Prólogo

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Dominic 

6 anos antes...

— É a sua vez, garoto! —O treinador Roger parou na minha frente, segurando a sua prancheta onde continha todas as anotações importantes sobre o jogo. — Entra lá e faz o que a gente combinou. —Ele bateu na minha perna. — Mostre quem é Dominic Reis.

O auxiliar na lateral do campo levantou a placa, e o jogador de camisa número 17 veio na minha direção. Nos cumprimentamos, e ele me desejou boa sorte. Tive vontade de rir. Isso aqui não tem nada a ver com sorte. Mas sim, talento. Eu estava saindo do banco dos reservas para entrar no jogo. Era a minha grande chance de mostrar para o olheiro na arquibancada que eu mereço estar em um grande clube.

O jogo estava de 0 a 0, e faltavam poucos minutos para o fim do segundo tempo. O treinador Roger confiou em mim para mudar esse placar e trazer a vitória. Não podia decepcioná-lo. Mais do que isso; eu não queria.

Fui para a minha posição de atacante. A bola estava nos pés do adversário. Precisávamos pega-la de volta. E foi no contra-ataque que eu tive a minha chance. Perto da pequena área, o jogador rival tentou chutar para o gol. O maior erro dele foi se preocupar demais com o gol e esquecer quem estava atrás. Com uma jogada de corpo, o meu companheiro de time recuperou a bola. Era o momento. Fizemos a jogada perfeita. Tocamos no momento certo. Nesse dia, alguém lá em cima estava torcendo muito por nós.

O momento decisivo chegou quando a bola parou no meu pé. Faltavam poucos metros até o gol. Dois adversários impediam que eu avançasse. Eu precisava pensar e agir rápido. Vi um companheiro correr pela minha direita. Ele sinalizou, avisando que estava pronto. Então eu toquei. Quando os dois caras que me marcavam focaram suas atenções nele, eu dei a volta e passei a frente. A distância agora era mínima.

A bola voltou para os meus pés.

E então eu chutei.

O trajeto que ela fez durou poucos segundos. Porém, naquele momento, tudo havia ficado em câmera lenta. Meu time olhava esperançoso para que a bola entrasse no gol. Os adversários torciam para que ela saísse. Na lateral do campo, o treinador mordia apreensivo a tampa de sua caneta. A arquibancada estava silenciosa.

A bola passou pelas barras de ferro e balançou a rede, marcando o gol. O barulho caótico da torcida estava de volta.

Meus companheiros olhavam para mim como se não conseguissem acreditar. O juiz soou o apito, indicando o encerramento do jogo.

Ganhamos!

O lugar ficou uma verdadeira loucura com a nossa vitória no campeonato. Os jogadores que estavam no banco entram em campo para comemorarem junto com os titulares. Os poucos torcedores que tínhamos cantava o hino do nosso time. Alguns até gritavam o meu nome.

— Dominic! Dominic! Dominic!

Não éramos um grande clube. Quase ninguém sabia sobre nós. Porém, quando eu estiver lá no topo, jogando em um dos melhores times do mundo, pois eu acredito nisso, irei me lembrar de onde eu comecei. Levarei essa raiz para sempre comigo. 


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