DOZE

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Após o abraço, Justin esconde o rosto de mim e murmurando um pedido de desculpas ele sai. A tristeza na voz dele deixa meu coração um pouco apertado.

Não posso, nem vou conforta -lo. Não dá. Como aliviar sua dor quando a minha é um buraco imenso, grande o bastante para comportar nós dois?

Me sento novamente, e penso. Preciso tomar uma decisão. Não da para continuar assim, essa confusão interna e externa. Com um suspiro já sei o que devo fazer.

Levanto, pego minha bolsa e a chave do carro.

Ouso a porta se abrir. Vejo dois olhos azuis na curta abertura da porta. Andrei se põe no meio da porta, com metade do corpo para fora.

"Você esta bem? Eu cheguei a ver quando o Justin saiu com a Bethany."

Como? Eu ouvi direito, Justin e Bethy?

"Eles saíram?"

"Sim. Eles se encontraram aqui em cima, assim que ele saiu da sua sala, conversaram um pouco e depois saíram juntos pelo elevador."

Por essa eu não esperava, uma salva de palmas para esse Destino que só me pega de surpresa.

Olho meu relógio de pulso. Horário de almoço.

"Ah. Eu, estou bem. Vou almoçar em casa."

"Almoça comigo."

"Isso não foi uma pergunta" ele sorri e concorda.

"Verdade. Então me deixa melhorar. Lena, almoça comigo?" sinto meus lábios se curvarem em um sorriso travesso.

"Mesmo que seja muito tentador comer mais rápido do que seria eu indo para casa, vou ter que recusar" enquanto falo, ele apenas sorri com aqueles malditos dentes perfeitos.

"E a minha companhia não é nenhum pouco tentadora?" ele levanta uma das sobrancelhas para mim.

O que significa aquilo? Sabe de uma coisa? Eu não estou nem aí. Mesmo que ele esteja sexy para caramba fazendo aquilo.

"Não, para mim não Andrei" caminho até a porta.

"Espera."

Ele fica entre mim e a porta, enfia a mão no bolso da frente de sua calça social cinza e tira um pequeno cartão.

"Se resolver mudar de ideia, daqui a alguns minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, décadas, sécu..." sorrindo, levo o dedo e toco em seus lábios, para silencia -lo.

"Eu já entendi" percebo a maciez da sua boca.

Retiro o dedo rapidamente e sinto meu rosto arder.

"Só me ligue se mudar de ideia. Okay?" fala e beija meu rosto antes de sair.

***

Não tenho o costume de almoçar em casa, sempre almoço em algum restaurante perto do trabalho com a Clara. Mas acredito que o Ross não vai se importar em pedirmos algo para comer. Talvez uma pizza.

Assim que abro a porta do apartamento, ouço um gemido abafado seguido por um som alto. Ando até a porta do meu quarto.

O som vem de lá. E foi aí que escutei:

"Isso gatinho, isso Ross, assim mesmo. Mais forte."

Paro. Congelo de frente a porta. Não. Não. Não. Os gemidos continuam. Tomo coragem e abro as portas que deslizam para os lados.

Vejo Ross na cama, com as costas definidas expostas. Ele esta se movimentando sobre alguém. Longas unhas cor de rosa agarram seus ombros largos e se cravam lá, o que faz ele gemer.

Amor Real. #Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora