Diggory

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Ursula me levou para o quarto e me deu uma espécie de saco de batatas. Sim, um saco de batatas com buracos para braços, pernas e pescoço. Olhei para ela com uma expressão de "eu não vou vestir isso jamais". - Eu sei que é horrível - suspirou - mas são as roupas do sacrifício. Por favor, vista-as -
- Pode me explicar o que significa esse sacrifício? - perguntei, pegando aquela roupa com nojo - você não precisa entender, apenas saiba que será sacrificada pelo bem dos humanos - retrucou ela. Meus olhos marejaram. Comecei a chorar - Não, por favor, não chore - Ursula correu até mim - COMO EU NÃO VOU CHORAR? EU ESTOU PRESTES A... SER MORTA! - disse entre soluços - Pense que é para um bem maior - ela tentou sorrir - Pelo menos isso... Estou pronta - disse quando controlei as lágrimas. Ok, saber que era pelo bem da humanidade não justificava o fato de ser morta.

Ela me guiou por longos corredores até uma escadaria - O que tem depois dela? - olhei desconfiada, não estava preparada para levar um tiro assim que a escada terminasse - calma, é só a prisão - disse ela - Ah claro! É SÓ a prisão - disse com sarcasmo. Desci as escadas sozinha e quando cheguei lá fui atacada. Cai no chão com alguém sobre mim - ME TIRE DAQUI SEUS DEMÔNIOS DO INFERNO (trocadilho bosta) - gritou o ser, que eu havia percebido que era um homem. Havia duas rochas iluminando o ambiente, acho que foi essa luz que me salvou de ter uma morte adiantada - Você não é um demônio... - disse ele saindo lentamente de cima de mim - É, realmente acho que não sou - disse me levantando. Ele passou a mão pelo cabelo e se virou para mim - Desculpe, não estou acostumado com visitas. Agora me responda... Você é realmente humana? - disse ele se aproximando - Err, sou sim - lembrei que talvez ele fosse o meu parceiro de sacrifício, ou algo assim. Em seguida ele me abraçou, o que foi uma grande surpresa, e começou a chorar. Em seguida, num ato muito rápido, ele me beijou. Eu o afastei com um empurrão - VOCÊ TEM PROBLEMA CARA? TA ACHANDO QUE EU SOU PIRULITO? - gritei
- Desculpe. É que... Faz muito tempo que eu não vejo um humano... Ainda mais uma humana... Ainda mais tão bonita assim - ele tentou se desculpar.
Me acalmei e olhei ao redor. Era um lugar apertado, com duas tochas, um baú e umas espumas, como se fosse o resto de um colchão
- É bem confortável né? - perguntei ironicamente - Com o tempo você se acostuma - respondeu ele
- Quanto tempo? - perguntei sem olhá-lo
- Uns 25 anos - sorriu ele
- Você está aqui a 25 anos? - perguntei incrédula
- Sim - disse ele, se divertindo com minha confusão
- Você está bem? - perguntou ele preocupado. Se estar bem era ver o mundo girando e escurecendo, eu estava ótima.

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Oii gente! Espero que vocês estejam gostando da história, estou me esforçando para agradar. Os capítulos são pequenos, me desculpem mas não gosto de fazer capítulos longos. Beijão para vocês ❤️

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