Milagre [L.P] - 2° temporada (Completa)

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Depois da reunião, super produtiva onde fechamos um contrato com os fornecedores indianos e isso será ótimo para empresa, eu e Milly estamos seguindo caminho para casa, ela recebeu muitas chamadas de Zayn em seu celular e eu também de Liam, o que nos fez achar muito estranho, e ligarmos, mas eles não quiseram dizer nada, falaram que precisávamos ir urgente para casa, que estava tecnicamente tudo bem, mas Liv precisava da gente, o que me preocupa um pouco, mas eu já imaginava o que seria, então estamos seguindo o mais rápido que podemos. Depois de passar pelos grandes portões do condomínio, chegamos em casa, e fomos logo entrando, o que me fez tomar um susto pois todos os meninos estavam com caras confusas e como se implorassem socorro, olhando um para o outro, e vejo pelos vidros que revestem a casa, as crianças a brincarem do lado de fora

- Você tem problema? - Pergunto ao Liam - chamar todo mundo, ela deve estar morrendo de vergonha lá em cima - completo com a sacola da farmácia na mão e Milly ri

- Acharam que ela ia abrir a porta para algum de vocês? - ela diz - Meu deus, vamos logo lá em cima por que se não ela vai ficar traumatizada - completa minha irmã mais nova

- ah, eu não sabia oque fazer, eu chamei o Zayn, e ele chamou o ... - ele começa

- tudo bem, eu vou lá falar com ela, depois a gente conversa ok? - digo mais calma e ele assente, enquanto eu dou um beijinho em seus lábios e um olá rápido para os meninos, antes de subir, o que no caso Milly parou na metade do caminho pois Noah a chamou

Me deparo de frente a porta do quarto, da agora mocinha, e respiro fundo, eu não sei muito bem como terei essa conversa, comigo foi tecnicamente parecido, como eu disse muitas vezes Karen é como uma mãe para mim, e foi para ela que eu liguei quando isso aconteceu, e pelo fato de eu ter menstruado muito cedo, aquilo era novo demais para mim, e eu só sabia que aquilo causava a famosa TPM e que eu teria todo mês, e isso era o sinal que eu devia me proteger sobre qualquer coisa que eu fizesse porque e não eu já poderia engravidar

- Filha, sou eu - bato na porta e escuto ela logo ser destrancada e sinto os braços da minha filha a me abraçarem

- Eu estou morrendo de vergonha, e com medo, e nervosa, e com fome, e eu não sei oque eu faço e .... - ela começa me abraçando forte mas eu a interrompo

- Heyyy- chamo sua atenção - calma ta ? - seguro seu rosto - isso acontece com todas nós mulheres, uma vez na vida, e depois para sempre, é normal - explico me sentando na cama ao seu lado e ela se encobre novamente

- eu estou sangrando, isso é nojento - ela faz uma cara de nojo e eu rio pondo seus cabelos atrás da orelha

- eu sei que é, mas depois você se acostuma - garanto a ela - primeiro, vá tomar um banho, e quando sair me chama, que eu te ensino como usar isso - levanto o pacote dando na sua mão - enquanto isso eu troco tudo e ponho para lavar, e depois conversamos tudo bem? - digo e ela assente parecendo mais tranquila, e pega o pacote em que eu trouxe e vai até seu banheiro

Troco a roupa de cama manchada, e coloco toda para lavar, escolho uma nova, num tom vinho, com detalhes em branco, que é uma das roupas de cama favoritas de Liv, e então respiro fundo, tiro meus saltos que nem tive oportunidade de o fazer, e vou até o seu closet, pegando uma toalha e seu roupão, pois ela esqueceu de o pegar, depois de um tempo, Liv me chama e eu dei as instruções necessárias a ela, para saber usar um absorvente, já que nunca entramos nesse assunto, ela é uma garota bastante reservada apesar de muito comunicativa, então ela não se sentia a vontade para dizer algo sobre isso, nem ouvir, até que fosse necessário, e eu respeitei o seu tempo

- então quer dizer que eu já posso engravidar? - ela pergunta confusa, enquanto conversamos sobre algumas coisas que eu acho agora realmente necessárias ela saber, enquanto ela penteia seus cabelos e eu estou sentada dividindo a banqueta de sua penteadeira com a mesma

- Sim, digamos que esse ciclo vem todo mês como um " aviso " que você não esta, quando você esta digamos, num momento .... bem ... fértil - consigo achar a palavra menos constrangedora para ela ouvir - o seu útero fica ali com o sangue porque ele se prepara, caso você tenha um bebê - tento explicar - ai que entra aquilo de se cuidar ... - começo

- usar preservativos e essas coisinhas que você e a tia Milly falaram aquela vez - ela diz e eu assinto

- Exatamente, quando você toma esses cuidados e não fica, o seu útero libera o sangue - completo e ela assente, já entendendo bem melhor

- Isso dura quanto tempo? - ela pergunta - esses dias eu senti uma dor de barriga muito forte, mas eu nem falei, porque sei lá, eu estava estressada - ela explica

- Depende, umas duram cinco dias, as vezes até sete, ou bem menos que isso - explico - nós vamos vendo e marcando, se estiver muito desregulada marcamos um médico ok? - digo e ela assente - as dores são as temidas cólicas, eu sinto até hoje - rimos - eu sei que parece que tem um dinossauro rex pulando corda no seu ventre, mas o máximo que eu posso fazer quando você estiver assim, é dar um remédio e compressa de água quente - ela sorri assentindo

- Mãe? - ela me chama depois de um tempo em silêncio

- Hm - murmuro para ela prosseguir

- vão me tratar diferente agora? o papai não vai mais achar que eu sou a princesinha dele e essas coisas? - ela pergunta e eu vejo em seu olhar que não é isso que ela quer

- pro seu pai você vai ser sempre a princesinha dele - acaricio seus cabelos - e pros seus tios e padrinho também - rimos as duas - vamos lá embaixo, depois do almoço podíamos sair as meninas para um dia de compras hum ? - proponho e ela assente ainda meio insegura e desce comigo as escadas e todos já estão com cara de paisagem como se nada tivesse acontecido e olho para Milly e logo entendo que ela deve ter dado umas indicações que que eles não deviam fazer quando ela descesse

- Bom dia? - Liam diz enquanto coça a nuca e todos rimos

- Bom dia pai - ela sorri e o abraça e assim eu suspiro em alívio, por mais uma missão cumprida, e com um sorriso observo a minha pequena grande mulher diante dos meus olhos, com um lindo sorriso no rosto, e que eu tenho orgulho de dizer que é a minha filha ... o meu milagre.