EPÍLOGO.

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Boa leitura!

Cinco anos depois – Rio de Janeiro – Angra dos Reis.

Acordo com uma brisa suave que entra pela grande porta do quarto, rolo pro lado e passo a mão no espaço vazio da cama, e o sinto frio. Joshua já deve ter levantado. Sorrio ao pensar que as crianças vieram correndo no quarto e pra que não me acordasse, ele as levaram pra praia. Ouço gritinhos agudos vindo do lado de fora, e logo uma risada grossa. Sei que Rose deve ter aprontado alguma coisa com Benjamin, e Joshua não conseguiu lhe dar uma bronca.

Olho pro relógio e vejo que já passa das dez horas, e resolvo levantar. Quero aproveitar os últimos momentos de nossas férias em família com os meus amores. Vou até o banheiro, e paro em frente ao espelho e por um momento não reconheço a mulher que eu vejo no reflexo. Essa mulher que eu vejo está mais madura, com um olhar aguçado. Segundo Joshua, eu me tornei uma fera que defende sua família com unhas e dentes se for preciso. Tenho que concordar. Preparo um banho relaxante na banheira, jogo algumas gotinhas dos meus sais preferidos, assim que entro sinto meu corpo relaxar, apoio a cabeça no encosto da banheira e reflito em como a minha vida mudou. Acaricio minha barriga de três meses de gravidez e deixo meus pensamentos viajarem pra um passado não tão distante.

Tínhamos acabado de chegar da festa de aniversário de sete anos de Benjamin quando o telefone tocou. Era meu pai telefonando pra avisar que minha mãe havia parado no hospital com fortes dores de cabeça, e que o resultado não era um dos melhores. E foi ai que tudo começou. Eu e Joshua nos revezávamos entre cuidar de Rose e Benjamin, enquanto eu ia pro hospital ficar com minha mãe e meu pai. Mamãe foi diagnosticada com um tumor raro no cérebro e não tinha muito tempo de vida, e que o máximo que poderíamos fazer era ajuda-la a viver os seus últimos dias de vida. Lembro-me que ela me pediu perdão por tudo o que havia feito comigo, e que ela só descansaria em paz se eu lhe desse a minha palavra. Eu chorei e disse que não tinha o que perdoar, e que eu a amava acima de tudo. No dia seguinte, veio à notícia de que ela havia falecido. Eu fiquei sem chão, mas graças a Deus, eu tinha Joshua, meus filhos e minha família comigo. Vencemos mais essa barreira, e seguimos mais fortes que nunca.

Meu pai passou a frequentar mais a nossa casa, e quando eu percebi, ele já estava abrindo uma filial da sua empresa de arquitetura perto de nossa casa e se mudando pra um lugar mais próximo, segundo ele, gostaria de participar mais da vida de seus netos, e a vida era muito curta pra não aproveitar esses momentos. Fiquei feliz, pois o que eu mais queria era que meu pai fosse feliz comigo ao seu lado, e estávamos sendo.

Minha vida estava melhor do que eu poderia imaginar. Alex, Julia, Cassie e Matthew faziam parte constante dela. Um ano depois veio a notícia de que Cassie seria mamãe, Matthew não se aguentava de felicidade, e como sempre, Joshua e Alex fizeram suas apostas sobre o parto e mais uma vez, Alex fez questão de filmar tudo. Corinna e Lucas nasceram no verão, um casalzinho de gêmeos mais lindos do mundo. Matt como era de se esperar, caiu duro quando foi cortar o cordão umbilical e isso gerou uma grande euforia na sala de parto, e graças ao Alex, tudo ficou registrado.

Elizabeth estava à coisa mais linda do mundo. Deixava Alex de cabelos em pé, e quando começou a ir pra escolinha, disse que tinha arrumado um namoradinho e isso fez com que Alex fosse parar no hospital alegando que estava sofrendo um infarto. Julia não se aguentava de tanta felicidade ao ver a sua menininha crescendo. Os pais de Julia também se mudaram para nossa vizinhança, segundo o seu pai, ele não tinha mais idade para morar na praia, mas fazia questão de que os netos – Elizabeth, Benjamin e Rose – fossem visitar a Califórnia quando fosse mais velho, e por esse motivo, ele continuou com a sua casa em Orange County

DE REPENTE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora