Quarenta e cinco

214 28 14
                                    

"Anda ter comigo na parte de trás da tua casa."

"Não"

"À luz da lua pareces um anjo disfarçado de humano."

"You're trash*"

"Take me out then*"

Mordi o meu lábio, tentando não rir da sua resposta. Conseguia ver o seu sorriso a 25 metros de distância.

"Posso subir?"

"Não sei, podes?"

Ouvi Michael a tossir e a dirigir-se a uma árvore que se encontrava convenientemente perto da minha janela. Ele analisou-a bem antes de juntar as suas mãos e seguidamente saltar, agarrando-se a um ramo. Infelizmente, mas engraçado para mim, ele escorregou alguns segundos depois, caindo no chão. Desatei a rir e ouvi um "cala-te" vindo de Michael, antes deste começar a subir, desta vez prosperamente, a árvore.

"Dá-me a tua mão,"disse ele assim que estava ao nível da minha janela. Ele estava apenas a uns centímetros de mim e só aí eu consegui ver o quão entusiasmados estavam os seus olhos verdes brilhantes. Estendi a minha mão e ele agarrou-a, puxei-o então para dentro do quarto. Ele manteve-se à minha frente, contemplando-me enquanto a sua respiração era rígida e pesada.

"Olá," ele sussurrou.

"Acabaste mesmo de fazer aquilo?" perguntei baixinho.

"Não," ele responde sarcasticamente, cruzando os braços no seu peito. Dei-lhe um empurrão e ele riu, e eu quase derreti naquele momento. Deus, como eu sentia saudades do seu riso.

"Podias simplesmente ter entrado pela porta da frente," disse-lhe, rolando os olhos.

"Onde é que está a piada nisso?" ele riu.

Repentinamente ele agarrou-me e deu-me um abraço, estava cercada nos seus braços com seu cheiro, com tudo. Ter os seus braços em meu torno surpreendeu-me primeiramente, mas depois retribui o abraço e escondi a minha cara no seu peito, enquanto ele tinha a sua cara enterrada no meu pescoço. Sentia falta disto, sentia tanta falta disto.

Ficamos naquela posição durante um bom bocado antes de eu me afastar.

"Desculpa," eu disse-lhe.

"Porquê?" Ele perguntou, e eu sabia que ele não estava a perguntar a razão de eu estar a pedir desculpa, mas sim o porquê de eu ter feito o que fiz.

"Eu estava chateada," eu disse, com o olhar preso no seu peito. "Estava chateada porque queria passar tempo contigo mas tu querias jogar FIFA com os rapazes."

"Então decidiste fechar-te no quarto em vez de falar comigo sobre isso?" Ele disse, cerrando as sobrancelhas. Tossi e afastei-me dele, caminhando pelo quarto.

"Não é assim tão fácil para mim," murmurei de costas para ele.

"Qual é a parte difícil de dizer "hey, eu podes passar tempo comigo?""

"Tu não percebes," disse eu calmamente. Eu não queria discutir.

"Então ajuda-me a perceber!" Ouvi-o a caminhar na minha direção, mas parou. Virei-me para ele.

"É complicado, okay?" eu disse alto, depois suspirei e baixei o tom de voz, não querendo acordar a minha mãe. "Não sei como explicar. Acho que senti que não necessitava de te dizer que queria passar tempo contigo. Não sei, eu disse-te que estava fudida."

"Tu não estás fudida Mae," falou Michael num tom irritado. "Pára de acreditar nisso."

"Mas eu estou!" Retorqui, levando as mãos ao ar.

Catfish- MGC (tradução Pt)Onde histórias criam vida. Descubra agora