Capítulo 3

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- Não sei não, acho que eu não deveria ir. - Digo.
Ele coloca as mãos nos meus ombros.
- Não tem problema, somos uma família e temos que ficar unidos.
Abaixo a cabeça, lembro de que somos a única família. Só temos um ao outro e uns primos que moram literalmente do outro lado do mundo, mas são drogados e não são muito confiáveis.
Não queria sair para almoçar com Ashton. Não que eu não gostasse, pelo contrário, adorava, mas Joli ia junto e era tipo um encontro dos dois. Hoje eu não queria interferir.
- Ash, acho que vou almoçar em outro lugar. Vocês dois podem ir, acho até melhor.
Sorrio para ele.
- Tem certeza?- faço que sim com a cabeça. - Você vai ficar bem sozinha?
- Ash, não precisa se preocupar tanto comigo. É só uma tarde, depois do almoço eu vou me encontrar com as minhas amigas.
Ele me da um beijo na testa.
- Tudo bem, se você diz. - ele me abraça. - Confio em você, minha pequenina.
Eu amo tanto o Ashton. Ele sempre cuida de mim; se preocupa comigo, faz o que pode.
- Bem, posso saber a onde você vai?- pergunta.
-Ahhhh... - nem eu sei direito a onde vou. - Vou em um restaurante aqui perto. Vou ficar bem, lhe mando uma mensagem falando como estou e onde estou. Pode ser? Você se sentiria melhor assim?
- Muito melhor. - ele faz uma pausa. - Bom, o combustível do Miguel está cheio. Você tem dinheiro?
-Tenho. Pode ir, você já está atrasado o. Joli deve estar esperando. Deixa eu cuido do resto, vai logo!
Ele me da um beijo e diz q me ama, falo o mesmo. Após ele sair, vou ao meu quarto e pego dinheiro que está na gaveta. 30 dólares deve ser o suficiente.
Fecho a casa e vou até Miguel, entro e coloco música. Ligo meu carro e saio de casa; acho uma lanchonete à alguns kilometros. Parece um lugar legal.
Estaciono Miguel na frente e entro.
A lanchonete está cheia, os únicos lugares livres são os à frente do balcão. Sento me em um banco que gira, logo um menino com lindos cabelos castanhos claros e olhos azuis senta do meu lado e para minha sorte, acabo tendo aquelas "paixões" por uma pessoa que nunca mais vou ver na vida. Fico encarando ele por um tempinho e quando ele vira para mim já desvio o olhar para o preparo dos lanches. Uma mulher chega para me atender.
- O que deseja, querida?
Olho para o cardápio.
- Hmm, uma salada número 3.
Ela anota meu pedido na caderneta.
- Mais alguma coisa?
- Um chá, por favor.
Ela pede licença e se retira. Fico encarando o cara que prepara os lanches, ele está preparando panquecas. Quem come panqueca de almoço? Não sei, só sei que queria come las.
- O que vai querer, querido? - pergunta a moça que atente.
- Panquecas. - fala o moço ao meu lado.
Sério? Panquecas? Agora sim que vou passar vontade. Culpa de Karen que me deu panquecas de manhã.
Meu almoço chega e começo a comer. Ao tempo que meu chá chega, as panquecas do moço também. Minha salada não é muito grande, demoro bastante para acabar com ela. Esse menino do meu lado, nem encosta em seu almoço, fica o tempo todo no celular. Termino minha salada e ele está no começo de panqueca.
Minha fome não está saciada, fico encarando aquela panqueca com cobertura de Mel. Hmmm, da água na boca.
- Quer?- pergunta ele.
- Quem? Eu? - aponto para eu mesma.
Ele solta uma risada.
- Sim, você. Pela sua cara, dá para ver que quer devora las. - ele solta mais uma risada, ele tem uma risada doce e suave que me faz ir para as nuvens.
- Obrigada. - pucho o prato para perto de mim. - Qual seu nome?
Ele para de observar meu rosto e se concentra nos meu olhos.
- Miguel. - O apelido do meu carro, segurei o riso devido a esse fato. - Miguel Angel.
- Erica Arms. - sorrio e ele sorri de volta só que, ao contrário do meu, o sorriso dele exibe uma fileira perfeita de dentes brancos que me fazem corrar. Ele novamente solta aquele riso que me força a criar forças para ficar de pé e não derreter.
- Gostei de você Eríca. - Eu também gostei de você, por mais de falar meu nome errado. - Quer dar uma volta?
- Claro, mas espera. Como vou saber se você não é nenhum pervertido querendo abusar de mim?
- Parece que vai ter que confiar no seu instinto. - ele estica a mão para mim e eu a aceito.
Saímos da lanchonete como um casal de mãos dadas, não que eu não quisece mas só achei estranho ele ja fazer isso. Sim, ele era um pervertido querendo abusar de mim, mas meu coração falava que não.
O que deveria fazer?

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