Capítulo 10

9.6K 880 56
                                    


Nt: Antes de tudo, quero dizer que irei abordar um assunto um pouco diferente, por isso vou demorar um pouco pra postar, pois irei pesquisar muito sobre ele. Quero fazer uma história legal, e com assuntos mais verdadeiros possíveis. 

Boa leitura! 

Joshua 

"Tem certeza que é isso o que você quer Joshua?" Alex pergunta assim que paramos o carro em frente a uma grande casa, com um grande gramado e brinquedos espalhados pela entrada.

"Sim. Eu preciso fazer isso." Eu digo saindo do carro.

"Tudo bem"  Alex resmunga e segue atrás de mim. Paro na porta e toco a campainha, poucos minutos depois aparece uma senhora com o cabelo preso num coque, ela deve ter no máximo cinqüenta anos, veste um terninho e o seu tom é profissional quando nos cumprimenta.

"Ola Sr. Adams, estávamos a sua espera. Acompanhe-me" Ela diz e abre passagem para que possamos entrar na casa, seguimos por um corredor com algumas portas e entre eles podemos ouvir chorinhos de bebês e algumas risadas de crianças mais velhas. Entramos num escritório, e em suas vemos fotos de crianças de todas as idades, algumas em passeios, outras indo à escola. Olho em volta e é tudo realmente voltado para o lazer infantil.

Sentamos em um grande sofá de couro branco, e a senhora senta-se a nossa frente, cruza as pernas e nos olha com um carinho no olhar.

"Sou Margareth, mas pode me chamar apenas de Meg. Quando recebemos sua ligação, ficamos muito felizes em ajudar, não é sempre que temos pessoas interessadas na adoção, e esse é um caminho que as pessoas utilizam em ultimo caso, mas como eu vi, não é o seu caso. Correto?" 

"Correto. Minha mulher foi diagnosticada com problema no útero e que não poderia ter filho, mas estamos recorrendo a tratamento. Mas eu quero me informar também sobre a adoção, e depois conversar com ela." Eu digo e vejo que Meg anota alguma coisa em um grande fichário.

"Entendo. Espero que dê tudo certo pra você e sua mulher" Ela diz carinhosamente e começa a me fazer um interrogatório, vejo de canto que Alex observa tudo.

***

Estamos visitando as crianças e ouvimos a história de todas elas. Umas são abandonadas em frente ao lar de adoção sem ao menos ser identificada, outras famílias morreram e não tinham com quem ficar, mas uma em especial me chama a atenção. Evangeline, é uma menininha de dois anos e meio, foi diagnosticada com autismo e a mãe dizia não ter condição de arcar com os tratamentos e nem ter estrutura para cuidar da criança, acabou deixando-a para adoção. Ao ouvir a história da pequena, meu coração se enche de amor por ela. 

Ela é linda, tem a pele branca como um algodão, os olhos são pretos e os cabelos lisos da mesma cor dos olhos. Seu olhar é distante, e triste. Ela está sentada brincando de empilhar pequenas peças de lego. Vejo que as outras crianças não se aproximam dela, e Meg explica que crianças autistas são difíceis de interagir com outras crianças, mas que ela está aprendendo a relacionar com seus amiguinhos. 

"Ela é uma criança muito especial Joshua. Merece uma família que atenda a todas as suas necessidades, uma casa com muito amor, carinho, compreensão e acima de tudo, muita paciência." Ela diz e vejo o olhar de carinho com que ela olha pra Evangeline. 

"Ela terá tudo isso se for morar comigo e com minha mulher. Terá uma casa grande, com quintal meu filho tem coelho e até um peixe. Ela será muito amada." Eu digo sorrindo e ao olhar o resto das crianças, vejo Alex ajoelhado brincando de carrinho com um menino que deve ter no máximo quatro anos. Vejo o olhar dele pra criança, e sei exatamente o que ele está pensando. 

"Bem, a sua ficha e de sua esposa é muito boa. Iremos mandar pra revisão e se for aceita, entraremos em contato com vocês, depois enviaremos uma assistente social pra uma conversa de rotina como manda o protocolo, e então vocês poderão ficar com a Evangeline. Traga um dia a Sr. Adams para conhece-la, é importante que a criança passe um tempo com os futuros pais, irmão, a família no geral." 

"Pode ter certeza que farei isso. Agora preciso ir, tenho um compromisso em meia hora." Eu digo e cutuco Alex para que ele levante. 

"Bom, eu retornarei aqui com minha esposa Meg." Alex diz sorridente. 

"Será um prazer." Meg diz enquanto nos acompanha até a porta, nos despedimos e vamos embora. 

*** 

Hoje é o dia da terceira dose da injeção de Nathalie, teremos que nos acostumar a repetir esse processo sempre. Ela já vem apresentando alguns efeitos colaterais, perdeu um pouco de peso, algumas manchas roxas começaram a aparecer em sua pele, o cabelo está perdendo um pouco do brilho, mas pra mim ela continua a mulher mais linda do mundo, e eu a amo mais que antes. Amo por ela ser essa mulher forte, eu a amo por tudo o que ela é capaz de passar e continuar com um sorriso lindo nos lábios. 

Depois de ter a roupa trocada, estar deitada e Dra Eliza vem até ela, hoje ela explica que a injeção será aplicada no quadril, e pode ser mais doloroso do que antes e Nath apenas assente e pega na minha mão. Enquanto a médica limpa o local que será aplicado, e testa a seringa, eu aproximo meu rosto do de Nath e beijo carinhosamente sua boca, colo minha testa na dela e sussurro "Logo teremos um bebê, vai ficar tudo bem. Eu te amo, e estou aqui com você."

"Preparada querida?"  Dra Eliza pergunta e fura a pele de Nath com a agulha.

"Shh... tá tudo bem" Eu digo enquanto aperto a mão dela e ela puxa meu corpo de encontro ao seu. Sinto minha garganta se fechar e meus olhos queimarem, mas não irei chorar agora. É triste ver o que ela está passando, a dor que sente, mas eu preciso ser forte por ela. Preciso ser a sua rocha nesse momento. 

"Acabou. Pode se vestir, e as recomendações são as mesmas de sempre. Te vejo daqui há duas semanas querida, e fique bem" A médica diz e sai da sala nos deixando a sós. 

Depois de um bom tempo, Nathalie se sente bem pra ir embora e seguimos pra nossa casa. Ela está quieta, com o olhar distante e na mesma hora lembro-me de Evangeline. Suspiro ao lembrar daquela pequena menina que é tão pequena e já sabe o que é sentir dor, já sabe o que é sofrer. 

"O que você diria se eu disse que penso em adotar uma criança?" Eu pergunto a Nathalie e ela demora alguns segundos pra responder. 

"Eu ficaria feliz" Ela diz simplesmente e sorrir, um sorriso fraco mas que chega até os seus olhos.

"Ficaria feliz, felizona? Ou feliz, felizinha?" Eu pergunto rindo e ela rir. Isso, consegui arrancar uma risada dela.

"Ficaria feliz, felizona. E eu faria de tudo pra ouvir essa risada linda que você tem Joshua" 

"Não. Eu faria tudo pra te ver feliz, pra te ver sorrir ou gargalhar. Eu faria de tudo por você, porque eu te amo e você sendo feliz eu sou feliz." 

"Eu te amo" Ela diz no momento em que paro com o carro na garagem.

"Eu sei" eu digo sorrindo e saindo do carro. Abro a porta pra ela e a ajudo sair do carro, e seguimos em direção a nossa casa. 

Assim que entramos, somos recebidos por Julia, Alex, Elizabeth gritando e Benjamin correndo atrás do coelhinho, quando eles notam nossa presença, correm pra ajudar Nathalie a sentar. Conversamos, rimos, brincamos e por algum momento esquecemos os nossos problemas, e entramos num mundo onde tudo é perfeito. 


Recadinhos! 

• Teremos uma nova personagem!!!! Que amor será essa menina, meu Deus! E como eu disse, vou ter um trabalho extra pra escrever essa história, então por favor entendam a minha demora.

• Comentários e votos, quero saber o que acharam. Eu particularmente tô  adorando escrever essa história, tá sendo um aprendizado legal.

Nos vemos na próxima, beijo pessoal!!! ♥

DE REPENTE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora