"Presa? A minha mãe?"
"Sim, Harry. É isso mesmo que ouviste."
"Não, isso não é verdade."
"É normal que não conheças a história. Ela fez questão de encobrir esse passado o mais que pôde."
"O que é que quer dizer?"
"Quero dizer que a magia dela conseguiu fazer com que essa detenção não lhe aparecesse no cadastro."
"Não, isso não é verdade. Drogas, a minha mãe? Não! A minha mãe nunca se meteria nas drogas! Nunca! Eu conheço-a!"
"Diz-me, Harry. Tu alguma vez exploraste a quinta dos teus pais?"
"Como assim, alguma vez explorei a quinta?"
"Alguma vez tiveste acesso às plantações? O que eu quero dizer é: sabes que tipo de coisas é que eles lá plantam?"
"Que tipo de coisas é que eles lá plantam...O que é que está a tentar insinuar?"
"Eu não estou a insinuar nada, Harry. Só quero que abras os olhos."
Só quero que abras os olhos.
Só quero que abras os olhos.
Só quero que abras os olhos.
De repente, com aquela frase, tudo começou a fazer sentido.
"O senhor enviou-me aquelas mensagens, não foi?"
"O-O quê? Mensagens? Quais mensagens?"
"Não se faça de desentendido. 'Só quero que abras os olhos'?! Por favor, não conseguiu ser mais óbvio?"
"Eu não faço ideia do que é que tu estás a falar, Harry."
"Porquê? Porquê? Porque me enviou aquelas mensagens? Como sabia que elas me iriam levar até si? Porque me mandou aquelas mensagens?" O meu tom de voz começou a alterar-se e a tornar-se cada vez mais alto.
"Harry, eu não sei do que estás a falar!"
"Ao menos admita!" Gritei, levantando-me da cadeira, exaltado, e saindo do escritório. O Mr. Tomlinson seguiu-me.
"Hey, Harry! Harry! Onde é que vais?"
"Vou-me embora, não é óbvio? O senhor é macabro! Como é que foi capaz de me enviar aquelas mensagens? Qual era o seu objetivo? Porque me está a dizer todas estas mentiras a respeito da minha mãe e do Michael? O que é que tem contra a minha mãe? Porque é que a odeia tanto ao ponto de me querer virar contra ela? O que é que o senhor ganha com isto tudo?"
"O que é que tu estás a falar? Tudo o que eu fiz foi tentar ajudar-te..."
"Ajudar-me a fazer o quê? Oh, espere, deixe-me adivinhar...ajudar-me a abrir os olhos, certo?"
"Harry, eu não sei do que é que tu estás a falar. Diz-me o que foi que eu disse que te fez ficar assim. Deixa-me ajudar-te."
"Não. O senhor não pode ajudar-me. Eu não quero a sua ajuda. Eu não sei quais são as suas intenções. Eu não sei o que é que o senhor tem contra a minha mãe. Mas eu juro-lhe, eu vou descobrir!" Ameacei, à medida que abria a porta de saída da casa, saindo disparado em direção ao meu carro.
"Harry..."
O Mr. Tomlinson tentou acompanhar-me no caminho até ao carro, mas eu arranquei de imediato, não deixando que este me alcançasse.
Avancei pela estrada sem rumo, pensando na conversa que tinha tido com o Mr. Tomlinson. Estava a tentar perceber qual era o objetivo dele em dizer-me todas aquelas mentiras. Ou estaria ele a dizer a verdade? Não! Como é que eu era capaz de sequer pôr a hipótese de ele estar a dizer a verdade? O 'tio' Michael não era nenhum assassino! E muito menos um monstro! Sim, porque só um monstro seria capaz de fazer aquilo que fizeram à Katherine Miller. Isto partindo do princípio que o Mr. Tomlinson me contou a verdade e que ela estava mesmo morta. Eu já não sei em que pensar ou em que acreditar. Que o nome da Katherine Miller causava uma tensão nos meus pais, isso era inquestionável. Mas daí até que o que o Mr. Tomlinson me tinha contado ser verdade, ia uma grande distância! E a última insinuação dele? Onde é que ele queria chegar? Será que ele estava mesmo a tentar fazer-me acreditar que a quinta era um negócio sujo? Estaria ele a insinuar que havia plantações de drogas na quinta? Isso era algo completamente impossível e inviável. Uma quinta com tanta projeção nunca poderia ser suja. Havia demasiada publicidade e atenção nela para que uma coisa dessas passasse despercebida.
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Lies |H.S.|
FanfictionHarry Styles é o típico menino da mamã, muito chegado à sua progenitora, sendo esta a pessoa mais importante da sua vida. Nunca se apaixonou ou sequer teve uma namorada. A sua mãe representa o seu mundo. Mas, e se tudo fosse uma mentira? E se a sua...