Capítulo 07: Nasce o Novo Herói (A) [1.1]

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"Eu sou o mais forte do mundo" - "é não" - "não? por quê?" - "porque eu sou o mais forte do mundo" - "ah, isso não é justo, você não conta!"

• Capítulo Longo, tome um tempo livre antes de começar a ler (+de 1hora).

• Capítulo RPG, muitos termos e "dados", leia com calma ou ignore os dados 'técnicos'.

• Wynan possui suas falas em negrito <- propositalmente.

• Dark possui suas falas em itálico.

• Red possui suas falas entre "aspas". 


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O pequeno vilarejo estava sob uma grande clareira onde as árvores não se faziam tão prepotente e a escuridão não engolia a realidade. Algumas janelas estavam emitindo luz, provavelmente das velas e candelabros que se erguiam em cada casa, e por isso pelo horizonte o vilarejo brilhava se destacando do restante da floresta como uma noite estrelada no céu.

Deixamos de andar à margem da floresta, pois tínhamos encontrado um caminho que guiava até o vilarejo. Inúmeras casas permaneciam para cada lado do caminho de terra e cascalho, e quanto mais próximo do centro do local, mais densas e encruzilhadas ficavam as construções.

Estava de noite, eu mesmo não vi muitas pessoas caminhando pela estrada ainda que nitidamente fosse a principal daquele lugar. De qualquer maneira, não só eu como as garotas percebemos alguns homens, mulheres e crianças dormindo no chão próximo as paredes de algumas casas. Eram eles os pobres deste local? Não ousei questionar Alexia ou Wayne sobre isso, mas, em alguma hora eu iria querer mais informações.

Para cada passo, casas de pedra e calcário tomavam a visão do horizonte e a floresta deixava de ser visível. Caminhamos até uma parte da cidade que estava cercada por muros altos de pedra onde guardas faziam vigília. Os poucos que nos observavam, não tiravam os olhares curiosos, ou mesmo repleto de pavor. Não houve uma pessoa que se aproximou, e todas as outras que encontraríamos percorrendo o caminho decidiram se afastar, mudando de rumo.

– O que eles têm? Estão com medo de nós? – perguntei para Alexia que estava ao meu lado direito.

– Acho que sim – respondeu ela, arrumando o vestido que estava utilizando.

– Não somos humanos, iguais a eles?

– Sim, mas, nossos olhos são diferentes, e por isso eles estão com medo – depois disso Alexia bateu nos ombros removendo sujeira e alguns gravetos que tinham ficado presos.

– Em um mundo de fantasia e magia, ter olhos diferentes não seria comum? Ou mesmo um detalhe a ser ignorado? – perguntei de maneira ríspida, pois tal preconceito era no mínimo estranho. Porém, estávamos tão destacados: sujos, com roupas nada convencionais e descalços.

Wayne virava o rosto para acompanhar aqueles que ficavam para trás. Apavorados com nossa existência.

Bem, a verdade é que todos os problemas surgiram através de indivíduos que tinham uma aparência incomum para seus semelhantes...

– Como assim? – indaguei intrigado para Wayne.

Digamos que, mesmo para os elfos-negros que são ofendidos e na maioria das vezes odiado pelos humanos, somente elfos-negros que se destacaram fizeram algo ruim ou bom para todos, inclusive para os próprios elfos-negros. O mesmo vale para humanos, somente os que se "destacavam" fizeram algo para trazer este medo.

O Mundo de Arkana: A Guerra dos Sete DragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora