No quarto - Diane

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Depois da nossa "interessante" introdução, as armaduras das paredes começaram a se mexer e levaram cada fila ao seu respectivo quarto. No caminho, todos da equipe estavam focados em seus pensamentos.
" Quem será a professora ou professor? Espero que seja uma professora, e que seja bem gostosa. ",pelas memórias que eu peguei, esses pensamentos eram frequentes para o Ralph.
"Como assim aquela pirralha tem peitos maiores que o meu? É silicone, só pode. Pelo menos meus peitos são maiores que os da Diane. Mas a Carol tinha que ter esses peitões?", pensando em peitos, típico da Lucy.
Mas haviam  pensamentos, que valia a pena escutar, o do Marcus e o da Carol.

"Ela poderia estar aqui, eu podia ter salvado ela, eu sou tão inútil", pensou Carol.

" Será que Isa gostaria desse lugar?", pensou Marcus

Os dois pensavam na mesma pessoa, e aqueles pensamentos estavam me deprimindo.

Decidi me focar nos meus pensamentos. Primeiramente, por que deixaram 5 pessoas sobreviverem? Geralmente eles são muito rígidos com as regras, e fazer uma exceção em algo tão importante, não parece certo, e eu podia ouvir os pensamentos insatisfeitos, de pessoas que não gostaram dessa exceção, tanto dos novatos quanto dos veteranos.

E também, o que ELA estava fazendo ali? Ela devia ser uma cientista, eu vi ela no laboratório, naquele dia... Por que ela tinha que ser a diretora? Mas ela estava ali, me observando, eu sentia os olhos dela em mim.

Estava tão distraída que não percebi quando pararam e bati nas costas do Ralph.

-Desculpa.- Eu falei.

-Presta atenção baixinha- ele falou com um grande sorriso- E se meu poder fosse ter costas espinhosas. Você estaria morta.

-Cala a boca, a armadura já abriu a porta.- Falou Lucy.

Olhei em volta, estávamos num corredor amplo com várias portas, cada uma com uma armadura do lado da porta. Assim que a nossa armadura abriu a porta, ela encostou na parede e ficou imóvel como as outras.

Entramos no quarto, era um pequeno quarto, com apenas dois beliches e uma porta, que com certeza era o banheiro.

-Ótimo- Falou Lucy- Alguém vai dormir no chão. Esse alguém não vai ser eu.

Carol pulou e sentou na cama de cima. Eu rapidamente corri, e sentei na cama abaixo dela. Ralph alongou seu braço e agarrou na cama, depois o braço o puxou,e ele deitou na outra cama de baixo. Marcus colocou fogo nos seus punhos e usou como foguetes para chegar na outra cama de cima.

-Já sabemos quem vai ficar no chão.- Falou Ralph e apontou pra Lucy.- Esqueça as missões perigosas, você vai morrer é de frio nesse chão gelado.

-Cala a boca- Disse Lucy dando um soco no braço dele.

Carol estava com um olhar baixo, mas a barulheira a afastou de seus pensamentos.

- Você pode dormir com alguém na cama, tem espaço.

-Com quem?- Lucy falou.

Carol juntou as mãos e quando abriu havia quatro bolas de chicletes.

-Escolha um, mastigue e faça uma bolha. Quando a bolha crescer vai estar escrito o nome da pessoa na bolha.

Ela pegou um chiclete, mastigou e formou uma bolha. Na bolha se lia "MARCUS"

-Parabéns - falou Ralph - Você vão dormir juntinhos numa cama pra uma pessoa. Usem camisinha.

-Só sai bobagem da sua boca? - perguntou Lucy.

-Não são bobagens, são conhecimentos. Um dia você vai se arrepender de ter menosprezado minhas palavras.

Eles continuaram falando, mas eu não prestei atenção. Notei que ainda estava suada e suja de sangue ( não o meu).

-Vou tomar banho.- falei de repente.

E entrei no banheiro antes que alguém pudesse falar qualquer coisa.

A porta dava para um pequeno cômodo com 5 armários e um banco, como um vestiário. Os armários tinham nosso nomes. No meu, havia um conjunto de toalhas limpas e um macacão jeans com uma blusa com a imagem de um gatinho. Foi Ela, tenho certeza.

O vestiário dava em duas portas, uma com o nome ELE, outra com o nome ELA. Abri a porta ELA, lá estava um banheiro 5 vezes maior que o quarto. Lá tinha uma piscina de água quente, e vários chuveiros. Parecia uma casa de banhos japonesa. E lá estava, sentada dentro da piscina de água quente, Ela.

-Você chegou aqui viva. Não é nenhuma surpresa, você é minha obra prima.- Ela levantou,estava completamente nua- Venha a água está ótima.

-O que você faz aqui?-Perguntei calmamente.

-Você não. Mais respeito. Aqui, me chamam de diretora.


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