Capitulo Dois Amizade

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Thessy Allieroth e a Ordem das Sombras

Capítulo Dois:
Amizade

Dentre poucos minutos estamos Mandye e eu presas por algemas a parede de uma carroça coberta, usada para transportar escravos, como a que vi uma vez quando eu era pequena, com meus pais em uma visita diplomática a Ariima, os escravos de todos os locais no mundo são levados para o mercado central onde são comercializados livremente, talvez tenhamos esse fim; os condenados levados para o presídio WakhRhrow, de onde tenho uma lembrança mais recente.

Ariima... Uma única palavra num segundo em silêncio me joga no passado, novamente mutilando-me com memórias doloridas... As paredes pútridas e o teto baixo se afastam, alargando-se, formando um enorme saguão,o reconheço, estou no Tribunal Judiciário de Ariima, onde os presos são julgados por seus crimes, sempre achei que todas suas milhares de sentenças eram justas, agora não tenho mais tanta certeza quanto a isso. Dessa vez está mais vazio que o comum, um julgamento fechado, apenas duas sentinelas, um de cada lado do banco do réu ocupado por seu irmão, por um Liszt Allieroth excessivamente calmo como sempre, mas agora não é um momento qualquer e sim provavelmente os minutos mais críticos de sua vida; Fora eles, haviam parentes próximos do réu. – ou seja, Thessy. – o líder do conselho geral de Krieht como o juiz, imponente como sempre, no posto ocupado anteriormente pelo pai de Thessy, mais um titulo cobiçado pelo Lorde Khann agora o regente de Krieht, encarando toda a monstruosidade que ele arquitetou por anos se desenrolar como uma peça de teatro seguindo exatamente a risca a planta original; e o bispo sendo o promotor, completamente errado já que ele se encontra alheio aos reais acontecimentos e agindo pela raiva como todo mundo e principalmente o júri composto por todos da corte.

Um julgamento rápido como Khann planejou, as provas agora ensacadas foram postas sobre uma mesa e apresentadas ao Júri, uma calça qualquer, uma camisa branca detalhada em azul e um sobretudo negro, todos que pertencem ao Liszt ensanguentadas.

– Roupas que todo mundo o viu usar no dia do homicídio. – Disse Lorde Khann Levantando o saco com roupas para o promotor, logo escolheu outro objeto de cima da mesa. – uma faca com lâmina afiadíssima que coincide com os ferimentos encontrada junto das roupas e uma carta direcionada a Thessy onde ele confessa e pede desculpas... – Ele começa a ler um trecho já marcado em voz alta. – "Minha querida irmã, eu sinto ter-lhe feito sofrer, porém não aguentava esperar a morte tão aguardada de nosso pai", "Krieht precisa de um rei que vença o inimigo, não o afugente adiando a real batalha como nosso pai vem fazendo" e "Logo virá uma grande revolução." – ele parou de falar por um minuto esperando o alvoroço espantado de muitos membros do conselho e da corte que não desejam o progresso para o reino, pois obviamente perderiam seus poderes, isso já é o suficiente para a maioria querer sua execução. – Porém a maior prova contra um criminoso é sua fuga frustrada e com o príncipe Liszt não foi diferente, ao ser pego em flagrante fugiu com medo de ser punido, porém nosso real desertor foi capturado, escondido em um navio mercante ao sul, tentando atravessar a fronteira com mercadores. Deve ter trocado tesouros reais pela ajuda, inegavelmente estava indo para Milldow, nosso reino inimigo, onde teria recompensas por sua traição.

O sangue de Thessy começou a fervilhar de tanta raiva pelas mentiras profanas de seu tio.

Thessy sendo a peça chave foi a primeira a testemunhar, não tinha muito a dizer, então o encarou antes de começar a falar, os olhos intensos,com um brilho maligno lhe fitando dizia que suas palavras iriam determinar seu futuro, mas isso não fez muita diferença. Não adiantava denunciar Khann, não sem provas contundentes ao ponto de te desmascarar.

Então em seu relato omitiu seu tio, omitiu os mercenários, omitiu a respeito de o Liszt ter sido trancado contra a vontade para ser considerado foragido, escondeu a cena de seu irmão ensanguentado que devido a uma droga de Khann não sabia se era inocente, nem sobre ele a ter sedado depois de tudo. A mesma droga que agora lhe provocava náuseas e um borrão na mente sempre que pensava naquela noite e ainda a impede de ter certeza sobre a realidade daquele dia. Ninguém acreditaria em uma conspiração, as únicas pessoas que acreditariam nela agora estavam navegando pelo mar Stillvard em um navio em chamas para o mundo dos mortos.

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