Menina Mistério.

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(N/A " Por que vens?
Trazer-me deste feitiço que me doí no peito.
Que fizeste?
Que tanto me apavora a alma quanto te vejo?
Porque tanto palpita meu coração que não controlo?
Estava aqui em meu cantinho tão bem e vinheste pôr meu corpo em chamas.
Algo que não conhecia, que me doí alma, mas alegra meus olhos.")

A mulher mais nova estava onde sempre ficava ao término do almoço, debruçada sobre a porcelana do vaso sanitário. A morena estava despejando tudo oque havia ingerido minutos antes dentro do móvel sanitário, sentindo a dor aguda de seus longos dedos ao cortarem sua garganta e o vômito vir em seguida.

"É o melhor a ser feito, é o melhor a ser feito. Miranda não gostaria de uma assistente gorda, Andy era magra e Miranda gostava de Andy."

As palavras eram repetidas como um mantra na mente da morena, talvez lá no fundo, bem no fundo da sua conturbada mente, ela soubesse que oque ela estava fazendo provocaria, sem dúvida alguma, algum dano em seu corpo. Mas a verdade era que ela não se importava com seu físico, a menina só queria agradar a chefe extremamente exigente, ela só queria mostrar a Miranda que ela era melhor que Andrea, que Emilly estava errada quando dizia repetida vezes

"você, nunca será melhor que Andrea"

Aquilo doía, machucava muito mais doque a própria provocação do vômito, e com o passar do tempo, Amélia se viu em um ciclo vicioso em busca da atenção nem que fosse mínima, de Miranda. A mesma fazia de tudo, tudo para que as coisas fossem feitas com o máximo de competência. Mas sempre haveria a voz irritante de Emilly ao dizer
"Andrea fez tal coisa mais rapidamente, ela conseguio tudo oque Miranda queria"

E Amélia não era perfeita, ela tentava mas, em certas circustâncias, nem sempre conseguia e... aquilo só dava mais oportunidades de Emilly encher sua cabeça com as costumeiras frases de deboche quando a sua competência.

Sentando-se desconfortávelmente sobre o chão frio do box em pedra de mármore, a morena esconda a cabeça na parede de mármore na latetal e respira fundo, sentindo o ar sair por suas narinas e sentindo uma espécie de alívio bom vindo do seu dolorido estômago, Amélia queria mesmo era gritar, chorar e soluçar, jogar as coisas no chão e agarrar Emilly pelo colarinho, e gritar barbaridades no seu rosto. Mas ela não faria isso, ela não desapontaria Miranda desse jeito, não perderia a compostura, não tão perto da editora.

Então ela apertou o botão de esvaziar o vaso e voltou para a pia principal do banheiro em tons de ouro velho e branco, se encarando no enorme espelho frente a pia ela conseguio notar as marcas abaixo dos olhos, a cor pálida em que estava seu rosto e o rímel borrado devido ao cílios molhados do recente choro. Abrindo a bolsa que havia deixando no canto da pia, ela rapidamente espalhou o corretivo pelo rosto e retocou o rímel, batom e blush para desfarçar sua cara pós vômito.

Espalmando a calça de tecido branca e com grandes bolsos nas laterais, e puxando a barra da blusa negra com estampas florais em branco e preto, ajeitando seu rabo de cavalo e enrolando as mexinhas que sempre as deixa nas laterais. Seus olhos, apesar de vermelhos, estavam bem disfarçados pela heterocromia -doença genética que deixa os olhos com cores diferentes- fechando a bolsa e saindo do banheiro, a morena segue de volta ao escritório. Sentando-se na mesa novamente, colocando a bolsa no chão e digitando algumas teclas sobre o teclado do computador.

-está atrasada, da próxima vez eu vou descontar do seu horário do dia seguinte. Garota estúpida- A ruiva dispara levantando-se, segurando sua bolsa e seguindo para fora do escritório

-volto em 30 minutos, se Miranda pedir os catálogos das modelos, estão aqui... é só entregar a ela- ela termina, passando pela porta

A morena respirou fundo, contou mentalmente de um até três e voltou-se ao computador, digitanlizando a agenda da editora para o dia seguinte.

Doces Situações [romance lésbico]Onde histórias criam vida. Descubra agora