XLII

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"So hold me
Wrap me in love, fill up my cup
Empty and only your love can fill up my cup
Cause I'm hollow"

POV Harry

Poder acordar ao lado da Amy todos os dias é incrível, mas poder fazê-lo numa praia, dentro de uma tenda, e com ela praticamente em cima de mim é inexplicável.

Não faço ideia que horas são, não consigo chegar ao bolso das minhas calças sem a acordar. Estou com umas calças de fato de treino vestidas e uma t-shirt que a Gemma trouxe e deixou num saco dentro da tenda. A Amy está com um camisolão largo que reconheço por ser meu de à uns anos atrás, suficientemente grande para cobrir as suas coxas.

A sua perna está sobre as minhas e o seu braço circunda a minha cintura. A cabeça dela está aninhada no meu pescoço e eu consigo ouvir as respirações que escapam dos seus lábios.

Consigo finalmente esticar o meu braço para o canto da tenda e alcanço o meu telemóvel. Adapto os meus olhos à luz e vejo que passa pouco das seis da manhã.

Deus, é praticamente de madrugada. Quase que aposto que o sol ainda não nasceu. Lembro-me de que podíamos ver o nascer do sol juntos visto que não é todos os dias que acordamos numa praia mas tenho pena de acordar a Amy. Sei que tenho de o fazer brevemente visto que ela ainda tem de passar por casa antes de ir para a empresa e a viagem não é curta. Não podemos atrasar-nos a ver isto.

"Amy" chamo com a minha voz um pouco mais rouca do que o normal. Passo a minha mão nos seus cabelos e ela murmura algo indecifrável, fazendo-me rir. "Vá lá bebé acorda"

Sei o quão difícil é acorda-la, o quão preguiçosa ela é. Massajo o seu cabelo com os meus dedos enquanto pouso a outra mão na sua cintura e a ajeito em cima de mim. A Amy está a sorrir contra a pele do meu pescoço mas continua em silêncio. O seu braço aperta-me mais contra ela e ela aninha-se contra mim enquanto fala algo que eu não percebo.

"O quê Amy, não percebi nada"
Digo a rir e ela suspira antes de voltar a falar.

"Eu disse que se me queres acordar, não me aconchegues mais ao teu corpo ou não saio daqui tão cedo"

Um sorriso preenche o meu rosto e ela beija a pele do meu pescoço antes de se levantar, apoiando-se na sua mão. Os seus cabelos estão desalinhados e os seus olhos cansados encontram os meus. Ela dá-me um sorriso e ergue o seu corpo, preparando-se para abandonar a tenda.

"Vais onde?" Pergunto, subindo o meu corpo e apoiando-me nos meus cotovelos enquanto ela abre o fecho da tenda.

Não obtenho resposta. Ela limita-se a sair da tenda, levando consigo um dos cobertores que cobria os nossos corpos. Esfrego os meus olhos para acordar mais rapidamente e passo as minhas mãos no meu cabelo para tentar ajeita-lo ligeiramente. De seguida, abandono a tenda.

O vento embate na minha cara assim que eu chego ao exterior. Não está tanto frio como eu pensava que estivesse mas mesmo assim os pelos dos meus braços arrepiam-se. Olho para a Amy que está sentada à uns metros de mim, virada para o mar e coberta com a manta nas suas costas. Os seus cabelos voam com o vento e eu sorrio ao ver a imagem.

No fundo, bem à sua frente, começo a ver o espreitar do sol que está prestes a nascer. Aproximo-me dela cautelosamente e sento-me ao seu lado, puxando os meus joelhos para o peito.

Olho para a rapariga sentada ao meu lado e observo o seu perfil. Ela está fixa nas ondas do mar enquanto aperta o cobertor contra ela para reservar o máximo calor possível. Os seus lábios são molhados com a sua língua e ela sorri antes de olhar para mim.

"Para com isso" diz a rir e eu desvio o meu olhar dela, brincando com a areia.

"Com o que?" Pergunto e volto a olhar para a Amy. Quem me dera poder ter mais momentos destes com ela. Poder prolonga-los por tempo indeterminável. Só eu e ela.

The Reality (The Survival sequela) » h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora