Capítulo 2 : Liberdade

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"A cada passo de "liberdade"
Torno-me um pouco mais presa a ela"

*Para todo"tudo" tem um tudo para todo.

Iniciativa efêmera

Somos, mesmos que indiretamente alibertos de uma liberdade que não nos é dada, a começar por nós mesmos.(...)
Nada é livre, nada é capaz de existir (livre) sem o aprisionar-se de outra "liberdade".

Segundo Encontro


*_ É um ciclo! O existir e o estar "livre" andam juntos. Se existe, não é livre. Se há algo liberto, ele se torna preso a mim.
Se penso em uma borboleta voando no campo, ela que já é livre, se torna prisioneira...

       _ Prisioneira de que?

        *_ ...Prisioneira de meu                pensamento de liberdade...

Início

* O primeiro ato de liberdade é crer que ele esteja em algum lugar.

Bom-dia

Decorre por mim abastecido
Essa válvula de sensações pervertidas,
A beirar por entre veias a fenda,
Que desconcertada vai vendo
Aborrecido sua imagem se formando;
Teus olhos enaltecendo os meus,
Venerando tua presença calida...
A levantando m'nhalma pesada,
Formam- me a ação de estar
Presente na abscissa de ambos os corpos...
Inquietantemente em repouso
Duro e desesperado me encontro...
Se faz presente tua imagem ilustre,
Por entre vãos corredores silenciosos;
Crueldade essa sua, que me faz experimentar
Com teus calados olhares, que me ferem
Como lâminas de dentro a fora,
Tais sufocos são estes que pereso
Respirando a presença venenosa...
Ó! dor fraudulenta e perigosa,
Nelas suas marcas fazem-se presentes...
Experimento contido, a mira de tua arma soberana,
Claramente dispo-me por entre os panos
De peito avulso amedrontado, me torno
Alvo fácil de seus encantos cativantes:
Meneando minha cabeça a desabarem as esperanças...
Hoje me restam lembranças consumidoras
Que engana-me ainda que sóbrio o vão de meu peito,
Entristecido amargurado...
A realidade nua se faz presente;
Ao ver tantos sorrisos em meio a outros
Tantos descontentes...
Vendo formar-se alegria jogada
A alegria roubada, e o compartilhar
De amores formosos insignificantes,
Junto ao meu restante abdicar
Ácido descontentador amor,
Preenchido da mais perigosa
Doença carnal...ver-te
Encadear meu peito enegrecido,
Encorajar meu eu ainda contido...
Passar por mim, teus olhos engolfar-se com os meus,
Sorrir pra mim...
E me dizer "Bom dia".
*

*Se o
homem tem medo do escuro, ele inventa a lâmpada. A lâmpada é fruto de um aprisionamento; a cama, cadeira, TV...São todos frutos de diferentes aprisionamentos(...)


Arranque-me tudo

Nega-me sem perdão;
Alavanca esse meu peito de brinquedo...
Uma vez ativo, atreve-se usa-lo
Calamitoso, indulgente és
Exclamando ter o que não podia;
Excita evocar-me...
Mirando os olhos faqueiros
A desnudar-se em tua presença
Radiante, decomponho-me.
Em meio enfraquecimentos desesperados,
Ao soar as falas precursoras
Preenchendo o quarto prestigioso,
Reduz os batimentos harmoniosos
Regendo-se ao refém corpo presente,
Diante do sarau inquietante
Enaltecem essas minhas erradas expectativas;
Sentimo-nos confuso diante ao brandão,
Observo tua baldade
Enlouquecendo-me no acaso...
Atrevimento irracional o motivará
A cometer o furto imperdoável;
Infringindo o que é meu
Mostra-me um novo mundo breve
E morre contidas tristeza a alegria,
E joga-me inconstância, em uma fria noite
...Mas seu varão eu não perdou
Por mais distante que se encontre Levou contigo minha puricidade...
Sem a megera opinião do que fora ocorrido,
Deixando para mim as fotografias
Passageiras, onde se fazem tão
Ligeiras a desmanchar-se diante de mim.

* Quando tiveres um sonho lindo...Liberte-se da realidade

Fuga

Eu vou correr de você...
Vou me esconder de você...
Vou rezar para mim não te ver...
Tentarei mudar a situação, Somente para fugir de você.
Ninguém irá dizer que fui eu;
Teus olhos iram me desmentir
Mas eu ficarei calada,
Teu corpo sedento irá me cobrir
Mas eu? Eu ficarei calada,
E quando escurecer
Eu criarei asas, para fugir de você...
Mas se não for o bastante será preferível morrer...
Porque não há lugar no mundo,
Para eu correr.
Mas até o fim, eu fugirei de você!

*...Uma porta por exemplo, é submetida a uma parede, a parede por sua vez é submetida a uma estrutura, que  submete a outra e outras...

Eu sou

Sou tua casa, onde sem chaves pode entrar

Sou tua cama, onde sem medo pode se deitar

Sou teu sofá, onde vens pra descansar

Sou a TV da sua sala, na qual não paras de olhar

Sou tua casa, onde sem chaves pode entrar

Sou tuas maçanetas gélidas, onde tuas mãos se dispõe a pegar

Sou tua janela velha, que abres para tomar um ar

Sou tua prataria empoeirada; sou a vidraça quebrada; sou a porta enferrujada,  tua vitrola travada

Sou tua casa, onde sem chaves pode entrar.

Segunda despedida


_ Todas essas poesias mostram o que exatamente?

*_ Aliberdade, sabe que não é liberto.

_ Preso?


*_ Exato! Preso.



_ Mas e o amor?


*_ O amor? O que tem ele?


_ Ele é livre não?


*_ É tão prisioneiro e aprisionado quanto.


_  Mais por que?


*_ Porque acredito que tudo o que é real, ou existe, tem um poder incrível de nos prender...


* Se for chorar pelo amor, que chore sabendo que suas forças são como correntes.


*

Não se impõe " liberdade", você apenas adquiri a proeza de se considerar livre.  Tudo é tão preço a tudo, quanto livre de si.

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