All We Have Is Now

Capítulo 7

Depois de uma conversa rápida em meio ao barulho da festa, Camila e eu estávamos nos dando super bem - ao meu ver - até que ela se foi. Essa menina quer me deixar louca! De início ela sumia, não falava comigo, tinha um ar delicado e agora estava me provocando. Ela realmente me surpreendeu! Espero que ela volte. - Pensei sozinha no bar.

Eu fiquei tão aérea com o que aconteceu que eu até esqueci que iria voltar dirigindo e acabei tomando as duas bebibas que eu estava segurando para a Normani, enquanto eu esperava na sala ela terminar uns papos com um menino muito bonito. É bom ela conhecer alguém por aqui, assim ela não fica só implicando comigo por causa da Camila. E de lá dava para ver a Camila também. Eu vi muita coisa que não queria.

Enquanto eu olhava a Normani conversar, ao mesmo tempo eu presenciava Camila e o namorado dançando e se beijando. Com certeza era uma das coisas que eu não queria ver, mas tinha que me controlar. A cada olhada que eu dava de raiva por ele estar agarrando a minha garota, eu virava a cara com o maior desgosto do mundo. É como aquela música "Te roubar pra mim e te fazer feliz", isso é exatamente o que eu queria fazer: roubar ela daquela festa e a fazer a mais feliz do mundo em algum lugar só nosso. E também, como diz o ditado "Tinha uma pedra no caminho." Ela parecia gostar dele, ou seja, roubar ela dele vai demorar um pouco..

Algum tempo depois, o menino que estava conversando com Mani vai embora e ela acena para mim. Acho que o papo não deu ganho.

- Não rolou nem um beijinho? - Já chego perguntando

- Ah, não.. Ele estudou comigo na 1 série. É incrível como ele lembrou de mim! Por que eu mesma não o reconheci - risos

- Ele veio falar com você só para isso?

- Foi - Mani diz rindo.

- E eu fiquei ali sozinha achando que hoje você ia se dar bem, pra saber que foi só isso? Eu devia ter atrapalhado a conversa.

- Besteira sua, devia ter vindo ué. E aposto que ali não tava nem tão ruim porque eu vi você secando a Camila.

- Ah sim! Você viu a gente no bar?

- Vi sim e aí? - Mani se aproxima e sente meu cheiro - Tu bebeu também né?

- Foi só um pouquinho. Ta demais? Minha mãe não pode nem saber. Foi para tomar um pouco de coragem. - Digo afobada e saio falando tudo e gesticulando ao mesmo tempo - Ela tava do meu lado, estava muito cheirosa! Ela me deixou bestinha. Ela não poderia ter feito isso! Ela estava muito atirada, ela perguntou se eu mordia mesmo!!

- Menina, calma! Respire! Pronto? Agora fala.

- Mani, eu disse que eu não mordia se ela me respondesse e ela me perguntou se eu mordia mesmo. Ainda ficou me olhando tentando me seduzir. - Dou uma olhada pra ela.

- E conseguiu né. E eu ja vi que de vez enquando ela olha pra cá..

- Sério, rolou um clima entre a gente. Depois eu pedi para ela voltar, mas ela foi embora sem dizer nada. - ajeito o cabelo colocando ele para trás.

- Pode até ter rolado um clima, mas ela está no bem bom com o namorado ali.

- É eu vi.. Mas enfim, não sei. - virei pro outro lado dando as costas para eles e conversamos sobre coisas aleatórias.

Eram quase 1h da manhã e estávamos perto da piscina conversando com uma galera da escola; e nada da Camila ficar sozinha. E aquele agarrado deles estava me dando nos nervos. Ele não deixa ela em paz e ela nem olhou pra cá novamente. Em meio as conversas paralelas e olhares incontroláveis, lá vem o Joh de novo. Ele estava mais bêbado que da outra vez. Estava sem camisa, sem os tênis e sem controle algum. Conversou um monte de besteira e ainda tentou me agarrar, mas foi contido por um caras que estavam com a gente. De repente um amigo dele, que já devia ter feito isso há muito tempo, o pegou pelo braço e levou ele para casa. Ele estava falando tão alto que chamou a atenção de todos. Todo mundo estava olhando pra gente, e eu procurando alguém que eu não estava encontrando.

Depois que John se foi, eu não estava mais vendo a Camila. Fui até a sala e a cozinha, e nada dela estar lá. Até na porta do banheiro eu esperei uns minutos.. Ela foi embora. E eu pedi para ela voltar.. - Pensei alto batendo o pé no chão.

- Ela já foi - Falei para a Mani

- Osh, já? Mas ela num ia voltar?

- Ela não disse, eu só pedi. Enfim.. O John já foi - Levanto as mãos pro céu agradecendo. E a gente também vai. Meu pai acabou de ligar.

- Minha mãe! - Falo ao lembrar que não liguei para ela ao chegar - Esqueci de ligar para ela. - olho a hora - E nem vou ligar mais.. Melhor a gente ir mesmo.

Antes de ir pedimos mais umas bebidas para tomar: uma cerveja para a Mani e um refri para mim. Eu não podia chegar aparentando estar bêbada e nem cheirando a álcool. Então passei um pouco de perfume que Mani tinha na bolsa e tomei meu refri. Ainda dei uma pequena olhada para conferir se ela não estaria por lá. Mesmo sendo uma chance perdida, eu não hesitaria em gastar todas as chances.

Nos despedimos do pessoal e fomos embora. Eu tive que dirigir devagar, pois eram mais de 1h da manhã e eu tinha bebido um pouquinho. Eu não queria arriscar nada. Durante o caminho Mani e eu fomos conversando sobre a festa, os gatinhos e os babados. E já que uma coisa leva a outra, acabamos falando da Camila - como sempre -. Eu preciso, sempre, colocar tudo que eu penso e sinto pra fora ou aquilo ia ficar pesando na minha cabeça. E melhor amiga também é pra isso: nos ouvir. E pode reclamar também, eu sei que sou chata. Eu apenas falei o quanto ela estava linda umas 300 vezes e como eu fiquei com raiva daquele namoradinho dela. Finalmente chegamos na casa da Normani e ela estava quase dormindo.

- Está entregue, monamu. - digo parando em frente a casa da Mani.

- Obrigada pela carona. Você tá bem mesmo para ir sozinha pra casa?

- Estou sim, vlw! Boa noite - me aproximo e dou um abraço. Mani retribui com um bjo na bochecha.

Ao chegar em casa meus pais estavam dormindo. Amanhã levarei uma leve bronca por não ter ligado para avisar, mas é de boas. Tomei um banho gelado para relaxar e fui pro quarto. Eu olhei para a parede quase terminada, eu estava cheia de idéias, mas eu não sabia como expressar bem para que ficasse legal. Não vou negar que queria escrever alguma coisa sobre tudo o que está acontecendo, mas acho que agora não era a hora. Eu não podia ir tão fundo em algo que eu não sentia chão. Na verdade, ela me dá chão, mas depois tira. No fim, da na mesma coisa. Fico sem saber o que fazer.

Ajeitei a poltrona em frente à janela e me sentei reclinando a cadeira. A lua estava meio distante, e as nuvens que estavam ofuscando-a indicavam que iria chover. Engraçado que estava chovendo no meu último sonho com a Camila. É inevitável não pensar, mas aquele olhar da Camila para mim mexeu muito comigo. Não pareceu ser nada do que apenas um olhar, mas me disse tanta coisa. Eu já sofri tanto com esses olhares dela.. Mal posso esperar a hora dela poder me mostrar o que eles significam.