, mas era uma junção interessante e dispersa de traços que se encaixavam  muito bem com a figura dele, embora eu ainda não conseguisse entender o  que levava uma pessoa a desenhar-se tanto daquela forma. O outro braço  ainda era livre de rabiscos, mas eu pude constatar que havia uma corda enlaçando seu pulso e uma bússola (algo meio Old School), próximos ao interior do  antebraço. Lembrei-me que Gemma me  disse que o amigo era de Doncaster e todo o conjunto de Louis fez bastante  sentido. Doncaster era mesmo uma região repleta de gente esquisita e não  me admirava que houvesse saído de lá.

  E seus dedos... Eu não  pude deixar de notar, enquanto Louis falava ou pegava a case no  chão, em como eles se moviam e em como também eram igualmente  desenhados. Tentei, por alguns segundos, identificar os números que haviam ali, mas  parecia que Louis era hiperativo demais para sossegar com aquelas  mãos.

Burn Bright || L.S. VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora