Amor Real. #Vol.1

CAPÍTULO EXTRA

   O táxi estaciona. Desço e observo minha antiga casa. Vou sentir falta disso tudo.

   Peço para o motorista esperar enquanto pego minhas malas. Subo a escadaria até a porta da frente. Não toco a companhia. A última vez que eu fiz isso o final não foi muito agradável.

  Entro direto, e encontro Julia no hall de entrada no meio de uma conversa no telefone.

"...não eu não sei onde ela esta... Achei que estaria com você... Eu não a vejo desde ontem. Era sua responsabilidade saber onde ela esta, ela é sua noiva... Mas, Ross..." ela vira e encontra o meu olhar.

  Entro em pânico e gesticulo desesperadamente para ela.

"Não. Não diga a ele" sussurro.

"Eh...Qualquer coisa eu te aviso. Se ela aparecer ou ligar" ela continua me encarando enquanto mente para ele. "NÃO! Não precisa vir aqui. Porque, pode ser que ela volte aí, então é melhor você não vir pra cá. Certo, beijo."

   Só volto a respirar quando ela encerra a ligação.

"Não relaxe muito cedo, pode ser que ele apareça aqui daqui a pouco, parecia desesperado. Achei até que você avia sido sequestrada por uma fã psicótica" fico tensa novamente com a hipótese dele vir atrás de mim agora.

"Muito obrigada Juh" agradeço e começo a subir as escadas.

  Preciso ser rápida enquanto ainda tenho tempo.

"Hey, volte aqui. Me explica porque não quer que ele saiba" ouso ela me seguir.

   Entro no meu antigo quarto. Tem três malas abertas em cima da cama. São minhas malas da Louis Vuitton que meus pais me deram quando vim para Londres a primeira vez.

   Sinto um aperto no peito. Sei que é saudade. Saudade deles, da nossa casa, da minha infância. Afasto esse sentimento. Por hora; não preciso de distrações para me atrapalhar.

  Não vou correr para a casa dos meus pais por causa de um problema bobo, sou uma mulher adulta, independente. Posso resolver isso sozinha  

   Percebo a mala de sapatos no chão. Julia foi rápida.

"Olha, que trabalho esplêndido" brinco indo fechar as malas.

"Eu, sou eu, Baby" ela entra e começa a me ajudar. "Não coube tudo, obviamente, ficou alguns vestidos de festa e alguns saltos altos. Depois pego uma mala minha e envio para o apartamento de vocês."

"Não. Fica com eles ou dá para alguém. Todos foram o Ross que me deu" fecho a última mala e a ponho no chão.

   Sento na cama e observo ela entrar no closet.

"Puta que pariu" ela grita do closet. "Um vestido desses, custa mais que todo o meu guarda roupa."

"Pode ficar com tudo. Eles não tem serventia para mim. O Ross comprava para mim usar naqueles eventos públicos de celebridades. Besteira, odiava ficar com essas coisas desconfortáveis" ela sai de la com um olhar desconfiado.

"Você nunca disse essas coisas antes Lena. Porque não queria mesmo que ele soubesse que você esta aqui?"

"Nós terminamos Juh" ela arregala os olhos.

  Vejo ela tentar raciocinar sozinha, juntar pecinhas que não existem. Meu choque foi maior Julia, juro que foi muito maior. Em vez de falar a verdade, resolvo desviar o assunto.

"Vou embora, vou ficar um tempo fora, sem dar notícias. Quando eu estiver pronta, aviso a vocês onde eu estou" falo antes de mudar de ideia.

"O QUE?" ela grita. "Lena, deixa de brincadeira vai, minha menstruação esta muito perto e consequentemente estou em uma puta TPM."

"Não estou brincando Juh. Onde os meninos estão?" preciso me despedir deles, mas preciso ir embora agora mesmo.

"Eles.. E a Jess...foram jogar golf" ela esta séria.

"Não posso esperar por eles. Meu vôo sai daqui a 30 minutos. Diga a eles que os amo muito" ela concorda e me ajuda a levar as malas para baixo.

   Assim que colocamos tudo no taxi abro a porta do passageiro. Me viro para encara -la.

   Minha primeira amiga, a melhor. Eu a trouxe para Londres porque ela teve uma decepção amorosa, tentei ajudar ela a recomeçar.

  Enquanto ela tem coragem de pedir ajuda, eu apenas fujo.

E vou fugir pela segunda vez.

Eu a admiro.

"Me diz porque esta indo embora. Foi o Fyler? Porque se foi, eu arranco as bolas dele e o transformo em um eunuco" ela começa a chorar, o que faz meus olhos arderem.

  Me doe tanto não poder dizer a ela. Mas não quero intrigas entre eles.

"Amo muito você Juh. Obrigada por tudo. Espero que talvez um dia eu possa te explicar porque vou embora... Mas hoje; não posso. Mantenho contato, juro!" passo meus braços pelos ombros dela, dando um abraço apertado.

   Entro no taxi e o carro da partida. Observo a miragem ela diminuir enquanto vamos se afastando.

   Desculpa Juh, mas é a minha vez de recomeçar.

Mesmo que eu não faça ideia de como fazer isso.
    
                                 Fim...