kee
o meu corpo foi empurrado contra a parede gélida do pavilhão.
"porque raio não me avisaste? podia ter feito algo importante em vez de simplesmente esperar por ti!"
tento engolir o choro, mas falho. memórias daquele dia e ecoavam na minha cabeça. a maneira como fui empurrada antes e agora parecem a mesma, a força está presente.
"a-ashton" tento chama-lo mas ele parecia distraido. ele estava diferente, ou talvez não e eu realmente não o conhecia tão bem como esperava.
"k-kee, desculpa-me, eu sou tão estupido"
o seu corpo move-se até ao meu e eu afasto-o com as mão, fazendo com que ele caminha-se para trás e se encosta-se á parede, deslizando por ela.
os nossos olhares cruzaram-se algumas vezes mas nenhum se atrevia a dizer nada.
o meu corpo parecia pesado quando tentava levantar-me, mas não me impediu de faze-lo. sai dali o mais rápido que pude. eu estava com medo, de ashton, de mim e de tudo.
tudo parecia perigoso. eu queria fugir deste sitio ao qual chamam vida, mas eu não podia simplesmente faze-lo.
o meu corpo embate contra alguém que me agarra com força, como se o mundo fosse acabar se não o fizesse. então eu senti o seu cheiro, eu sabia que era ele. o cheiro do seu perfume era inconfundível para mim. o meu rosto estava afundado na curva do seu pescoço e algumas lágrimas acabaram por cobri-lo. o meu corpo tremia entre os seus braços e eu estática.
"kee"
eu sabia o que ai viria, eu sabia.
"por favor, não digas nada. simplesmente tira-me daqui calum"
e assim o fizemos. ele pegou na minha mão e corremos. corremos como se alguém nos preseguisse, corremos sem um destino certo. corremos juntos.
eu sentia-me livre. eu chorava e sorria ao mesmo tempo e calum parecia fazer o mesmo. as nossas mãos não se largavam e cada passo que dávamos a escola ficava mais distante.
algum tempo depois a correr por entre sítios que eu nem sabia que ali existiam, estávamos exaustos. ambos nos deitamos no relvado de um abismo pouco frequentado. a vista era bonita, mas a tristeza do meu coração não me deixava aprecia-la.
"podes contar-me o que se passou?"
"é difícil calum, eu acho que não o conheço assim tão bem, afinal"
"kee eu-"
"tu avisaste-me, eu sei"
"eu só quero proteger-te"
uma enorme vontade apoderou-se de todo o meu corpo quando ele deixou de fixar os arbustos sujos á nossa frente e o seu olhar pousou em mim.
ambos os nossos olhares se cruzaram e um sorriso nasceu no meu rosto. aproximei-me do seu rosto, onde deixei um beijo demorado e o mesmo insistiu em virar a cara e atacar os meus lábios, que foram envolvidos num beijo confuso.
eu não sabia o que raio estava a fazer ou a sentir, apenas a mistura de sentimentos com o beijo dava a volta á minha cabeça e fazia o meu estômago revirar.
eu queria mais daquilo. eu queria.
estaríamos a vive-lo da mesma maneira?
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não ia publicar hoje mas tinha de vos compensar.
venus