CINCO

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*Lena*

Ele vem em minha direção, mas tira sua mão do meu rosto e recua.

Só então chego a refletir no que ele me disse. Ele me amou! Não imaginei aquelas palavras em seus lábios a anos atrás. Elas realmente foram ditas.

Não sei o que falar. Meu coração bate forte e minha respiração está acelerada. Ele me olha atentamente esperando por uma reação. Justin está tão perto, mas eu o quero longe.

Justin se inclina para a frente. Nossas pernas se tocam. Nossas rostos estão próximos. Seria tão fácil eu me aproximar. Roçar seus lábios.

"Lena..." algo em sua voz não me ajuda a manter minha firmeza. É como se ele estivesse se afogando e me pedindo para salvá -lo.

Tomo fôlego e busco minhas forças.

"Estou achando que um de nós provavelmente deveria sair antes que façamos algo idiota."

Ele se inclina para a frente mais alguns milímetros, e então inspira. Depois fecha os olhos por um instante e diz:

"É! Acho que você tem razão" com um grunhido de frustração, ele se afasta, fica de pé e caminha meio cambaleando até a porta.

Quando me levanto e o sigo, preciso me apoiar na grade da varanda para manter o equilíbrio.

Ficamos parados ali por um instante, sem saber o que fazer. Nós dois sabemos que isso é uma má idéia. O que estamos sentido? Essa atração quase irresistível que nos arrasta um para o outro? Este é por isso que vínhamos nos evitando desde de que terminamos.

Apesar de esta noite ter se equilibrado na corda bamba entre decepção e desastre o potencial disso tudo ir para o inferno ainda é bastante presente.

Está em cada olhar prolongado, cada toque. Ele mim confunde, me decepciona, me acalma e me frustra, por isso terminamos.

Meu medo me diz para correr antes que seja tarde, mas parte de mim está viajando na sensação. A adrenalina que ele faz correr em mim me deixa mais viva do que tenho sido durante esses dois anos e meio. O perigo que ele representa é parte disso.

É por isso que as pessoas pulam de aviões e nadam com tubarões. Para sentir esse turbilhão que faz tremer os músculos. A julgar pelo modo como Justin me olha, ele sente o mesmo.

Eu dou apenas três passos antes que a mão de alguém segure a minha.

"Lena..."

Ele a puxa de leve. Mal há alguma pressão, mas eu me movo como se ele estivesse me puxando com um cabo de aço.

Caminho para dentro de seus braços e quando Justin me envolve com ele, pressiono o rosto contra seu peito.

Sua respiração está alterada e trêmula enquanto ele enterra o rosto em meu pescoço e se afunda em mim feito mel em uma torrada quente.

Tão quente que ele me derrete. Nossos corações trovejam um contra o outro e, neste momento, há apenas um pensamento tomando toda a minha cabeça.

Justin.

Justin filho da Puta.

Lindo Justin.

Não mais meu Justin.

"Tenho pensado um bocado em abraçá-la nos últimos tempos. Achei que de alguma forma eu me sentiria diferente do que costumava, mas não me sinto. Você parece exatamente a mesma" acho que nunca o vi se abrir assim comigo.

"Não sou" também preciso ser sincera.

Muitas coisas mudaram, desde quando ele me quebrou por completa, e eu sou uma dessas coisas.

Amor Real. #Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora