I'm a sinner

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Harry deixou que Louis comandasse o beijo. Os dois frente a frente, Tomlinson tinha agora as duas mãos no rosto do padre, que apenas acompanhava todos os seus movimentos. O beijo era calmo, mas intenso, e Harry não deixou de pensar que era exatamente como Louis havia falado. Na realidade, era muito melhor. Assim ficava fácil entender o que ele quis insinuar quando falou que Harry não sabia o que estava perdendo.

Para a surpresa de Louis, o padre não parecia tão tímido enquanto tentava fazer aquilo. Sem jeito e um pouco atrapalhado é verdade, mas estava se saindo muito bem. Ele sentia a respiração pesada fluir, movimentando seus ombros enquanto se permitia tocar naqueles cabelos, correndo os dedos pelos fios macios, como se compensasse todas as coisas ruins pelas quais ele já havia passado.

Harry tocou as mãos de Louis enquanto, devagar, soltava sua boca da dele. O mais baixo achou que seu coração agora iria parar definitivamente. Os olhos verdes se encontraram com os azuis e, de repente, uma onda de pânico correu por todas as terminações nervosas de Louis, enquanto o padre calmamente afastava o rosto sem desviar o olhar.

— Me desculpe... – Harry sussurrou fechando os olhos. Louis podia ver que agora ele era a materialização da confusão de sentimentos.

— Não. – respondeu após um suspiro.

— O que? – O padre disse, sem entender.

— Não vou te desculpar. – Louis sorriu, mais com os olhos do que com os lábios. – Não está arrependido, dá pra notar.

Harry levantou-se e deu as costas para o outro andando até o meio da sala. Louis tinha razão, ele não estava arrependido e muito menos queria se desculpar.

— Mas esse é o problema. – Harry disse sentindo suas mãos começarem a tremer. O pianista levantou-se também e foi até o centro da sala onde o outro estava. – Eu não estou arrependido.

Louis tocou-lhe gentilmente o ombro, fazendo-o se virar para encará-lo. Os olhos verdes de Harry de repente não eram mais tão inocentes, estavam mais escuros e a respiração ainda era um pouco ofegante. Ele imaginou que era exatamente pelo seu toque que o padre voltou a ficar nervoso.

— Você está apaixonado por outra pessoa. – Harry disse por fim.

— Eu estou apaixonado por você, seu imbecil. – O pianista sorriu aproximando-se ainda mais de Harry.

— Louis, eu sou...

— Padre, eu sei. – Tomlinson completou a frase pelo moreno. – Mas está apaixonado por mim também.

Era impossível não ver, agora tudo ficou mais claro inclusive para Harry. O padre não sabia o que dizer. Estava confuso, nervoso e sentia seu cérebro todo dar um nó cego. Tudo que ele tinha vivido até ali pareceu finalmente fazer sentido e ao mesmo tempo inverter todas as suas convicções. Estava perdido, completamente perdido. Ele ainda olhava Louis que esperava uma reação, e esta veio quando ele simplesmente se afastou, como se de repente começasse a se punir pelo que estava sentindo.

— Eu preciso ir. – Foi a resposta do padre enquanto já se encaminhava para a porta.

— Harry, vamos conversar, por favor. – Louis tentou impedir, mas sem sucesso. O padre continuava andando. – Não fuja disso, estou falando sério! Só vai piorar as coisas, acredite. Vamos conseguir lidar com isso, ok? – ele tentava explicar, mas Harry já estava com a mão na maçaneta da porta.

Louis se aproveitou de um momento de hesitação, em que o padre ficou imóvel e calado, buscando coragem para sair dali, e falou quase num sussurro perto do ouvido dele:

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