Cap.8

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Chegamos ao restaurante e era desnumbrante.Nunca tinha vindo em um lugar assim,um garçom nos levou até uma mesa com duas cadeiras numa parte alta do restaurante,próximo á uma grande janela de vidro que nos proporcionava uma visão da cidade.O Nicolas escolheu o cardápio disse que era o preferido dele e que eu iria gostar.
-Gostou daqui?-perguntou-me sorrindo.Com aquele sorriso perfeito,que se completava com o brilho incrivel daqueles olhos cor de mel.
-Gostei muito.-respondi sorrindo também.
-Até agora você ainda não me deu um sorriso de verdade.-falou me olhando profundamente nos olhos e eu desviei o olhar.
-Mas eu acabei de sorri pra você.-digo referindo-me ao sorriso que dei quando falei que havia gostado daqui.
-Foi um sorriso educado.Eu sei que você não tá bem,não precisa fingir comigo tá?mas eu espero arrancar um sorriso seu ainda esta noite.-ele diz com aquela voz suave e doce.Acho que devo ter ficado vermelha tomate.
-Parece que me conhece a muito tempo falando assim!-digo desta vez sem desviar o olhar dele.
-Sou um homem inteligente.-Ele ri
-Convencido!-falo revirando os olhos e ele dá uma leve gargalhada.
enquanto o garçon serve o prato inicial.
Experimento e é uma delicia,uma salada com algum tempero diferente e um creme que não sei de que é porque quase nunca entendo os nomes dos pratos desses restaurantes.
-Tá bom?-pergunta enquanto me observa.
-Sim,você tem bom gosto!-Digo e ele sorri.
-Como está indo no trabalho?-pergunta puxando assunto.
-Ainda estou um pouco mal porque da minha tia,mas gosto do que faço.-falo e bebo um pouco do vinho.
-Devia ser muito apegada a ela!-ele diz...
-Sim,ela me adotou quando eu nasci porque minha mãe também falesceu.-digo e ele me olha com um pouco de tristeza nos olhos.
-Sinto muito mesmo!- ele diz e passa a observar a cidade pelo vidro.-E aqueles dois lá na sua casa quem eram?-pergunta .
-O marido da minha tia e o filho dele.-digo enquanto ele volta a me olhar.
-Entendi.
Conversamos por algum tempo enquanto jantavamos.Terminamos e o Nicolas falou que queria me levar à um lugar.
Fomos de carro até um parque que ficava próximo ao restaurante,era bonito com uma grama bem verde que apesar da noite dava pra ver bem,e tinha um lago pequeno que refletia a claridade da lua.Parecia até uma daquelas cenasde filme..O Nicolas pegou na minha mão levando-me em direção ao lago e sentou-se na grama,fiz o mesmo e sentei ao lado dele.Nossa ,ele gosta de natureza,fala sério qual o defeito desse cara?
-Eu venho aqui quando tô triste ,é bonito não é?-pergunta enquanto joga uma pedra no lago fazendo um barulhinho.
-Sim,é muito lindo!-respondo enquanto olho para aquela água cristalina,esse lugar me trouxe um pouco de paz.Por um momento foi como se os problemas estivessem sumido.
-Igual a mim?-ele fala me olhando nos olhos e rindo.
-Se acha !-falei dando uma gargalhada .E percebi que pela primeira desde que minha tia morreu eu tinha sorrido sem fingir.
-Fiz você sorrir,acho que ganhei minha noite.-ele diz e eu desvio o olhar jogando uma pedrinha no lago.
-Tá tarde,trabalho amanhã,acho melhor irmos pra casa.-falei enquanto levantava da grama.
-Você tem razão,vem!-disse ele levantando também.
Caminhamos até o carro e ele novamente abriu a porta,coloquei o cinto de segurança e fomos.
-Foi bem legal a noite!- falei puxando assunto.
-Que bom que você gostou.-ele disse rindo mas prestando atenção no trânsito.
-Me fala um pouco de você!-falei porque até agora eu não sabia quase nada dele.
-Bem,tenho vinte e três anos,sou veterinário,moro com meu cachorro o Jack em um apartamento que por sinal é perto da sua casa,gosto de esportes,e amo livros.-ele fala me deixando boqui-aberta quando diz amar livros,porque eu também sou apaixonada por eles.
-Interessante!-falo dando um sorriso leve.
-E você?-pergunta me olhando um pouco e voltando a prestar atenção no trânsito.
-Tenho dezenove anos,sou publicitária,e acredite um dia eu também quis ser veterinária,apesar de não ter nenhum animal por causa da alergia do meu tio.(chamei o João de tio pra ficar mais fácil dele entender,nunca chamei o João assim).Mudo de humor facilmente,sou exagerada,mandona,e roou as unhas quando estou nervosa,prefiro o silêncio mas quando começo a conversar não consigo mais parar,sem falar na minha mania de falar sem pensar.
"Majú,pra quê falar todos esses defeitos?"meu subconsciente pergunta.Ah,eu sou assim,sempre que conheço alguém faço questão de deixar claro meus piores defeitos,talvez por isso eu nunca tenha tido muitos amigos,as pessoas gostam de criar em seus pensamentos imagens de pessoas perfeitas achando que dessa forma podem se acostumar melhor com o outro,talvez por isso acabem se decepcionando tanto,pessoas perfeitas não existem.
-Você deve ser insuportável. -ele fala rindo-Acho que vou gostar mais de você do que eu imaginei,já estava meio cansado dessas mulheres que tentam se esconder nas suas máscaras de falsa perfeição.Acho que eu posso me acostumar com esses defeitos,se você permitir que eu te conheça mais um pouco,sei lá,sairmos mais umas vezes.
Ele é tão surreal,dá pra acreditar nisso?ele está me convidando pra sair de novo,quer me conhecer mais,quer me aceitar como eu sou.
-Será uma honra-falo entre o sorriso.
-Bem chegamos!-ele diz estacionando o carro em frente a minha casa.
Tirei o sinto e o olhei e ele também me olhou.
-Obrigada pela noite!-falo enquanto observo aqueles olhos lindos.
-Por nada Majú.Posso te chamar assim né?-ele pergunta enquanto pega em uma das minhas mãos.
-Claro,eu até prefiro.-respondo e percebo que ele se aproxima um pouco de mim.
-Então...thau!-ele diz colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha enquanto se aproxima cada vez mais me olhando nos olhos,aqueles olhos dele eram covardia comigo,tão lindos.Ele deixa o rosto parado á uns três centimetros do meu como se esperasse minha aprovação para beijar-me e sinto seu hálito quente.
" Meu Deus,ele vai me beijar"penso e viro o rosto para desviar do beijo que acaba sendo na bochecha.E ele sorri balançando a cabeça negativamente e dando uma mordida de leve nos lábios.
-Boa noite!-Falo enquanto saiu do carro.
Cheguei,tomei banho e dormi de tão cansada.

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