Cap.22

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-Temos que ir pra casa!-falei enquanto me afastava do Nicolas.
-Pra sua,ou pra minha?-falou com um sorriso safado.
-Cada um pra sua!-respondi séria.
-Tudo bem,vamos?-dissd enquanto chamava o garçom e pagava a conta.
-Vamos!-respondi e sai.
O caminho foi perfeito eu e o Nicolas conversamos sobre diversos assuntos e rimos muito.Descobri que ele sabe cozinhar,eu gosto de comer ,acho que nos daremos super bem ,a cor preferida dele é verde a minha também,gosta de pudim eu amo pudim,prefere filmes de comédia e eu amo ri.É incrivel né? a gente gosta das mesmas coisas,ele é perfeito pra mim.
Cheguei em casa e fui direto tomar um banho,vesti uma camisola preta com o desenho de uma coruja na frente e deitei na cama.Eu não estava com sono,então aproveitei pra ler o diário da minha mãe.
"Pequeno confidente,hoje o Frederico me ligou,falou que amanhã estará se mudando,vai pra outro país,os pais dele pediram para que se internasse em uma clínica para alcoólicos e ele aceitou.Eu o amo muito apesar de tudo e espero que ele se dê bem por lá,quem sabe quando ele voltar eu não conte sobre nosso bebê? mas por enquanto não."
Então era verdade o que o meu pai tinha me dito na agência,ele não bebe mais,sorri ao lembrar disso e passei a ler a página seguinte.
"Pequeno confidente,hoje o Frederico veio se despedir,perguntou se eu esperaria por ele disse que me amava e que se arrependia de tudo,eu tinha muita raiva dele por todas as vezes em que me tratou mal,porém agora tinhamos uma coisa muito forte, uma vida que era fruto do nosso amor,e eu decidi perdoa-lo,mas mesmo assim não tive coragem de conta-lo,um dia talvez..."
A minha o perdoou,e foi por amor,queria tanto ter conhecido ela,acho que me ensinaria muita coisa,mas a tia Alice também foi uma grande professora,me ensinou muito sobre a vida,me ensinou a ser quem eu sou hoje.
Depois disso haviam várias páginas em branco,mas logo surgiu uma em que havia algo escrito.
"Pequeno confidente,já são dois quatro meses sem te escrever,isso mesmo,agora eu tenho sete meses de gravidez,estar grávida me deixa muito sonolenta e um pouco preguiçosa,descobri que estou esperando um menina que se chamará Maria Júlia ,li em um livro que o nome Maria significa a pureza,a forte ou amar,e Júlia juventude.Por tanto minha filha será uma jovem forte,que acredita na pureza do amor,é lindo não é? "
Sim mãe,é lindo,eu amo meu nome.
Eu já estava com um pouco de sono mas continuei a ler.
"Pequeno confidente,ainda faltam dois meses para a Maria Júlia nascer,minha princesa,não vejo a hora de ver o rostinho dela,o que será que ela vai puxar de mim? Os olhos,os cabelos,a boca?ela deve ser linda.Mas independente da beleza exterior sei que ela será linda por dentro,porque pra me encher assim de alegria e amor ela só pode ser uma pessoinha incrível.As notícias ultimamente não tem sido muito boas,descobri que o meu problema é mais grave do que eu pensava,estou tentando me cuidar ao máximo,quero que minha filha nasça bem,e se for preciso darei a minha vida por ela,o Frederico nunca mais me deu notícias,a mãe dele me ligou um dia desses disse que ele não pode usar celular lá,além de ter me dito um monte de desaforos ao saber que eu estava grávida e pensar que era de outro homem...apesar do pesares seria bom tê-lo por perto agora."
Lágrimas escorreram pelo meu rosto agora.Eu sabia que a minha mãe tinha passado por problemas,mas agora eu podia admira-la ainda mais,porque em meio à tantos problemas ainda assim ela consegui ser forte,e mesmo com tantos motivos pra ter pensado em desistir ela me amou até o último minuto."
Mas folhas em branco preenchiam o diário,e na última página letras mais lindas do que em todas as outras ocupavam o papel.
"Pequeno confidente,um mês se passou,estou com oito meses de gravidez,mas senti muita dor e minha bolsa estorou,agora estou a caminho do hospital,a Majú é apressadinha,mas admito que eu também estava com um pouco de pressa para vê-la.Estou com medo,na última consulta o médico falou que eu podia perder a minha vida nesse parto,ou a da minha filha,isso doeu tanto,mas espero que dê tudo certo.Talvez eu entre naquela sala de parto e não volte,ou entre lá e saia sem minha filha nos braços.Eu poderia estar em desespero agora,ta doendo tudo,o corpo, o coração,mas o amor, o amor pode curar qualquer coisa,qualquer insegurança, qualquer dor.Eu amo a minha pequena e independente do que aconteça esse amor foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida".
E foi exatamente naquele dia que a minha mãe morreu,no dia em que eu nasci,chorei ao terminar de ler,e ao mesmo tempo que doia eu me sentia aliviada,porque agora eu sabia que a minha mãe tinha me amado e que o amor podia curar-me.

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