Capítulo 2

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DOMINIC 

Juro por Deus que vou matar o David! Mas antes vou enfiar a cabeça dele na privada de um banheiro público.

Jogo para dentro outro copo de tequila que estava na minha frente. Só bastante álcool mesmo para eu aturar a mulher que insiste em falar sem parar. Ela não cansa não? No começo, quando a vi dançando na pista, pensei que seria uma boa diversão para a noite. Me aproximei e a trouxe para o bar. Então ela começou a falar de uma tal de Cristina, que tinha inveja dela e do Toby, e não parou mais.

Que diabos é Toby? Parece nome de bebida.

— ... aí eu falei assim. Eu comprei o meu sapato em Milão, e sei que o seu não é de lá...

Que voz esganiçada! Estava quase estourando os meus tímpanos.

Olhei para ela e dei um sorriso artificial, não dando a mínima para o que ela estava falando. Vez ou outra um fã aprecia, pedindo foto e eu agradecia por interromper a tagarela ao meu lado. Mesmo por poucos minutos, pois assim que ficamos sozinhos novamente, ela retorna à balela.

— ...mas o Toby acabou estragando o meu sapato.... —O papo chato continuava e as minhas doses de álcool também.

— Olha, docinho, isso tudo parece muito...interessante. —Controlo para não falar chato. — Mas eu preciso ir embora agora.

— Já? —Ela faz um beicinho.

Algo que, diga-se de passagem, só fica bonito em bebes.

— Foi um prazer te conhecer.

Termino meu último copo rápido e levanto da cadeira. Saio praticamente correndo de lá.

— Espera! Você não me falou o seu nome. —Grita vindo atrás de mim.

Jura que ela não me conhece?

A ignorando, adentro no meio da multidão que lotava a pista de dança. Sei que David não foi para casa, porque ele avisaria. Então presumo que ele esteja em algum canto, enfiado dentro de alguma mulher. Mais provavelmente, Natasha.

Enquanto sigo em direção a porta que irá me levar direito para o estacionamento, penso em como a fama pode ter os seus dois lados. O lado bom e o lado ruim. O bom é que você consegue tudo muito fácil. Convites para festas, amigos, luxo e mulheres. E ruim é que tudo que você consegue fácil demais, se torna ilusório. Festas de pessoas estranhas que só querem aproveitar. Amigos que só querem andar na aba da sua fama. Luxo para você curtir sozinho. E mulheres interesseiras e mentirosas, loucas atrás de uma barriga de ouro.

David e eu já aprendemos a lidar com isso. Não nos apegamos as mulheres e as avisamos que não queremos nada além do prazer delas. Muitas aceitam, se divertem e vão embora. Mas outras, não. Acham que depois do sexo irão conseguir nos mudar e fazer com que fiquemos somente com elas.

Sinto dizer que é perda de tempo.

O frio me bate assim que atravesso a porta de saída. Levo minhas mãos aos bolsos da calça e vou andando até chegar ao meu carro. Um Porsche vermelho, que sou completamente apaixonado. Se tem uma coisa que amo muito nessa vida, depois de Deus e minha família, essa coisa é o meu Porsche. Ou como gosto de chamá-lo, Ozzy.

É isso mesmo que vocês leram. Coloquei o nome do grande e lendário, Ozzy Osbourne, no meu carro.

Porra! Meu Porsche é foda para um caralho. Eu não poderia chamá-lo apenas de carro. Tinha que ser algo que faz jus a toda sua imponência.

O Astro do Futebol (Série HALL OF FAME. Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora