Dominick

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O dia mal tinha nascido no horizonte de Londres

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O dia mal tinha nascido no horizonte de Londres. As cores douradas pincelavam o céu aos poucos, enquanto o sol se levantava majestoso, surgindo como uma enorme esfera brilhante sobre a cidade. Seus raios incidiram na parede de vidro do quarto, atingindo cada ponto.

Sentado em minha poltrona, próxima à cama, assistia de camarote àquele maravilhoso espetáculo.

Automaticamente meus olhos pairaram sobre a enorme cama de casal no centro do quarto. E ali estava ela. Dormindo enrolada entre os lençóis. Os cabelos de um castanho escuro estavam espalhados sobre os travesseiros. Ela parecia tão pequena e frágil.

Não conseguia simplesmente afastar meus olhos, enquanto Gia se mexia entre as cobertas revelando muito mais de seu corpo.

Passei duas noites horríveis, parte delas passei sem dormir, como de costume em algumas noites que eu tinha, e o resto passei me perguntando como a irmã de Ivan tinha acabado na minha cama.

Foi inevitável reviver as memórias da noite anterior.

Sabia que precisava parar de olhar, mas ali estava ela. A perfeita ovelhinha, dormindo despreocupadamente enquanto o lobo espreita.

Outras pessoas veriam com maus olhos esta situação, apesar de eu estar com a melhor das intenções ao tê-la ali. Gia também era minha irmã, de criação, embora hoje estivesse bem distante daquela garotinha que me seguia para cima e para baixo no castelo real de Mitre, nosso país. Gia era minha irmã, talvez por isso me delegasse tanta confiança.

Será que eu merecia tanta confiança assim?

Outras pessoas diriam que não.

Mas Gia era diferente. Eu deveria protegê-la com minha vida. E eu faria isso sem pestanejar.

Então por que sua presença estava me incomodando?

Ela não é mais criança.

Era em seus 17 anos, quase uma mulher. E era esse o problema.

Talvez Gia fosse a única mulher em minha vida que eu tivesse intimidade para levar para cama, mas não nestes termos, pelo amor de Deus.

Talvez fosse a única que eu elevasse ao patamar de "intocável" e me importasse realmente. Gia sempre seria minha irmã, e eu sempre a trataria como tal.

E ali estava ela, sob minha vigilância. Minha responsabilidade. Ela dormia despreocupadamente em minha cama e isso me incomodava de uma forma inexplicável.

É a Gia. O que o incomoda?

Talvez sejam as circunstâncias que a levaram até ali. Talvez fosse a situação.

Era isso.

E não o fato de ter alguém em minha cama, somente usando roupas íntimas, coisa que nunca havia acontecido. Pelo menos não neste quarto e não para dormir.

Gia se mexeu mais uma vez, e desta vez abriu os olhos. Depois de um tempo encarando o teto, talvez com a cabeça cheia de perguntas e um tanto confusa, ainda sofrendo os efeitos de noites anteriores, ela me encarou. A princípio não pareceu me reconhecer imediatamente. Talvez pensasse se tratar de um sonho. Antes fosse.

Quando percebeu quem eu era, seus olhos se arregalaram, então ela se sentou rapidamente, lançando um olhar preocupado e assustado pelo quarto. Acho que devia estar se perguntando o que estava fazendo ali, ou como chegara até minha cama.

Depois voltou a me encarar, com medo, como se eu fosse algum tipo de monstro devorador de gente e ela fosse minha próxima refeição.

Muito bem. Garota experta.

Os dias anteriores passaram como um flash na minha mente de novo. E agora Gia podia se considerar realmente em perigo... Ela estava encrencada.



Degustação - My Princess - Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora