Bela Proteção (Concluído)

Capítulo 11 - Isa

No dia seguinte eu não saí, e nem no seguinte. Hoje é segunda-feira, estou pronta para ir à escola, mas tenho medo de sair de casa... Meu pai disse que me levaria, mas ainda assim não me sinto segura. Sem escolha eu vou.
Não esperava que isso me abalasse tanto, mas quando fecho os olhos ainda posso sentir as mãos daquele homem em meu pescoço, e eu me sinto encurralada, sem ar...
_Ei! Isa! Você sumiu esse final de semana. - Diz a Bia enquanto se aproxima, eu nem tinha me dado conta de que já estava na escola.
_Ah, é... Eu... Peguei um resfriado. - Minto lembrando que meu pai pediu que o que houve ficasse somente entre nós.
_Ah sim... Vem vamos para a sala!
Sento em minha mesa e quando olho para porta ele está entrando, lindo como sempre, Taylor o meu... Herói. Clichê eu sei, mas ele me salvou.
Ele não vai para o final da sala como de costume, antes ele para em minha mesa.
_ Oi Bela. Você está melhor? - Pergunta ele preocupado.
_Estou sim, graças à você! Nunca poderei te agradecer...
_Não precisa, você pode não acreditar... Mas... Eu me importo com você! Mais até do eu deveria. - Sorrio.
_Ainda assim, não deveria depois de como te tratei.
_Você estava no seu direito. - Ele sorri e vai se sentar no lugar de sempre.
Pouco tempo depois a hora do recreio chega. Sento-me no lugar de sempre e vejo Taylor sozinho. Levanto-me e vou até ele.
_Vem, volte a sentar conosco. - Ele sorri agradecido.
_É melhor não.
_Ah, vamos... Por favor! Depois do que fez por mim acha que eu vou deixá-lo aí sozinho? - Sorrio.
_Eu não sei...
_Não sabe se deve... Já sei, já sei... - Sorrio implacável - _ Olhe, eu sei que não terminamos muito bem, se é que eu posso chamar de término aquilo que mal começou... Mas... A nossa amizade... Aquilo eu sei que foi verdadeiro, que foi real! Vamos, eu quero tê-lo pelo menos como um amigo! - Eu estendo a minha mão para ele que sorri e a pega. Quando chegamos à mesa o pessoal nos olham surpresos.
_Huuum, então finalmente voltaram? - Pergunta Bia.
_Não!
_Voltamos!
Respondemos juntos eu e Taylor, e então eu explico.
_Voltamos a nos falar, eu percebi que não temos motivos para acabar com a nossa amizade.
_Ótimo! - Responde uma Bia empolgada.
_ Bem vindo de volta cara! Sentimos sua falta! - Cumprimenta Edu.
_É verdade, a Isa fica bem chata sem você aqui... - brinca Manu
_Certo gente, sem exageros... Vocês já podem voltar ao normal.
Nos sentamos e sinto que a minha vida está voltando ao normal. Depois da escola, já estou mais feliz e confiante, então faço o meu caminho de sempre, quando me aproximo de casa vejo que tem um carro parado em frente à ela, um carro preto com vidros escuros, eu conheço esse carro...
_Ai meu Deus! - Digo me lembrando do carro que me seguia sexta-feira.
Vejo homens saindo de dentro da minha casa, dessa vez não eram dois e sim quatro homens, meu corpo paralisa e eu não consigo me mexer, não consigo sair do meio da rua. Até que sinto alguém chegando atrás de mim e tapando a minha boca, em um excesso de adrenalina começo a me debater e a bater na pessoa, o pânico começa a se instalar em mim.
_Calma Bela, sou eu! Agora fique quieta se não eles vão te ver. - Diz Taylor enquanto me puxa para perto de um arbusto onde nos encolhemos e esperamos os caras saírem.
_Como você... Por quê você está aqui? - Pergunto confusa.
_Estava preocupado com você, fiquei com medo deles tentarem de novo e vim atrás de você...
_Obrigada! De novo... - Digo olhando em seus olhos e vejo que devido a estarmos encolhidos no chão, nossos rostos estão bem próximos e os braços de Taylor me apertam para junto dele, engulo em seco e Taylor também... Ele volta a olhar em direção à minha casa e depois novamente para mim.
_Vem, eles já foram... - Taylor levanta e pega na minha mão, nos aproximos da minha casa.
_Fica aí, vou ver se a casa está vazia.
_Ficar aqui? Sozinha? Tá brincando? Nem pensar, eu vou com você! E se eles voltarem? E se eles me...
_Tá, tá... - Taylor interrompe meu chilique - _então... Cuidado.
Caminhamos com cuidado, até chegar na porta da minha casa, que está aberta... Claro, que está! Penso comigo mesmo. Ao entrar, vejo o lugar totalmente destruído, caminhamos pelo local e só encontramos mais destruição... Na cozinha os talheres estão no chão, dos copos e pratos só restaram os cacos, na sala, rasgaram até o couro do sofá...
_ Parece que não tem ninguém... - Diz Taylor depois de olhar pela casa. Acho um porta retrato no chão, abaixo e o pego. É uma foto da minha mãe pouco antes de morrer... Não aguento e começo a chorar.
_Por quê eles fizeram isso? Eu não entendo! Por que eles estão atrás da minha família... - Abraço Taylor e volto a chorar.
_Bela, me empresta o seu celular, preciso fazer uma ligação... - O entrego e ele se afasta um pouco. - _ Já volto!
Continuo a olhar a foto da minha mãe, nem parece que já faz dois anos... Que saudade eu tenho dela. Taylor volta e me entrega o celular.
_Vamos!
_Aonde? - Pergunto sem entender.
_ Você precisa conhecer um lugar!