Chapter II

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Bem, lembro exatamente o dia em que eu comecei a falar com James. Eu nunca tinha reparado nele. Sempre tive meus professores preferidos e James de longe era um deles. Eu definitivamente, abominava geografia mais que qualquer outra matéria no mundo.

*2 meses atrás*
Eu estava passando em um dos corredores mexendo no meu celular quando eu dei de cara com um James apressado:
"É... Me desculpe James... Digo professor." Eu disse nervosamente.
"Não foi nada Romine." Ele revira os olhos e passa direto por mim.
"Allie..." Eu digo no meio do corredor corrigindo-o.
"É... Como quiser. Mas eu, prefiro Romine." Ele levanta o braço no ar em forma de observação. Depois disso... Fiquei cerca de 10 minutos olhando em direção a ele tentando entender o que tinha acontecido ali. Ok... Ele só disse que preferia meu segundo nome, grandes bostas não é? Não... Não até o nosso segundo encontro.

-

Eu tinha ido a um bar.
Em um pub na realidade. Eu iria encontrar com algumas "amigas" minhas. Amigas entre aspas porquê eu já tinha ficado algumas. Então elas não eram SÓ amigas... Elas eram minhas ex ficantes, sendo que a amizade não mudava. Então é, tanto faz... Isso vai ser contado em outro momento.

Eu estava com um rabo de cavalo, um short jeans daqueles todo rasgados, um blusão preto e chinelo. Chinelo, sempre.

Além de estar toda desarrumada, eu estava muito, muito corada. Um pimentão, na realidade. Eu tinha vindo direto da praia com outras amigas que tinham acabado de chegar de viagem, e como fomos a praia, ficamos até o por do sol... Ou seja, sai da praia e fui direto ao bar.

Era sexta-feira e chegando lá, avistei as meninas de cara e sentei com elas na mesa. Passamos cerca de duas horas ouvindo música, rindo e jogando conversa fora... Bebemos um pouco e não vimos o tempo passar. A fadiga da praia tinha me deixado cansada e eram quase meia-noite quando eu eu finalmente levantei e resolvi que iria embora.

As meninas chiaram, chiaram e chiaram mas por fim me deixaram ir. Me levantei, e fui em rumo a saída... Quando cheguei na fila do caixa pra pagar minha conta, escuto alguém me chamar:
"Romine?!" A voz fala.
"Allie! Que merda cara. Meu nome é Allie." Eu disse, bruscamente virando até saber de quem se tratava.
"Romine... O que você está fazendo aqui?!" Ele pergunta sem se deixar intimidar pelo jeito que eu falei.
"Desculpa?!" Eu respondo olhando diretamente para ele sem entender o motivo daquele interrogatório.
"O que você..." Ele volta a falar.
"Eu ouvi, eu não sou surda professor." Eu respondo rispidamente. "Estou pagando a minha conta..." Respondo a ele como se fosse óbvio.
"James... Estamos fora da escola." Ele me corrige.

Viro novamente para a moça do caixa, abro a minha carteira e deixo uma nota de R$50. Sinto mesmo de costas, o olhar dele sob mim. O que diabos está acontecendo? Ele é um daqueles professores loucos ou algo do tipo?!

Vou andando até a saída, quando escuto ele vir atrás de mim dizendo: "Já está de saída?!"
"Nossa, que observador." Digo ironicamente.
"Você tem a língua afiada hein garota?" Ele diz revirando os olhos.
"Outra coisa que também, não é da sua conta, não acha?" Falo fechando a cara, mas sem deixar de olhar nos olhos dele. Eu nunca tinha reparado, mas sem o uniforme de trabalho ele chegava a ser, atraente.
"Engraçado... Na escola é uma pose de boa aula, tão educada... Você não está me parecendo ser tão educada assim." Ele me diz, tomando o líquido transparente que estava no copo em sua mão. Aquilo estava me deixando incomodada. De forma alguma ele tirava os olhos de mim...
"É engraçado mesmo, porque eu também sempre achei que você fosse um bom professor... Mas... As aparências enganam mesmo não é?!" Digo com um tom de desdém, me virando novamente e indo em direção ao ponto de taxi.
"Vai aonde?!" Ele diz vindo atrás de mim de novo.
"Pra casa, se você deixar." Eu respondo.
"Vou te deixar mesmo. Vamos..." Ele ordena. Tirando com a mão vazia as chaves do carro dele.
"Não... Eu vou sozinha." Eu digo.
"Romine, pro carro agora." Ele manda.
"Mas que bosta... Meu nome é Allie. A L L I E... Algum problema com a porra do meu nome?!" Eu digo irritada.
"Já disse que prefir..." Ele diz mas eu o interrompo:
"Romine, eu sei. Foda-se, estou cansada e quero ir pra casa. Vai ficar me alugando por mais quanto tempo?!" Pergunto relutante.
"Olha essa boca suja garota!" Ele repreende."Vamos... Meu carro está logo ali." Ele diz indo sozinho em direção ao carro. Quando eu vou contestar, vejo que é uma luta perdida. "Certo... Vamos." Digo revirando os olhos e indo em direção ao carro.

Abri a porta, coloquei o cinto e dei as coordenadas. Não as da minha casa, mas as da casa de Marion, minha melhor amiga. Eu tinha já estava com meu plano de fuga pronto. Peguei meu celular, mandei uma mensagem para ela e por sorte ela estava online. Apenas envieei: "Em cinco minutos estou ai."

O silêncio tinha me acalmado, até que ele voltou a falar:
"Romine?! O que você estava fazendo naquele bar?!" Ele perguntou novamente.
"A mesma coisa que você James, bebendo com as minhas amigas." Eu respondo.
"Você não acha que... É muito nova pra beber?!" Ele pergunta olhando para o retrovisor.
"Vamos entrar no assunto: o que é errado?! Porquê se for... Meu bem... Você não está em uma boa posição de querer falar sobre isso." Digo jogando a realidade na cara dele.
"Você é impossível." Ele bufa.
"Não viu nada ainda." Eu digo, mas me arrependo no mesmo instante, só por conta do jeito que ele olhou pra mim, depois daquelas palavras.
"É bem verdade que você incita o pior nas pessoas." Ele diz pela primeira vez sem olhar pra mim, fechando a cara.

Depois disso ficamos o resto do caminho em silêncio, passou cerca de 5 minutos quando finalmente chegamos ao prédio de Marion. Eu desci do carro sem falar nada e fui diretamente até a portaria, sem agradecer e nem olhar para trás.

Quando estou entrando no prédio, escuto o barulho da janela do carro abaixar e ele grita:
"Diga a Marion que mandei lembranças."

Quando viro para olhar pra ele,  um sorriso malicioso brota no seu rosto e eu coro ligeiramente. Merda... Ele sabia! Mas como? Como ele sabia? "Como você....?!"  Digo indo novamente em direção ao carro.
"Sabia? Bem... Já fodi ela neste carro, na frente deste prédio." Ele diz dando de ombros.
"O que?!" Eu pergunto quase engasgando.
"É surda ou o quê?" Ele pergunta franzindo as sobrancelhas. "Entra no carro, vou te levar pra casa." Ele diz, me olhando sério.
"Mas nem fodendo que eu vou fazer isso." Eu digo querendo gritar. Eu estava um pouco tonta... Não por conta da bebida. Mas por conta do que eu tinha acabado de descobrir.
"Allie, entre no carro, agora." Ele diz de novo.
"Você não manda em mim." Eu digo virando as costas e indo novamente direção a entrada do prédio.

Estou a uns dois passos da porta, quando escuto a porta do carro abrir e ele dizer: "Ainda não..."

Foi muito rápido: ele me puxou pelo braço, me encostou na parede e me deu um beijo. Um longo e quente beijo... O gosto da vodka tomou conta de toda minha boca.

Continua...
*votem e comente meus amores*

Mil Romeus para uma JulietaOnde histórias criam vida. Descubra agora