Capítulo 42 - Isa (FINAL)

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Sabe aquela pessoa que te mantém de pé? Aquela que te faz querer acordar todo dia de manhã só para poder reencontrar essa pessoa? Aquela que faz os seus dias melhores e mais alegres? Aquela que se sustenta em momentos difíceis?

Essa foi a Bia para mim, como um porto seguro.

Depois que minha mãe se foi, acho que ela foi uma das únicas pessoas que conseguia me fazer ter coragem de continuar... De querer acordar no dia seguinte; de querer superar; de querer viver...

Bianca Beraldini é sem sombra de dúvidas uma das melhores e mais incríveis pessoas que Deus inventou, e acho que exatamente por isso Ele a pôs na minha vida, pois Ele sabia que só ela conseguiria me manter de pé.

Só ela poderia tirar um sorriso do meu rosto mesmo quando tudo ao meu redor desabava, às vezes lentamente e outras de uma vez só, como foi quando perdi a mamãe.

Bianca tinha o dom de fazer qualquer palavra soar engraçada o suficiente para nos arrancar gargalhadas sem fim.

E durante toda a minha vida, eu não passei nem um só dia sem sorrir estando ao lado dela.

Nos conhecemos bem antes de que eu pudesse me considerar gente de verdade, e desde então parece que fomos geradas no mesmo ventre. Literalmente, parece que somos irmãs, sangue do mesmo sangue, saídas do mesmo lugar, mas somos apenas e suficientemente irmãs da alma...

Aparentemente somos o total oposto, mas a nossa amizade e empatia, nos faz pensar da mesma forma, nos comunicar com um olhar, e sentir, tudo e exatamente o que a outra sente.

Sempre foi assim, já nos metemos em brigas uma pela outra, já fizemos inimizades por causa dessa nossa união. Por que nossa amizade era assim, se Bianca amava Isabela amava, se Isabela odiava Bianca odiava... Não existia um meio termo, o que uma sentia a outra sentia exatamente igual.

Exatamente por isso está sendo tão difícil pensar em um mundo sem a Bia, e pior... Não estar ao seu lado nessas últimas horas, enquanto ela dorme em um sono profundo que pode nunca mais ter fim.

Dias difíceis, são os que eu tenho passado, se não fosse o Taylor comigo eu nem sei...

Acho que assim como ela sempre foi, de um jeito ou de outro o Taylor acabou se transformando no meu porto seguro, no meu lar; e é muito bom saber que eu tenho ele comigo.

Meu dia dessa vez começou com ele me acordando e me forçando a ir à Xeque-Mate com ele. Tentei ao máximo não ir, mas ele estava irredutível.

Ao chegar lá eu me senti estranhamente desconfortável. Sempre que me imaginei na minha empresa, pensava que me sentiria confortável em assumir tudo aquilo que meus pais construíram, como se assim eu pudesse de certa forma homenagear a minha mãe, mas agora...

É como se eu não pertencesse à esse lugar, essas pessoas... Eu não reconheço ninguém, e ninguém me reconhece também.

Para elas eu sou como um fantasma de alguém que talvez elas só tenham ouvido falar ou nem isso, assim como tudo isso é para mim, como um mito, uma lenda, um conto...

Irreal o suficiente para não se acreditar.

Neste momento percebi, que realmente aquilo tudo nunca fará parte de mim, da minha vida. E por mais que eu tenha planejado assumir isso, eu percebi que não é verdadeiramente o que eu quero para mim, na verdade acho que nem minha mãe iria querer que eu fizesse uma coisa apenas para homenagea-la, uma coisa que eu tenho a completa certeza que não me fará feliz.

Isso realmente não é para mim, agora me sinto até um pouco desnorteada, pela primeira vez não sei mais o que quero ser, mas sei que demore o que precisar, quando eu descobrir, eu serei completa.

Bela Proteção (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora