Descobri que as pessoas não querem se sentir sozinhas

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Descobri que elas inventam as mais doidas atividades no sábado à noite pra que a solidão seja compartilhada ainda que com o colega de curso. Descobri que a ilusão de ser e estar é realmente utopia, por que ninguém realmente o é ou unicamente está. Descobri que todas as pessoas têm fraquezas e que não enfrentá-las não fará com que desapareçam, mas sim, acumulem. Descobri também, que todos os casamentos têm problemas, e que todos os problemas têm solução, só não tem solução casamentos que tenham problemas sem solução, ou seja, casamentos aonde casais não queiram buscar uma solução. Descobri também, que para todas as soluções destes problemas existe um fator principal, alguém que cause reações, iniba ações controversas, ouça, aconselhe quando plausível e ame quando for necessário fazer a pessoa sentir-se amada, neste caso, sou eu.

Eu sou a pessoa que está presente quando as lágrimas rolam, quando os gritos são a única forma de alguém ouvir, a que está como primeiro contato da lista telefônica e a última ligação realizada no celular, aquela que leva os filhos e busca, e quando precisa ir ao mercado enfrenta a fila, e também quando o cartão do banco tranca fala com a gerente, sub-gerente, adjunto e tal.

Numa cidade de 40 mil habitantes temos 5 escolas de informática e ensino profissionalizante. Algumas pessoas se capacitam para ensinar o vício do século: informática.

As pessoas não vivem mais sem se comunicar via internet.

Quer dizer, entre um abraço e outro, há aquele minuto em que os olhos correm para a tela do computador pra ver se alguém está chamando a atenção no MSN ou se entrou algum outro scrap no Orkut, ou ainda, um novo tweet.

Eu resolvi digitar, porque escrever se fazia antes do computador, num tempo remoto aonde as cartas eram aguardadas com ansiedade; hoje você tem um bonequinho segurando uma bandeja com um envelope em cima dizendo: "A new message!". E as mensagens se espalham, viram spams, e-mails em massa, cópias e cópias de cópias que alguém fez e outro ser humano encaminhou e re-encaminhou e assim sucessivamente.

É intrigante e avassalador o clima de natal. As pessoas se movimentam como formiguinhas juntando comida pro inverno. É um batalhão que ruma a um único objetivo: comprar presentes. Alguns esperam notebooks, outros esperam tvs de plasma e febre são os i phones e wi fi e toda esta parafernália que movimenta o comércio mundial. O sentido do Natal? O amor ao próximo? Jesus Cristo? Ascensão? Ressurreição? Qualquer que seja o "ão" combina apenas com a única palavra que movimenta nesta época: presentão. E as crianças querem, os adolescentes querem, os adultos querem, os idosos querem; e ai daquele que venha com a tal da lembrancinha, é melhor trazê-la junto com uma vela de sete dias porque a reza vai ser brava.

:_A

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