My Little Crush

Sonhos

Sirius estava convencido de estar sonhando. Já tivera o mesmo sonho antes e o final era sempre o mesmo: ele acordava, e a linda mulher que estava em seus braços desaparecia.

Mas desta vez Sirius não deixaria isso acontecer. Ele simplesmente não acordaria. Isso mesmo. Manteria os olhos cerrados para sempre, se necessário fosse, mas valeria a pena, claro que sim. Quem precisa de água e alimento quando se tem um corpo feminino generoso para abraçar? Ele estava muito feliz. Imagine se estragaria isso acordando.

E então aconteceu algo diferente de todos os outros sonhos. O corpo que abraçava se mexeu e se enroscou nele, com o rosto entre seu peito e ombro.

Ondas de dor lhe percorram todo o corpo. Isso também jamais acontecera em um sonho. Black abriu os olhos.

Por Merlin! O sonho se tornara realidade! Ele acordou e encontrou Marlene em seus braços!

Verdade, ele estava com muita dor. O ombro que batera com tudo na beira da cama na noite passada estava em chamas. Ainda assim, quando Sirius focalizou Marlene na luz suave da manhã, desde o cabelo escuro e denso espalhado sobre os travesseiros até a boca vermelha entreaberta, facilmente esqueceu a dor. Nunca acordara na companhia de uma mulher. Dormir com as garotas que Sirius ficava era uma atitude censurada por seus companheiros de quarto. Principalmente por Remus. Por isso sempre que acabava transando com uma garota tinha de inventar uma desculpa para manda-la embora ou, o mais recorrente, inventar uma desculpa para se mandar embora.

Ele sentiu ela se mexer novamente e seus lábios, que o garoto ainda olhava, curvaram-se num suave sorriso, como se ela estivesse sonhando com algo agradável. Ele não resistiu, como poderia? Aproximou-se e lhe de um beijo calmo e suave. Isso era bom, muito bom. Somente depois de mais um beijo ela começou a acordar. Sirius jogou a cabeça contra os travesseiros e fez sua melhor cara de inocente.

- Bom dia – disse Black, muito agradável.

Lene piscou.

- Você estava me beijando?

Sirius franziu o cenho e piscou varias vezes. Ergueu a cabeça e se apoiou nos cotovelos.

- Do que você esta falando?

- Você sabe muito bem do que estou falando.

Mas Marlene não parecia incomodada. Ela se afastou dele, rolando de barriga para cima e se espreguiçando como uma gata.  De repente, arregalou os olhos percebendo que não lembrava de quase nada da noite passada. Sirius, deitado a pouco centímetros, observava, fascinado, as íris dos olhos de Marlene passarem de azuis a pretas.

- Sirius! – disse ela com uma expressão de pavor. – o que nós fizemos? Por favor, me diga que não fizemos nada!

Ele deu de ombro, embora isso causasse uma dor aguda em seu ombro.

- Eu não fiz absolutamente nada – respondeu ele, fingindo indignação. – Estava aqui, dormindo calmamente após beber com meus amigos, quando acordei e me vi sob um ataque. Defendi-me da melhor maneira que pude, mas você estava muito ardente Marls. Creio que, por fim, eu simplesmente cedi as suas exigências sexuais.

Marlene o encarou com seus grandes olhos azuis, sentia seu rosto ficar cada vez mais corado.

- Diga que esta brincando. – ela implorou – diga que esta brincando comigo Black.

Ele a olhou com uma expressão muito seria.

- Eu estou brincando. – Mas a garota continuava apavorada. – É serio, eu estou brincando.

Ele começou a dar risada, e um segundo depois Marlene já tinha pegado um travesseiro e o batia em sua cara e peito repetidamente.

- Ah, Merlin, Black! Como pode fazer piada com isso? – Ela apesar de muito indignada já sorria.