Milagre [L.P] - 2° temporada (Completa)

39

Com o fim das indicações de Deric caminhamos pela mini estrada de terra até chegar a um ponto em que vimos a casa e Dalek começa a latir e se não estivesse sendo segurado firmemente por um dos policiais, com certeza já estaria lá a latir e tentar de qualquer jeito entrar no local, o que me deixa metade aliviada com a possibilidade da minha filha estar ali, e a outra metade completamente com medo do estado em que ela se encontra

- cerquem o local - Deric sussurra em uma espécie de rádio e depois de apitar nos aproximamos, enquanto Dalek continua a latir, e alguns cachorros que rondavam por ali também o faziam, o que nos favorecia a não estranhar a movimentação em torno da mini casa que ali se encontrava

E quando bem próximos, sinto a mão de Liam se entrelaçar a minha e seu olhar se cruzar com o meu por uns segundos passando toda a segurança que eu necessitava para seguir com isso, mesmo que o medo corra por todo o meu corpo, misturado com o nervosismo. Porém tudo parece perder o chão, quando escuto uma tosse fraca, mas ainda reconhecível, era a tosse da minha filha, e vinda de dentro do local

- é ela - eu sussurro desesperada e Liam afirma enquanto Dalek cada momento, late mais e mais

- POLICIA! Saia da casa com as mãos acima da cabeça! - Deric diz e escuto todos os policiais a engatarem suas armas e eu faço o mesmo com a que eu carregava na cintura

- A FILHA É MINHA, EU NÃO VOU SAIR DAQUI, VOCÊS NÃO TEM O DIREITO DE TIRA-LA DE MIM - escutamos a voz de Jonathan da parte de dentro - EU QUERO A ANGELINE - escutamos ele dizer e eu engulo a seco e escondo a arma novamente na cintura

- E-eu fico no lugar dela - digo tentando manter meu tom de voz do lado de fora e Liam me encara como se eu estivesse ficando maluca, mas Deric me entendeu pois o vi assentindo logo atrás

- Se eles entrarem ela morre! - ele diz de dentro e eu respiro fundo

- Só eu irei entrar - tento me manter calma e logo a porta é aberta, e os policiais me dão passagem para entrar, e se eu não sou rápida a andar em sentido a porta da mini casa, Liam haveria me segurado

- mama - escuto a voz falha, mais baixa que o normal, e completamente fraca da minha pequena ecoar, e assim eu a vejo deitada numa cama caindo aos pedaços, encolhida, sua expressão doente, vazia, amedrontada, implorando por ajuda meu coração se parte em mais pedaços do que já estava

- eu estou aqui - digo baixinho e me aproximo da cama, onde Jonathan esta em pé perto da beirada, seguindo todos meus movimentos com uma arma acompanhando cada passo meu - feche os olhos mas não durma ok? - acaricio seus cabelos e digo o mais sussurrado possível e ela assim assente mesmo com medo e o faz

- Não tente nada doce Angel, você não será capaz de colocar a nossa filha em risco não é? - Ele diz e eu sem manter contato visual com ele me agacho perto da cama sem movimentos bruscos - FALA COMIGO! ME RESPONDA! - ele grita e eu fecho os olhos por uns segundos e mesmo que a minha vontade seja apenas pegar minha filha e sair dali, eu sei que seria arriscado algo tão mal pensado assim, então farei da melhor forma que consigo e então me levanto, a vendo ficar quietinha por conta de seu corpo fraco

- Não tentarei - digo me virando de frente a ele, com as mãos atrás das costas, a forma que em sua cabeça aparentemente cega por uma vingança inexplicável, não esta a se preocupar, o porque de minhas mãos estarem se preparando para pegar a arma que eu coloquei em minha cintura, porém um pouco mais para o lado - já que você não tem nada a temer, ligue a um advogado, ele irá nos ajudar - tento fazer a minha voz mais normal, e tendo nojo de mim mesma por saber que estou sendo tão falsa, mas parte de mim comemora, pois o olhar no fundo dos olhos, mesmo que eu ainda não sinta nada, ainda o faz retribuir e ficar vidrado e completamente distraído

- você acha que eu devo? - ele pergunta já mudado, realmente a acreditar que eu estou de seu lado

- Claro - digo baixo, e mordo meus lábios secos, pelo medo que estou a sentir enquanto me aproximo e ele abaixa a arma devagar

- Eu sabia que você ia me entender e voltar para ... - ele começa com um sorriso psicopata plantado em sua face, e eu aproveito a deixa para segurar seu pulso como uma vez me ensinaram e retirar arma de uma forma arriscada, mas correta que é a torcendo para o lado oposto do pulso e puxando, enquanto com a outra mão finalmente retiro a arma e seguro ambas em sua direção

- NEM MAIS UM PASSO PERTO DA MINHA FILHA! - digo alto, com a força que eu nem sabia que possuía mais em minhas cordas vocais e assim logo todos os policiais entram dentro do local e o rendem e outros seguram o que eu reconheço pelos meninos que estou a gritar feito malucos do lado de fora, querendo o agredir e gritando palavras que nem eu mesma conseguia me concentrar, surpreendida pela força que eu consegui ter mesmo com o medo a exalar dentro de mim, e assim largo as duas armas no chão pois eu sei que eu só as usaria em ultimo caso, pois não faz parte da minha realidade atirar e alguém, e eu sei que ele pagará pelo oque fez dentro da cadeia até seus último dia de vida

- já passou meu amor - sussurro enquanto corro até onde Liv se encontrava com os olhinhos pressionados e encolhida mais do que antes - vai ficar tudo bem - digo a pegando no meu colo e vendo o quão mole, e completamente febril ele estava, além de seus olhos fundos e a unica força que ela possuía passou seus braços pelo meu pescoço

- e-eu q-quero voltar pra casa - escuto ela chorar baixinho com a voz falha

- nós vamos - a acalmo e acaricio seus cabelos pressionando seu corpinho contra o meu em forma de lhe passar segurança, e logo vejo policiais o colocarem dentro de uma viatura, e soltarem Liam que corre na nossa direção e nos abraça

- graças a Deus - ele suspira enquanto nos abraça - por um momento eu pensei que ia perder os meus bens mais preciosos - sussurra o mesmo enquanto nossa filha esta entre nosso meio a ser rodeada por nosso aperto carinhoso e seguro enquanto ela suspira e solta alguns soluços ao mesmo tempo em que abraçamos a nossa pequena preciosidade que foi reencontrada.