Seal me with a kiss, father

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Louis definitivamente era outra pessoa depois que conhecera Harry. Duas semanas se passaram desde que saiu do hospital e ele e o padre estavam se encontrando todos os dias, ou quase todos. Louis estava fazendo o tratamento, tomando uma quantidade significativa de remédios, mas sabia que o que realmente ajudava era ter aquele moreno alto de covinhas por perto.

Ele tentou por algum tempo evitar pensar a respeito e negar pra si mesmo que estava se apaixonando pelo padre. Só que chegou uma hora em que ele não tinha condições de fazer isso.

Havia se conformado. E sabia que estava mais ferrado do que já estaria naturalmente.

No final de semana em que Harry precisou viajar para alguns compromissos em algumas cidades ao redor de Roma, Louis ficou em casa pensando exatamente no que estava acontecendo entre eles. O padre era inteligente, estudado, sensato e tinha um otimismo que chegava a irritá-lo às vezes, isso sem mencionar sua paciência excessiva, mas ele sabia que o moreno não fazia ideia dos reais sentimentos de Louis.

Imaginou a cena mais de uma vez: ele declarando todo seu amor pelo padre e Harry simplesmente, com toda aquela calma, dizendo que Tomlinson estava confundindo as coisas e que deveria orar pra pedir orientação.

Se Harry dissesse qualquer coisa parecida a isso a ele, provavelmente o socaria, não importando se ele usava uma batina e um crucifixo.

Ele passou a tarde sentado ao piano esperando Harry. Havia ensaiado a música que tinha composto para o padre e prometeu que tocaria piano pra ele naquele dia, depois de tanto adiar. Claro que Harry não sabia que a música era exatamente pra ele.

Estava bem disposto àquela tarde e fazia um calor razoável. A janela grande da sala estava aberta e a claridade dava uma visão do piano de cauda. Não estava mais tão empoeirado e agora era digno de estar lá, já que um verdadeiro pianista tinha voltado a dançar com seus dedos.

XxX

Harry preparava-se para sair mais uma vez, iria até a casa de Louis como de costume. Finalmente ele havia concordado em tocar uma música pra ele no piano, depois de tanta insistência sua. Harry estava animado, e não se acostumava nunca com aquela sensação de ansiedade e excitação que sentia toda vez que ia encontrar aquele homem.

Ficava feliz? É deveria ser aquilo mesmo, afinal, era a primeira vez que ele tinha essa relação de amizade tão próxima a alguém.

— Filho, você está saindo? – O sacerdote Jeffrey Dean Morgan encontrou o jovem padre quando ele deixava a igreja.

— Sim. – Ele sorriu, feliz. – Vou ver Louis.

O sacerdote Morgan suspirou e Harry diminuiu o sorriso.

— Algum problema, padre? – Ele perguntou desconfiado.

— Harry, sente-se, por favor. – ele apontou para um banco na última fileira da igreja, perto da porta de saída.

O padre Harry estranhou a colocação, mas obedeceu. Ambos estavam vestidos com a mesma roupa. Calças, camisas e sapatos pretos, apenas com o detalhe branco na gola, entretanto o sacerdote estava com um casaco preto.

— Algum problema, senhor? – Harry pareceu ligeiramente preocupado ao ver as feições de Jeffrey, um olhar um pouco confuso, como se procurasse as palavras para falar sobre aquilo.

— Não acha que tem passado tempo demais com esse moço, o Louis?

— Acho que sim. – Ele sorriu novamente. – Acho que passo muito tempo com ele. Mas demais o senhor quer dizer 'além do normal'?

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