The Reality (The Survival sequela) » h.s

XXXV

"You look like a movie
You sound like a song
My God, this reminds me
Of when we were young"

POV Harry

Abro os meus olhos e vejo a Amy aninhada contra o meu peito. O seu braço rodeia a minha cintura e o seu rosto está afundado no meu pescoço. Não tenho acesso aos seus olhos mas percebo que ela está a dormir pela sua respiração. Tenho de levantar-me, preciso de ir à casa de banho. Afasto-me da Amy com cuidado, para não a acordar, tentando não fazer barulho. Alcanço o telemóvel apenas para ver que horas são e percebo que passa pouco das sete da manhã.

Com cuidado, abro a porta da casa de banho e entro para fazer tudo o que preciso. Assim que estou prestes a sair, ouço a Amy a falar baixo e espreito para o quarto. As suas pernas mexem-se e eu uno as minhas sobrancelhas enquanto ela balbucia algumas palavras. Ando até à cama e percebo pela sua expressão que ela está a ter um pesadelo. Já falámos sobre isto, a Amy já me confessou que costuma tê-los frequentemente mas nunca a vi a tê-los. Nem em Resvan.

Agacho-me perto do seu corpo e levo a minha mão ao seu rosto, passando o meu polegar na sua bochecha. Ela não abre os olhos e continua no sofrimento do seu sonho. "Amy" chamo e beijo a sua bochecha. "Acorda bebé" O que quer que seja que ela está a sonhar, eu quero acordá-la agora. Isto está a assustar-me. Ela passou a noite toda a mexer-se bastante, o que não é habitual nela, mas não esperei que fosse por causa de um pesadelo e vê-la neste estado deixa-me preocupado como a merda.

"Amy, lá lá" peço e volto a beijar a sua pele. "Estou aqui" murmuro e continuo com o meu polegar contra a sua pele.

Merda. Nunca aconteceu isto com ela, pelo menos nunca desde que eu durmo com ela. Ela abre os olhos lentamente e a sua expressão assustada é substituída ao mesmo tempo que eu suspiro em alívio. "Harry?"

"Estás bem?" Pergunto e ela ajeita-se na cama enquanto eu subo o meu corpo e me sento ao seu lado.

"Sim. Eu acho que sim." Responde sem nunca desviar os seus olhos dos meus enquanto olha em volta, ainda a tentar adequar os seus olhos à luz.

"Deus, o que é que se passou afinal? Nunca te vi neste estado." Abraço mais o seu corpo e ela descansa o seu rosto no meu peito enquanto um dos seus braços rodeia a minha cintura. Ela está gelada.

"Não sei bem" Murmura.

"Queres um copo de água? Alguma coisa? Eu vou buscar-te." Digo esfregando a minha mão nos seus cabelos para a acalmar.

"Não" diz. "Fica aqui comigo por favor" pede e eu assinto, brincando com os seus fios nos meus dedos enquanto me fixo num ponto aleatório no quarto.

"Queres contar-me o sonho?" Pergunto e ela aperta mais o meu peito descoberto. Não sei se será bom perguntar-lhe de que se tratou o sonho, mas ao mesmo tempo isso pode aliviá-la se me contar.

"Não" diz e sobe o seu rosto para olhar para mim. "Desculpa"

Sorrio e ajeito-a no meu peito enquanto ela sobe uma perna e a coloca sobre as minhas. "Esquece isso então, foi só um sonho, nada mais ok?"

Pergunto-me o que raio ela sonhou para estar neste estado. Segundo as suas palavras, já não é a primeira vez que ela tem pesadelos e eu sei que isso começou desde que ela foi para Resvan. A verdade é que diariamente éramos confrontados com um ambiente violento que tinha efeitos na nossa mente. Era totalmente normal ela sentir-se assim ainda que já estejamos longe disso.

"Foi horrível." Ela diz contra o meu peito.

"Eu sei baby mas já passou" asseguro. Deito-a de novo na cama e tapo-nos novamente com os lençóis, puxando-a para mim e colidindo as suas costas com o meu peito. Ainda faltam uns minutos para que ela tenha mesmo que se levantar e quero que ela se acalme.