INSANE › camren

Capítulo 3 - Dreams Come True

Eu sentia seus lábios se afastando enquanto a abstinência da droga se fazia presente;

Camila POV

Nada do que se passou fazia sentido em minha mente, talvez tenha sido uma alucinação e um aviso do meu corpo dizendo que não aguentava mais tanta substância ingerida em tão pouco tempo. Mal percebi as aulas se passando eu não tinha certeza se iria mudar de escola ou apenas ignorar oque o diretor havia dito para minha mãe, eu andava meio paralela as boas notas da escola de qualquer forma, dia após dia eu só queria estar em casa, sozinha e segura da escola, e quando em casa eu só queria dormir sem que meus pesadelos atrapalhasse, uma horinha de sono era oque eu precisava para colocar as ideias no lugar. 

Eu ainda sentia os lábios de Lauren nos meus, macio, doce, azul? ela conseguia sentir minhas emoções num selar de lábios, e aquilo por algum motivo me confortava, alguém prestava atenção em mim. Mas ela era real? assim como tudo oque aconteceu eu acho pouco provável, nunca a tinha visto na escola antes, eu tinha quase certeza que estava ficando louca. 

No caminho pra casa nada mudou, evitava a todo custo o grupinho de meninas que eram infelizes com a própria vida e por isso infernizava as dos outros, única resposta plausível que cheguei para tal comportamento violento e desnecessário. Se você não gosta de você mesma e das suas diferenças, como poderia gostar dos de fora? O problema era empurrar para os outros suas insatisfações, mas eu simplesmente não gastava meu tempo com isso, quem precisaria de inimizades fortes no ensino médio não é mesmo?

Já em casa avisto mamãe ajudando Sofia com a lição de casa, a pequena me vê chegando e abre um sorriso sincero, mas não sai do lugar, na mesa mamãe estava lendo um texto e ela sempre exigia que Sofia desse tudo de si nos estudos, pois só assim conseguiria uma vida melhor, diferente da irmã mais velha, com péssimas notas e um total de zero amigos não iria muito longe se não do quarto para a sala da casa da mãe. Tentei não focar nesse tipo de pensamento e segui para cozinha, eu estava faminta, mas só oque eu encontro na geladeira são sobras da noite passada, resolvi apenas levar algumas frutas para o quarto, eu também estava morrendo de sono e precisava tentar dormir, o tanto de pílulas que tomei desde a hora que sai de casa até agora tem que fazer efeito além de alucinações, eu queria ter sonhos bons iguais tive acordada e se eu fosse agora enquanto fosse dia talvez não sofresse com pesadelos de madrugada, eu estava positiva quanto ao plano, daria certo, precisava dar certo.

-

Meus sentidos estavam cada vez mais longes, não tinha oque fazer, eu estava pegando no sono e dessa vez iria me permitir mesmo que o pesadelo fosse ruim, eu não queria acordar... Escuro, vozes, risos, o mesmo de sempre, a sensação de angústia batia intenso para que eu acordasse, eu sabia oque iria acontecer, e estava deixando rolar, eu veria oque tem no escuro, confrontaria, não vou temer... Os risos ficavam cada vez mais altos e era insuportável estar ali, mas seguia em frente, sem visão, apenas em frente, até que as risadas cessaram, e tudo oque me restava era o escuro, tão denso que eu senti que poderia toca-lo, fechei meus olhos tentando me concentrar comigo mesma, e foi quando senti meus lábios serem tocados por outros, dessa vez eu não temi, e eu sabia que estava segura onde estava, não queria abrir os olhos pois não sabia oque iria encontrar, ou quem, e eu não queria sentir medo, eu só precisava descansar mais um pouco... - Não quer me ver Camila? - falou a voz, calma e rouca, a reconheci de hoje mais cedo e involuntariamente soltei um sorriso, quase que instantaneamente abri meus olhos, para só então encontrar um par de olhos verdes, intensos, brilhosos, perto, bem perto de mim. Não percebi que havia a enrolado em um abraço, em agradecimento talvez, era um rosto conhecido, tinha alguém comigo e não era ruim, era Lauren, mesmo que um pouco doida eu sentia boas energias emanadas por ela. - Eu não sabia que queria até você aparecer - respondi ainda dentro do abraço, foi só então que mesmo desajeitada retribuiu o gesto.