Meses depois de todo aquele reboliço em nossa vida, mamãe dormiu e não acordou mais, havíamos tido uma janta ótima, éramos muito felizes os três juntos. Eu e Felipe dormíamos no mesmo quarto e mamãe tinha um orgulho de nós que transcendia aos olhos dela.
No dia da morte dela sentimos como se um pedaço do nosso coração tivesse sido arrancado e jogado no lixo, no velório muitos amigos e pessoas próximos compartilhavam conosco a dor, chorávamos muito, saímos do cemitério no fim da tarde com os olhos inchados.
Na nossa casa nada era igual, nem conseguíamos ficar lá dentro, sempre nos pegávamos tristes na hora da refeição.
Dormíamos na sala, a vida perdera o gosto.
Felipe chegou numa manhã com um papel no bolso e me entregou, urrei de felicidade quando vi a passagem para os EUA:
- Vamos nos mudar pra lá. Não temos mais nada que nos prenda aqui.
Vendemos a casa, arrumamos nossa bagagem e dois meses depois estávamos nos Estados Unidos legalmente, é claro, compramos um pequeno apartamento lá, colocamos nossas coisas, nossos porta-retratos a lembrança de mamãe sempre estava perto.
Numa manhã fria de novembro Felipe saiu cedo e demorou muito pra voltar, chegou em casa cheio de pacotes, e sorrindo muito, abri os pacotes e neles haviam dois smokings chiquérrimos:
- O que é isso?
- O traje para o nosso casamento.
Eu não acreditei naquilo, havíamos mudado para um dos estados daquele país onde o casamento homossexual era permitido, ri daquilo, daquela premissa que teríamos vida nova em um lugar novo, com menos preconceitos, seriamos felizes.
Na manhã seguinte assinamos os papeis e estávamos oficialmente casados, eu com uma aliança de ouro e ele com outro, enfim muito felizes.
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Corpos Colados (Romance Gay)
RomanceFelipe foi morar na casa de seu primo Dú depois que seus pais morreram tragicamente. Os dois primos logo criam uma afeição, e começam a se amar. O tio de Felipe briga muito com os dois garotos, com medo de que eles sexualizem a relação. Em uma trama...