Capítulo 2 - Eveline Tristain

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Eve Tristain entrou na carruagem por mais que seus instintos dissessem pra fazer o contrário.

Tudo nela dizia pra correr.

Seu pai a estava mandando pra longe. Ela não sabia pra onde, nem o porque. Só subiu na carruagem e fechou os olhos.

O tempo foi passando.
Minutos se tornaram horas.

Onde estava Elizabeth?
Onde estava sua irmã?

Ela provavelmente deu um jeito de fugir dali no cavalo de algum desconhecido e a deixou ali. Elizabeth não aceitava ordens. E até ela, com seus poucos 15 anos, percebia que só se importava com ela mesma. Apostava que não tinha nem olhado pra trás quando saiu.

- Vossa Alteza. - Um guarda apareceu na entrada da carruagem. - O rei Jasper pediu que a levassem à cavalo.

- Como? - Ela iria à cavalo. Isso não era jeito de levar uma princesa. Por mais que ela não fosse a herdeira...

- O dono da propriedade vai vir busca-la pessoalmente, alteza.

- O dono da propriedade é um completo desconhecido. - Reclama baixinho.

- Não há nada que eu possa fazer, princesa. - Diz o pobre homem, esperando uma resposta malcriada ou uma segunda ordem. Como Elizabeth faria. - São ordens diretas do Rei, que deixe a carruagem pra Elizabeth, quando a encontrarmos.

- Claro que são. - Diz amargurada.

- Sir. Ridley chegará logo pra leva-la.

Ela apenas acenou com a cabeça. O frio de Valenia nunca pareceu tão gelado e triste. Ela não iria mais ver Henrique. Não poderia pensar nisso. Desceu da carruagem as pressas. Tinha que vê-lo uma última vez.
Sua irmã a chamava de boba e infantil por aquilo, mas ela o amava.
E não era nada parecido com amor infantil. Não era bobo.

- Onde a majestade está indo? - Pergunta alguém ás suas costas.

Eve se vira.

Ele não está vestido com o uniforme real. Não é da corte que mora ali também.

Ela apertou os olhos pra tentar ver seu rosto na escuridão. Estava escuro. Não tinha nenhum guarda por perto.

- Sir. Ridley. - Disse, fazendo uma reverência. Na escuridão, seus cabelos pareciam brancos, brilhantes. Mas ele não parecia nem um pouco velho.
Pelo menos não tinha a pose de um. - E a senhorita deve ser Princesa Eveline.

Não conseguia ver o rosto dele.
Isso a irritava.

Ela fez uma reverência.

Ela viveu a vida toda sabendo que tudo que tinha seria perdido. Seu pai poderia tirar dela seu bem mais precioso sem ao menos um piscar de olhos como reação.

O que ele estava esperando ali ainda?

- Vamos. - Disse, em uma ordem, praticamente. Não estava pedindo. Estava cumprindo ordens.

Ela ainda não sabia como ele chegou ali tão rápido. Como o mensageiro do rei chegou lá tão rápido?

- Como os homens de meu pai o avisaram em tão pouco tempo?

- Não é da sua conta, princesa.

Se eu perguntei, é sim, da minha conta.

Como ele ousa falar assim com ela?

Abaixou a cabeça. Todos falavam com ela como achavam que deviam.

- Posso me despedir de um amigo? - Perguntou, ainda com a cabeça abaixada.

- Não. - Disse, frio. - Vamos.

Nunca mais o veria.

Ela só queria que ele se lembrasse dela. Uma lágrima desceu por seu rosto, enquanto ela puxava o capuz da capa azul. Ela a limpou rapidamente.

Estava queimando. Por mais que sentisse um frio que nunca sentiu antes. E ela já estava acostumada com o frio de Valenia.

Colocou os fios de cabelo loiro pra dentro da capa. Não queria que ficasse embolado.

- Eu disse "vamos". - Repetiu o homem.

Ela o encarou, ou tentou, no escuro.

- Estou indo.

Queria apenas uma vez em sua vida, ter a força de Elizabeth. Ela poderia pegar o cavalo, e correr pra longe dali e seu pai perderia as duas princesas em uma noite.

Mas ela não tinha.

Então aceitou a mão de Sir. Ridley.

E olhou uma última vez para Whitstone Hold, o castelo onde viveu sua vida toda.

***

Olá pessoal!

Tudo bom com vocês?

Eaí? O que acharam da Eve?

E do Sir. Ridley?

Digam, digam. Quero ler seus comentários.

E se gostaram, cliquem na estrelinha :3

Obrigada :)
E Tchauzinho.

Beijos da Brie <3

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