Capítulo II

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          Indo para o terceiro ano da faculdade, percebi que ali sim eu estava amadurecendo. Eu era a típica filha mais nova de pai e mãe que mimavam muito, e isso sim era uma dificuldade enorme de se mudar mesmo depois de casada. Haviam conflitos em mim mesma que nem eu sabia o porquê aconteciam.
          Logo no primeiro ano que se passou pude notar que as pessoas --- digo, a família do meu marido --- vinham até mim e me elogiavam por eu estar diferente e mudando para melhor. Eu pensava comigo: "Bom, eu devia realmente ser uma pessoa diferente de quem eu sou hoje, porque todos não param de dizer isso...". E sim eu era. Eu tá insuportável na verdade. Tudo tinha que ser do meu jeito, e quando não era eu realmente batia o pé até conseguir ser. Danilo --- meu marido --- odiava isso em mim, mas sabia empurrar com a barriga para não parecer pior. Enfim, mudei. Para melhor.
          Depois de ficar um ano desempregada, consegui um emprego bem em meados de junho quando meus pais vieram me visitar. Um mês exato do aniversário do meu pai, fiz a entrevista e passei. Era um estágio na área de compras e estava animadíssima para poder por em prática tudo aquilo que aprendera em sala de aula. Então logo iniciei no trabalho e comecei a aprender tudo de um pouco. Ver realmente como era um chão de fábrica

Após as provas do último semestre da faculdade, vem o tal TCC bendito para nos tornar formandos. Após o TCC iremos comemorar nossa colação de grau! Não será bem uma festa com comida e DJ ou até mesmo shows ao vivo, mas para nossa classe será nada mais nada menos que a nossa vitória!



Ao abrir as conversas dele no facebook, Bela se deparou com várias msg de diversas mulheres, conversas maldosas, imagens, palavrões, conversas nojentas, conversas que ela não acreditava ser dele. "Como pude ser tão cega?", ela se perguntava a toda hora, como ela não percebeu? Como ela não via nos olhos dele? Como ele conseguia dormir do lado dela, encostar o cabelo no travesseiro e dormir tranqüilamente... Como?

Bela não conseguia acreditar!!!! Estava em choque! Cada vez q lia mais, mais ela tinha nojo dos escrúpulos escritos ali, mulheres e mulheres dadas, loucas por prazer, " vagabundas" perfeitas ou simplesmente enganadas. E quanto mais ela via mais ela começou a entender.. Tudo fazia sentindo: a falta de afeto, de carinho, as saídas noturnas, tudo mentira... O cheiro de álcool qnd voltava pra casa, cigarro, o celular na mão dele de 2 em 2 minutos... Tudo!

- Alô?

- Prima?

- Oi Bela.. Como vc ta?

- Nada bem.. Vc não sabe Keila... Ele me traiu!

- Hã? Como assim? Calma repete, qm te traiu?

- Qm? Qm? O filha da puta q eu chamo de marido...

- Oq!!!!! Eu não acredito! Cm vc ta?

- Em choque! Não consigo chorar... Deveria mas não consigo... Acabou prima, tudo acabou. Acabou a confiança, acabou o casamento, acabou TUDO! - neste momento começou a passar um filme da cabeça da Bela e tremendo muito ela começou a chorar se sentando no chão da porta de entrada...

- Calma prima, calma! Vc ta sozinha não ta? Pega suas coisas e vem pra cá, aqui vc pensa melhor, não adianta pensar de cabeça quente...

E foi oq Bela fez.. Chorando e tremendo muito, ela pegou as suas coisas, poucas, enchugou as lágrimas e desceu, do jeito q a casa estava ela deixou... Ao descer as escadas lembrou q tinha q passar pela casa da sua sogra, muito cabisbaixa, ela entre passou pela sala e com a mão fingindo coçar o nariz, dizendo q ia na casa da Tia dela... Desceu as escadas correndo e qnd chegou na garagem o amigo dele estava ali abrindo o portão.. Como um foguete passou com muita raiva e ele ainda dentro do carro sem nem saber oq aconteceu só olhou pra ela e com muita força, com toda que ela tinha, esbofetiou ele dizendo:

... um certo AlguémOnde histórias criam vida. Descubra agora