Depois um tempo de choro pela tarde, enfim peguei no sono, mas aí vieram os sonhos... sonhos completamente estranhos. Eu estava em frente a uma grande janela que não possuía vidro e olhava para o exterior. O exterior queimava em diversos lugares e diversos seres horripilantes caminhavam até mesmo por cima do fogo, muitos eram animais em formas humanoides e outros não dava nem para explicar. Carregavam pessoas sejam pelas pernas ou pelos cabelos, levavam-nas como simples brinquedos de pano, arrastando pelo chão. Virei meu rosto tentando afastar os olhos daquela visão e percebi que estava em um grande salão, e não estava sozinha.
Havia pelo menos cinco pessoas comigo na sala, mas eles pareciam não notar minha presença, como se eu fosse totalmente invisível. O que mais se destacava era o homem que estava sentado na cadeira, que parecia com um trono. Sua cabeça estava baixa e escondia seus olhos, seu cabelo era liso e caia até o meio de sua testa com um corte pequeno, estava sem camisa e seus músculos eram de uma perfeição que eu nunca havia visto em nenhum homem e seu sorriso era perfeito e brilhante. Não importa a qual garota você perguntasse, ele estaria em seu conceito de "perfeito".
Havia dois homens um pouco mais a frente, em pé e segurando lanças, com todo o corpo coberto pela armadura. Atrás estava um ser que realmente me deu medo: seus olhos eram de serpentes, sua pele era coberta por escamas e seus longos cabelos negros caiam até a cintura, pelo seu sorriso dava perceber que até mesmo seus dentes possuíam presas, assim como cobras. E no meio do salão havia alguém ajoelhado, suas asas eram negras e o cobriam completamente, o que não me deixou vê-lo.
- Eu sempre soube que ele estava vivo – Proferiu o homem em seu trono.
- E eu s-s-sempre soube que estava correto, meu senhor – O sotaque do homem-cobra até mesmo se assemelhava ao antigo estereótipo de fala arrastada, puxando o som em cada "S" pronunciado.
- Diga-me o que aconteceu Runã – Percebi que Runã era o nome do ser que estava ajoelhado perante o trono.
- Meus cumprimentos a ti, meu senhor, e ao seu conselheiro Samael – O ser ajoelhado parecia escolher bem cada palavra, com medo de dizer algo de errado.
- Lúcifer – Disse o homem em seu trono – Me chame de Lúcifer. – Um breve sorriso veio em seu rosto
- Como quiser – Runã em nenhum momento levantou sua cabeça – Senhor Lúcifer
- Agora conte-nosss o que aconteceu e onde está o impressstável do Madi – O homem-cobra que pelo visto chamava Samael parecia impaciente
- Fizemos tudo como ordenou. Rastreamos Toniel durante todo esse tempo e o achamos em uma pequena cidade na América do Sul, porem fomos surpreendidos e rastreados por caçadores celestiais. Madi se ofereceu para despista-los e tentou usar uma humana como refém.
- Muito bem, aqueles que tem pena de matar humanos são anjos – Samael interrompeu brevemente
- Não interrompa Samael – O tom de voz de Lucifer não parecia muito contente
- Madi estava realmente em posição desfavorável, afinal eram Ub e Deborah que estavam nos caçando – Pelo jeito que Runã falou, dava a entender que o homem negro e a garota daquele dia eram famosos e muito bons no que faziam – Então Toniel chegou, enfim o encontramos – Percebi que o assunto era Toni e ele estava contando sobre aquele dia.
- Eu sabia que meu amigo estava vivo – O ser sentado em seu trono começou a rir loucamente – Aqueles desgraçados irão sentir o gosto do nosso verdadeiro poder. Onde ele está? – O ser se levantou e parecia animado para ouvir a resposta
- Foi aí que a complicação começou – Runã não parecia muito animado em contar o resto da história – Madi foi até ele e entregou o recado, mas Toniel cortou sua cabeça. Ele tentou matar Deborah, mas Ub a salvou.
O sorriso que estava no rosto do homem que estava no trono desapareceu e pude perceber que seus olhos eram vermelhos, tão intensos quanto sangue. Ele abriu asas semelhantes à de Toni, planou até Runã e o pegou pelo pescoço – Aquele desgraçado não pode ter nos traído – Ele começou a apertar e levantou Runã, só então percebi que aquele ser devia ter pelo menos 2metros de altura.
- Samael – Chamou o ser e jogou Runã ao chão – Pegue minha espada. Tenho que visitar um antigo amigo
- Meu Rei, não pode sair assim desprotegido, os Arcanjos podem tentar te atacar
- Eu sei me defender Cobra maldita. – As coisas estavam nada boas – OBEDEÇA – Gritou Lúcifer
- Como ordenar – Samael saiu apressado por uma janela e voou
- Eu irei falar com meu amigo pessoalmente.
As coisas começaram a escurecer e percebi que minha visão se apagava, comecei a entrar em pânico, mas logo percebi que estava na minha cama e tudo não se passava de um sonho maluco.
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Arcanjo de guerra
ActionToniel é um Arcanjo que esperava a tempos o apocalipse. Por muito tempo ele havia se disfarçado e esperado a hora certa. Caracterizado por não haver sentimentos e ser conhecido como "Arcanjo da Morte", ele era uma das principais peças para a guerra...