Dia 54

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"Amo aquela miúda"


Escrevi-te. Não sei ao certo. Apenas apeteceu-me e escrevi-te.

"Esta carta é para ti. Guarda e lê com muita atenção.

Não perguntes mas apeteceu-me dizer-te tudo o que não te disse. Sei que preferes ficar na ignorância. Que é muito melhor ignoras-me e esqueceres que eu existo. Mas eu não aguento mais não te dizer aquilo que me anda a atormentar dia e noite.

Os dias passam e a saudade aumenta. As noites vêm e a raiva aumenta. Estás tanto no meu coração como na minha cabeça. A tua tentativa de me fazeres odiar-te falhou por completo.

Os dias voltam e começo a ter saudades minhas. Explica-me que eu não intendo. Como é possível sentir saudades de metade de nós? De um pedaço nosso?

Acordo e sinto falta de algo. Sinto falta do teu perfume, do teu sabor, dos teus braços. Sinto falta.

Sei que sentes o mesmo. Sei que ainda me amas. Podes me chamar os nomes que quiseres. Insana, convencida... Tudo o que tu quiseres. Mas eu sei e tu também sabes. Eu bem sei a falta que te faço. Sempre que passas por mim sentes algo não é? Incomodo, medo, insegurança ou talvez, desejo, paixão, amor. Sempre soube traduzir o teu olhar e pelos vistos ainda não perdi o jeito.

Não te preocupes porque eu sinto o mesmo.

Contudo, descobri várias coisas. Descobri que consigo viver sem ti. Consigo caminhar sem ser de mão dada. Consigo adormecer sem ouvir a tua voz. Consigo fazer um monte de coisas sem ti.

Eu faço o que eu quero, onde eu quero, com quem eu quiser.

E agora tu deves de te estar a perguntar: se tu consegues fazer isso tudo sem mim porque raio é que me escreveste isto?

Pois bem meu amor, eu escrevi-te isto para dizer que apesar de conseguir fazer quase tudo sem ti eu ainda te continuo a amar. E Muito! Eu ainda te desejo. E Muito! Eu ainda te quero. Para sempre!

Quero que venhas.

Vens?"

Depois de a te ter entregado vieram-me contar a tua reação o que só confirmou o que eu já sabia: "Eu amo aquela miúda."

I Still Love YOUOnde histórias criam vida. Descubra agora