Terceira Parte

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"Já fez um pedido a uma estrela cadente, sr. Darcy?"

Ele simplesmente a olhou e sorriu, "Somente uma vez, srta. Bennet."

"E qual foi o resultado?" ela murmurou, evitando seu olhar.

"Sucesso absoluto," ele disse suavemente.

A mão de Elizabeth voou voluntariamente até a própria face. Ambos se recordavam das exatas palavras ditas em sua conversa no sonho, as palavras que acabavam de ser repetidas. Ambos se recordavam que no sonho o sr. Darcy beijara a srta. Elizabeth no rosto imediatamente após a última frase.

Ela lhe deu as costas muito embaraçada e confusa. O coração dele batia descontrolado. Ele respirou fundo para se recompor. O que estava acontecendo? Era impossível que os eventos do sonho estivessem realmente ocorrendo. Era mais fácil crer que ele e Elizabeth tivessem tido o mesmo sonho - embora isso já fosse mais do que inacreditável. Mas a existência da rosa e dos espinhos provava o contrário.

Por fim, ela se voltou para ele novamente. "Perdoe-me. Creio que já é hora de voltar para casa. Com sua licença."

"Permite-me a honra de acompanhá-la até Longbourn?"

Elizabeth não sabia o que fazer. Tudo o que queria era se afastar dele. Ainda assim, ela não queria ofendê-lo. "Não é necessário."

"Seria um prazer."

Ela nada pôde senão consentir. Caminharam à margem do rio por um tempo, parando para pegar o cavalo de Darcy, antes de ganharem a trilha que levava a Longbourn. Pouco falaram, e apenas sobre o tempo e a paisagem. Ambos se sentiam estranhos e desconfortáveis, incertos do que acontecera ou estava acontecendo entre eles. Ao chegarem à casa, Elizabeth convidou Darcy a entrar para um refresco.

Só o fez por educação, mas ele aceitou. Ele estava tão confuso quanto ela e preferia evitar a companhia da família dela com os eventos da manhã pesando em sua mente, mas esperava compreender o que estava acontecendo entre eles, permanecendo a seu lado por mais tempo.

Ao entrarem na casa, ele notou que ela depositou a rosa cuidadosamente sobre uma mesa do vestíbulo antes de encaminhá-lo à sala de estar.

Antes que ela entrasse, sua mãe começou a falar, "Aí está você, Lizzy, onde esteve toda a manhã? O sr. Collins está aguardando uma chance de falar com você, pois tem algo muito particular..." A sra. Bennet se deteve abruptamente ao perceber o sr. Darcy entrando depois de sua filha, "Ora, sr. Darcy, que agradável surpresa. Não esperávamos vê-lo enquanto o sr. Bingley estivesse em Londres." A sra. Bennet pediu, então, para que Lydia tocasse a sineta para providenciar o chá.

Elizabeth ficara intensamente ruborizada ao ouvir a sra. Bennet se referir às intenções do sr. Collins em relação a ela na frente do sr. Darcy. Este ouvira a repreensão da sra. Bennet e compreendera a que ela aludira.

Elizabeth notou que Charlotte estava presente e que estivera conversando com o sr. Collins, e sentou-se a seu lado.

Enquanto se acomodava em uma cadeira em frente a Elizabeth, o sr. Darcy respondeu, "Eu encontrei a srta. Elizabeth caminhando esta manhã e me ofereci para acompanhá-la até aqui."

"Quanta gentileza de sua parte, senhor," respondeu a sra. Bennet.

Nesse momento o sr. Collins interrompeu a conversação para informar ao sr. Darcy da grande honra que sentia por se encontrar em companhia novamente, e tão prontamente, do sobrinho de sua estimada patronesse. A sra. Bennet sorriu com o discurso, sem dúvida por admirar a beleza de suas palavras e a destreza com que ele mudara o assunto. Ela retomou a palavra, dizendo "Estávamos justamente comentando sobre o baile de ontem à noite em Netherfield. Espero que tenha tido uma noite agradável, sr. Darcy."

Vislumbre || Orgulho E PreconceitoOnde histórias criam vida. Descubra agora