Enfim, o recomeço!

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Karina:

Ter que mandar a Du embora duas vezes enquanto ela estava dizendo que me ama doeu bastante, mas não poderia deixar que meu pai também a machuque.
Me ajudaram a terminar de me arrumar, minha mãe estava com um ar de tristeza mas não pude dar muita atenção. Fomos a igreja, entrei todos me olhavam e o único olhar que eu queria não estava ali, eu so queria poder chorar até me desfazer em lágrimas. Esse tipo de vontade é inútil não me ajudaria em nada.
A cerimônia aconteceu sem nenhum imprevisto, confesso que uma parte de mim queria que a Du tivesse entrado na igreja acabando com aquilo ali... mas isso não aconteceu.
Infelizmente tive que casar com o Marck, que estava feliz da vida com aquilo. Durante a festa vi que a tia Elisabeth estava chorando e minha mãe estava tentando consola-lá, fiquei nervosa pois só poderia ter acontecido algo com a Eduarda. Larguei Marck e o fotógrafo e fui desesperada até elas.
- O que houve? É a Eduarda? - elas me olharam sem saber o que dizer ou como dizer - fala logo gente!
- Filha, você precisa ficar calma e seguir com o que estava fazendo. Conversamos sobre isso depois. - disse minha mãe tentando manter a calma só que isso é inútil.
- Mãe quero saber dela agora! - já estava me alterando até que meu pai veio em nossa direção.
- O que está acontecendo aqui? Acho que a senhorita tem que tirar as fotos e prosseguir com a festa! - disse ele com um ar superior direcionado a mim. Voltei contra a minha vontade para perto de Marck e seguimos com aquele fingimento.
Não parei de pensar no que aconteceu pra que elas estivessem tão nervosas, eu sóqueria que aquele momento ali acabasse. E aquele momento acabou, sóque ficou tudo pior! Ainda tinha a minha lua de mel.

"Isso só ta piorando! "- penso com nojo e raiva de mim mesma.

Fomos então pra "nossa" mega desejada lua de mel. Chegamos no quarto do hotel, o lugar até que é bonito mas não fazia sentido estar ali.
Tive minha noite com ele, só tenho uma palavra pra descrever isso: nojo! Eu já tô querendo acabar com isso, não quero mais. Acordei ja procurando meu celular, já era dez horas. Levantei tomei um banho pedi um táxi e liguei pra minha mãe.

*Chamada on

- Mãe onde a senhora está?
- Oh, querida. Como você tá? Tá tudo bem? - diz minha mãe tentando mudar de assunto
- Não me enrola mãe! Quero saber da Eduarda, agora! - digo totalmente irritada. O táxi não demorou pra chegar, disse só pra ele me tirar dali. - então mãe, vai me dizer o que sabe ou vou ter que descobrir sozinha?
- Tá bom querida. Ela tá no mesmo hospital que sua vó ficou!
- O que ela tem mãe? - digo totalmente aflita.
- Melhor você ficar sabendo lá minha filha.

*Chamada Off

Depois de me despedir de minha mãe, passei o endereço ao motorista. Fiquei me maltratando com meus pensamentos até chegar no hospital. Cheguei e já dei de cara com a mãe da Du, ela parecia ter chorado a pouco tempo. Coitada ta arrasada.
- O que houve com ela? - perguntei nervosa.
- Ela sofreu um grave acidente de carro. Tá em coma, a gente não sabe quando ela pode acordar. Não sabemos nem se ela vai acordar! - nesse instante me desfiz em lágrimas. Ao dizer aquelas palavras a Dona Elisabeth se pôs a chorar, e eu fiz o mesmo. Só queria que ela tivesse bem. Se eu não tivesse mandado ela embora agora ela estaria bem e eu estaria com ela, mas não. Eu a mandei embora e ela pode ter ido pra sempre.

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Se passou um ano e meio, eu consegui enfim acabar com meu casamento que não deveria ter acontecido. Minha mãe me deu toda força que eu precisava. Agora minha vida era trabalhar na empresa de Marketing da mamãe e no meu tempo livre eu ia ficar com a Du. Já se passou esse tempo e ela ainda não acordou. Era um domingo a tarde, cinzento. Desses que só de olhar pela janela você fica cabisbaixo por falta do azul no céu. Eu estava no quarto com a Du, estava fazendo o de sempre, segurando sua mão e falando. Vai que ela escuta né!? Foi em um momento que estava totalmente distraída que ela apertou minha mão. Fiquei sem reação, não sabia se sorria ou se chorava. Ela abriu os olhos devagar, sem entender onde estava e me olhou com um olhar doce, o olhar que me faz sentir protegida. Eu saí louca do quarto procurando uma enfermeira. Eu estava querendo gritar e sair pulando de felicidade, tô parecendo até uma criança.
E

nquanto a enfermeira cuidava da Du, eu aproveitei pra mandar mensagem pra mãe dela que tinha ido pra casa descansar um pouco.

" A Du acordou! Vem o mais rápido possível porque ela vai da ataque por causa do cabelo que tá grande! Bjs"

Voltei ao quarto e ela me olhava de um jeito triste, era de partir o coração.

- Já avisei sua mãe que você acordou. - digo com um sorriso bobo.
- Sério que já tem muito tempo que tô aqui? - pergunta ela surpresa.
- Sim! Ficou um ano e meio aqui.
- Perdi muita coisa?
- Algumas coisas mudaram, acho que você vai gostar! - digo e vou abraça-lá, apesar de estar ali com ela ao longo desse período que esteve em coma, a saudade estava enorme!

Minha Melhor AmigaOnde histórias criam vida. Descubra agora