Milagre [L.P] - 2° temporada (Completa)

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dez anos depois ... 

E hoje completamos trinta e cinco anos de casados, estou a me arrumar calmamente, Liam disse que me levaria para jantar, como nos velhos tempos. Coloco o vestido preto que comprei especialmente para sairmos hoje, calço o par de saltos vermelho, e sorrio ao me olhar no espelho, fico feliz em como consigo manter uma boa forma e estar bem comigo, mesmo não sendo mais jovem, afinal, fiz cinquenta e seis anos, não sou mais uma menininha, porém gosto de me cuidar e manter-me em forma, o que colabora para que não aparente tanto ter a idade que tenho, jogo para o lado meus cabelos tingidos para esconder os fios brancos que vieram a aparecer com o tempo, recorro as lentes de contato e deixo o meu óculos de grau - que tive de começar a usar ano passado- em cima da mesa de cabeceira, passo meu perfume e pego minha bolsa saindo do quarto, indo em direção a sala, onde meu marido aguarda-me 

A casa hoje esta silenciosa, os gêmeos cada um na casa de seus amigos, cresceram tão rápido, e nem parece que os bebês de ontem que corriam e aprontavam pela casa, já estão com dezesseis anos, me admira nenhum dos dois aparecer com namorado(a) por agora, mas acredito que não vá demorar muito para passarmos mais uma vez pela dura situação de aceitar que eles estão a caminho de construírem suas próprias vidas e famílias, os nossos dois ultimos bebês que restavam 

- definitivamente eu sou um homem de sorte - vejo meu lindo marido de terno no começo da escada com um buque de rosas vermelhas a minha espera 

Eu amo o fato dele continuar a me olhar da mesma forma apaixonada de como quando namorávamos, ou até mesmo não assumíamos nossos sentimentos, e tenho de admitir que eu também o olho desta forma todos os dias que acordo, e não poderia ser diferente. Ele sorri docemente e eu termino de descer as escadas e lhe abraço, beijo seus lábios intensamente e sorrio 

- definitivamente também sou uma mulher de sorte - sorrio retribuindo as mesmas palavras que ele me dissera 

- Ainda ama rosas vermelhas, não é? - ele pergunta estendendo o buque, mesmo já sabendo a resposta e eu assinto 

- Vou coloca-las na água - notifico e ele assente enquanto seguimos para a cozinha, as coloco em um vaso com um pouco de água e então seguimos caminho para seja lá onde for o lugar em que Liam reservou, já que ele disse ser surpresa 

- cavalheiro sempre - acabamos por dizer em uníssono quando ele abre a porta do passageiro e soltamos um leve riso com isso 

O caminho todo é agradável, não faço muita ideia de quanto tempo estamos dentro do carro, só vejo que estamos indo para Cambridge, uma pequena cidade próxima a Londres, calma e perfeita para uma noite a dois

- se lembra quando nos demos em loucos, e resolvemos vir aqui escondido - Liam ri relembrando e eu sorrio 

- Impossível não lembrar - rio - seus pais quase nos mataram - notifico

Tínhamos dezesseis anos, estávamos entediados, e pensamos que seria uma boa ter essa aventura, era tarde da noite e como não costumávamos fazer nada de errado foi fácil, os inteligentes, por outro lado se esqueceram que os metros paravam de funcionar depois da meia noite e só voltavam as cinco horas da manhã, o que resultou uma grande aventura já que ficamos perambulando pela pequena e linda cidade por horas sozinhos, e posso ressaltar que foi a primeira vez em que ambos os dois percebemos o sentimento que tínhamos 

Flashback on

Esta de madrugada, agradeço mentalmente o verão estar sendo incrivelmente um dos mais quentes feitos aqui, já que de costume até faz, porém não tanto. Minhas pernas estão cansadas, olho no meu celular e vejo que ainda são quatro horas da madrugada