Adoro calcular. Adoro ler. Adoro escrever.
Tenho dificuldades sérias em prestar atenção nas aulas chatas da faculdade (que na maioria das vezes são dadas através de slides) e ainda mais com uma explosão de ideias na cabeça sobre uma nova história.
A mente fica brigando entre algarismos e letras. Números e palavras. Cálculos e frases. Exatas e Humanas. Engenharia e Literatura... Por que tanta disparidade assim na minha caixola???
Depois da aula, pego, inquieto, um caderno. Decido ouvir o que minha criatividade tem a dizer. Começo a esboçar mais um novo início de enredo (já tenho coleções disto) e tudo parece mais "centrado" sem a interferência da matemática agora...
Mas 'pera aí...
Ao fazer as escaletas de cenas e verificar a estrutura do romance, percebo, tardiamente (como se eu 'tivesse inconsciente antes), que a matemática está ali!
Porra! Ela está ali no número de palavras previstas no livro todo. Na quantidade de palavras por capítulo. Na divisão dos próprios capítulos. Nas subdivisão das cenas. Nas porcentagens onde devo inserir os Pontos de Virada do livro... Caracas!
Percebo que sou dos "Cálculos" e dos "Parágrafos". Das certezas matemáticas e das incertezas da ficção.
Noto também que minha mente inquieta está apenas tentando manter o equilíbrio entre as minhas duas paixões - tão diferentes entre si, mas cada uma preenchendo uma metade do meu ser - e me rotulando como "um leve extremista".